sexta-feira, 31 de maio de 2013

MINHA MÃE QUER QUE EU CASE


Direção de Michael Lehmann (2007), este filme tem Diane Keaton como uma mãe solteira de três jovens: a psicóloga Maggie, a irreverente Mãe e a insegura mas adorável Milly (interpretada pela linda Mandy Moore).
 Na tentativa de encontrar o par perfeito para a filha caçula Milly, a neurótica mãe coloca um anúncio em um site de encontros , e inicia um processo de seleção de pretendentes. Então começa uma verdadeira guerra na vida afetiva da filha, entre tantos pretendentes Milly se divide entre dois  rapazes, um rico e da preferência da mãe, e outro  um músico separado com 2 filhos, que não cai nas graças da mãe. Mas afinal, quem deve escolher o seu par, a pessoa que vai compartilhar a vida com outra, ou a mãe, pela ¨subentendida¨maturidade ? eis a questão deste filme .
O filme é uma comédia romântica que mostra a falta de limites de uma mãe quando quer interferir na vida afetiva da filha e suas consequências. Este é um filme para assistir em casa,  não afirmo que é um ótimo filme, para alguns até regular, mas para quem deseja uma distração sem maiores compromissos e discursos após filme, é bom para passar um tempo distraído.Para quem tem uma mãe preocupada com a vida afetiva da filha, fica esta dica, talvez depois deste filme ela pare com esta ideia e deixe a vida agir normalmente.
Ao mesmo tempo fica aqui uma restrição a esta grande atriz Diane Keaton em escolher este filme regular para protagonizar.




terça-feira, 28 de maio de 2013

MINHS MÃES E MEU PAI




Esta comédia dramática conta a história de um casal de lésbicas, interpretadas por Julianne Moore e Annette Bening, que têm dois filhos adolescentes, concebidos através de inseminação artificial de um doador anônimo. Quando um dos filhos faz 18 anos, embarcam em uma aventura para encontrar o pai biológico sem o consentimento das mães. E quando o pai Paul (interpretado por Mark Buffalo) aparece e ele passa a fazer parte da rotina desta família, causa um verdadeiro caos no casal, que já está em crise, desgaste comum em muitos casais depois de tantos anos de vida .
Paul é um homem imaturo, solitário, sem apego familiar, mas o aparecimento dos filhos o leva há um amadurecimento, sem ele perceber que esses filhos não podem fazer parte do seu objetivo de vida. Tudo isso leva a relação do casal a balançar, criando um triângulo amoroso diferente de muitos que vemos no cinema.
Este filme tem a direção e roteiro de Lisa Cholodenko, responsável pelo filme Laurel Canyon (2002), seu maior sucesso no cinema. Indicado ao Oscar 2011 de Melhor Filme, Melhor Atriz (Annette Bening) e Melhor ator coadjuvante (Mark Buffalo), ganhou o Golden Globe Awards 2011 de Melhor Atriz e Melhor Filme-comédia .
É uma bela história sobre relacionamento humano de forma moderna e atual, sem estereótipos e com certo respeito e seriedade, com ótimos diálogos, leve, descontraído, original e engraçado.
A química entre as atrizes Julianne Moore e Annette Bening é total, fazendo-nos compartilhar suas dores, angústias, desejos e crises, e Julianne traz a fragilidade na composição do seu personagem .
No final da sessão, temos um assunto interessante para dialogar, fazendo-nos romper a barreira da acomodação e fora da linha de conforto.







segunda-feira, 27 de maio de 2013

PEQUENA MISS SUNSHINE






Após vários filmes nacionais, o Cine Amado relembra alguns filmes com mães que fizeram sucesso e valem a pena recordar, uma homenagem ao Mês das Mães.

O filme americano Pequena Miss Sunshine, (2006), direção de Jonathan Dayton e Valerie Faris, é um filme sobre uma família atípica, onde nada funciona dentro da normalidade. A  pequena Olive vive neste ambiente familiar cheio de conflitos, com um avô usuário de drogas, seu pai um fracassado inventor de curso de auto-ajuda, um tio professor com ideias suicidas, um irmão adolescente com suas crises existenciais e sua mãe Sheryl, típica dona de casa ( interpretado com excelência pela  atriz Toni Collette), fumante inveterada que tenta esconder este vício da família, mas  honesta e preocupada com o futuro da família e o bem estar de sua filha .
Quando a doce e simpática Olive é classificada no concurso ¨A Pequena Miss Sunshine¨, um concurso de beleza para meninas pré-adolescentes na Califórnia, a família decide se unir, deixar as diferenças de lado e concordam em aturar seus problemas individuais, e levar a pequena Olive para participar deste concurso tão almejado por ela.
Esta família  cruza o país em uma Kombi amarela, e nesta viagem passam momentos de alegria, tristeza ,auto conhecimento e descobertas, um grande aprendizado para todos , lições de vida para nós.
Este excelente filme mescla comédia e drama, com ótimas atuações , uma bela trilha sonora e roteiro original e divertido.
Indicado ao Oscar 2007 como melhor filme do ano, ganhou o Oscar de Melhor Ator coadjuvante e Melhor Roteiro Original. Neste mesmo ano ganhou vários prêmios em festivais, inclusive o Prêmio César (França) de Melhor Filme estrangeiro. 
Vale a pena reviver este filme, e para quem não assistiu, uma comédia imperdível!!







