sexta-feira, 19 de abril de 2013

PIETÁ



Com direção de Kim Ki-duk, este filme coreano parte para o drama de um homem solitário e de uma crueldade implacável, que trabalha como cobrador de agiotas. E utiliza com prazer o seu poder perante pobres coitados trabalhadores de maquinas pesadas, para, na falta do pagamento, provoca algum acidente pessoal para ficar com
o seguro da vitima,tornando a vida dessas pessoas um verdadeiro inferno e sendo odiado por todos. 
Um dia surge em sua vida uma mulher que o acompanha o tempo todo afirmando ser sua mãe. E a partir deste episodio, surgem as duvidas e indagações: será que um ser humano que foi criado sozinho e se tornou de uma crueldade impar, será capaz de sentir alguma emoção? Será capaz de um fato de infância mudar o foco de alguém e sua índole? Será uma mãe capaz de trazer à tona emoções jamais sentidas por alguém que nunca recebeu amor?  Daí o titulo Pietá, a escultura de Michelangelo em que Maria põe o corpo de Cristo crucificado no colo.
Este é um filme difícil de digerir, tem que estar disposto a ver e sentir impactos a nível corporal e reflexivo, chegando a incomodar estar sentado no cinema. Tudo feito de forma cruel e sádica,  passado em locais escuros e sub-humanos, que transcende o mal estar do telespectador, chegando a se tornar desagradável de ver .
Este filme nos mostra o que a falta de amor pode provocar em seres humanos com índoles bestiais e o produto do mundo do dinheiro subversivo.
Assista para tirar suas próprias conclusões. Mas vá preparado para o que vai ver e sentir.
Este filme ganhou o Festival de Cannes em 2012, não sendo bem aceito por alguns críticos.


Um comentário:

  1. Cru, cruel, sofri nesse filme, com tudo: com a ausência de raízes, de afetos, com a dureza do abandono, da luta para sobreviver por nada, da violência, do nada ter a perder, desse nada vivido pelo protagonista... ufa, angustiante! E a possibilidade de construção, de esperança, no convívio com a mãe aparecida que, não menos machucada, acolhe, dá amor mas, faz-se do avesso, se retorce, paga com a vida para que no filho nasçam sentimentos, valores e saia do crime e dê sentido a sua vida.
    Um drama tão profundo que faz "Ferrugem e osso", que classifiquei como cru, parecer uma doce história.
    Lembra da frase de outro dia: "O limite é a morte, mas o limite real é dor de cada um"? É isso!

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