quinta-feira, 23 de maio de 2013

UMA GARRAFA NO MAR DE GAZA




 Este drama  produção França, Israel e Canadá, do diretor Thierry Binisti, conta a história da jovem judia francesa Tal, que mora com seus pais e irmão em Jerusalém e não compreende as agressões e atentados dos povos vizinhos  israelenses e palestinos, que já perdura há anos,  de caráter político e religioso . Intencionada pela vontade de conhecer o que seu pseudo inimigo pensa e sempre visando a paz , pede a seu irmão para jogar uma garrafa no mar, com uma mensagem e seu e-mail.
À 75 km., na Praia de Gaza , o jovem palestino Naim acha a garrafa e o bilhete, e daí se inicia uma correspondência entre estes 2 jovens, a princípio desafiadora pelas convicções e depois pelo mesmo desejo de viverem um mundo melhor, sem bombas, sem dominações, sem guerra, sem humilhações.
Incentivado o jovem Naim começa a freqüentar um curso de francês e com isto uma porta que parece inacessível se abre, com o vislumbre de conhecer um mundo exterior, no caso, Paris.
Há um desejo inconsciente dos jovens de se conhecerem em território neutro para viverem aquela amizade, e compreender melhor os dois lados desta história conflituosa que se arrasta há anos, entre esses dois povos tão próximos e que não conseguem chegar à uma reconciliação de  paz.
Este é um filme que fala sobre o valor do ser humano, do medo, da não aceitação que tanto ódio possa existir entre dois povos, enfim, uma mensagem de paz no meio de tanta rivalidade neste cenário de destruição e sofrimento, que nós, do Ocidente, temos certa dificuldade de assimilar. E o olhar dos mais jovens sobre este conflito de Israel e Palestina,  incompreensível aos seus olhos, o filme não tem o desejo de questionar o porque desta guerra sem fim, mas de forma sutil e suave, as dificuldades de entendimento e a paz que os jovens almejam viver.
Este drama mostra o contraste entre o cotidiano da juventude israelense e a falta liberdade e de perspectiva de vida tolhidos pela tradição religiosa, dos jovens palestinos. E neste cenário surge caminhos de reconciliação através de uma história de amor de jovens separados por cultura e padrões de vida tão diferentes.
Este filme foi destaque no Festival Varilux de Cinema Francês, a atriz francesa Agathe Bonitzer, protagonista, é de uma beleza singela e atua de forma bem natural. O filme tem diálogos pequenos mas sutil,  e nos leva a pensar na inutilidade das guerras e  um  mundo de paz para todos os povos.






segunda-feira, 20 de maio de 2013

ELENA



 Difícil entrar em uma sala de cinema para assistir ao documentário Elena , direção e atuação de Petra Costa, e não se emocionar, ou se derreter em prantos. Com coleção de imagens impactantes , o filme aborda as relações emocionais entre três mulheres, as duas irmãs Elena e Petra e sua mãe, com uma leveza poética de beleza ímpar, o filme entranha em nosso íntimo de tal forma, que ficamos a relembrar Elena e a voz de Petra numa só pessoa, como uma força cósmica que nos impulsiona para uma viagem interior.
Ao viajar para Nova York aos 20 anos de idade, Elena segue seu sonho de ser atriz de cinema e deixa no Brasil sua irmã Petra, com 7 anos de idade. Duas décadas depois Petra embarca para Nova York em busca de respostas sobre sua irmã, com narrativa na 1ª. pessoa, como um depoimento através de memórias de infância, diários, cartas, filmes caseiros. O desejo de Petra é percorrer e seguir os passos de sua irmã, e tem sua mãe como grande aliada.
Este filme é o primeiro longa metragem de Petra Costa, e o que se observa é uma busca por alguém que sofria de depressão e que ela deseja conhecer mais profundamente com seu amor inabalável , tipo Kármico.
Um filme sobre crises existenciais, perdas, fronteiras entre a vida e a morte, colocado com coragem e determinação, mostrando que os ganhos também fazem parte da vida, como as próprias lembranças da autora , como uma afirmação de quanto a vida é bela. Elena e Petra, fundidas numa só, irmã, diretora, atriz, uma não existiria sem a outra. Elena é uma memória viva dentro de Petra, palavras trocadas em vida real, como um redemoinho de emoções, a ausência tornando-se afinal uma doce presença. Como a própria Petra diz em entrevista, ¨a arte ajudou a curar a minha dor¨.
O filme é de um lirismo único, faz-nos chorar sem sentir o choro na face, Elena misteriosa, transcendental, sombria, sedutora, extasiante, enfim, uma verdadeira obra prima que arrebata o expectador. 
Petra Costa é diretora do curta metragem Olhos de Ressaca¨, ganhando prêmios em 2009, e agora retorna com este longa vencedor do premio de Melhor Documentário no Festival de Brasília 2012.
Na confusão de identidade dessas 3 mulheres, Petra vai atrás da sua própria identidade e descobre-se um espelho para sua própria alma, permitindo-nos sentir o mesmo gosto de perda e ganho que a vida traz. A cena na água impressiona, demonstrando que o filme é universal e pertence a todos nós, uma maneira de se afogar nos sentimentos, desejos e sensações.
Saímos do cinema lembrando da Elena a dançar como uma versão artística dos sentimentos de Petra, uma metáfora para a liberdade.
Este é realmente imperdível!!! Neste dia prepare-se para conhecer Elena e Petra, diretora e protagonista de suas vidas ao mesmo tempo, e que afinal encontramos essas memórias de alguma forma dentro de nós.






sexta-feira, 17 de maio de 2013

SOMOS TÃO JOVENS





Este filme é uma cinebiografia do cantor e compositor Renato Russo, traça um perfil do final da adolescência e juventude de Renato Manfredini Júnior (período de 1976 a 1982), quando se mudara para Brasília, um Renato tímido, pensativo, irrequieto, que sofria de doença óssea rara, a epifisiólise, que o obrigou a ficar um tempo em cadeira de rodas após tratamento cirúrgico, levando-o a se interessar por letras e músicas. O filme centra na emocionante e desafiadora história de Renato Russo, no final da ditadura em Brasília, quando os jovens se reuniam para tocar e ouvir o rock punk, quando o Renato lecionava inglês e começou a compor suas letras e canções fortes, fundou o grupo de rock Aborto Elétrico e em 1982 surgiu o grupo Legião Urbana no Circo Voador.
O diretor Antonio Carlos da Fontoura, veterano na TV e cinema, com filmes como A Rainha Diaba e a comédia Gatão de Meia Idade, capta um Renato à flor da pele, como nas letras de suas canções, busca o sentimento irrequieto deste artista e as bandas de rock dos anos 80, símbolo de Brasília desta época. Não há interesse em falar de temas como fama, drogas e Aids, dá uma pincelada sobre a descoberta da homossexualidade, sua paixão platônica por Flávio Lemos, de Capital Inicial, mostrando as imperfeições do Renato Russo, a rebeldia do menino mimado, os ataques de estrelismo, o alcoolismo juvenil, mostra de forma autêntica o lado forte e fascinante de Renato fora do palco, temperamental, egocêntrico e imaturo.
O que dá força vital ao filme é a construção do personagem através da atuação do ator Thiago Mendonça, que compõe o personagem à sua verosemelhança , sem exageros , com delicadeza, através de expressões faciais, gestos, cacoetes, inclusive fez questão de não utilizar playback, cantando ao vivo no filme (fez muitas aulas de música), apropriando-se da voz marcante e maneirismo do Renato Russo de forma autêntica. O ator fez laboratório durante um bom tempo para compor o personagem, inclusive a convivência com Carminha Manfredini, mãe de Renato Russo, o ajudou a compreender melhor e compor o personagem, além de cadernos e anotações de composições, músicas e pensamentos deste grande compositor.
Vale salientar que Thiago Mendonça viveu outro ídolo no filme Dois filhos de Francisco, o personagem Luciano, irmão de Zezé de Camargo, o que mostra o grande ator que ele é, pois são personagens totalmente diferentes na sua essência.
Os fãs do punk rock vão gostar deste filme, conhecendo o Renato Russo que compôs canções como ¨Será¨, ¨Geração Coca-cola¨, Faroeste Caboclo¨,¨Que País é este¨ ¨Musica Urbana¨, ¨Eduardo e Monica¨, verdadeiros hinos da juventude urbana dos anos 80, que até hoje são cantadas pela crescente legião de fãs.
A escolha do título Somos Jovens foi  sugestão de sua mãe, o título original seria ¨Religião Urbana¨, que o próprio Renato não gostava, pois achavam que ele era um pregador.
O filme torna-se em certos momentos arrastado, incompleto, morno, deixa dúvidas sobre a doença óssea, passa uma certa artificialidade em certos momentos, enfim, um filme cotação regular, mas conhecer como nasceu o maior ídolo do rock nacional e o Legião Urbana, uma das bandas que mais vende discos até hoje, nos leva a querer pesquisar sobre a vida deste grande e irrequieto cantor e compositor Renato Russo,( 1960-1996), um Renato que persiste com vida própria, através do tempo e 17 anos após a sua morte.



quinta-feira, 16 de maio de 2013

ABISMO PRATEADO



O filme do cineasta Karin Aïnouz, conhecido pelos filmes O Céu de Suely e Madame Satã, premiado no Festival do Rio, este diretor em entrevista falou da sua vontade antiga de filmar uma história de amor falando de abandono e seus desdobramentos, inspirado na canção de Chico Buarque ¨Olhos nos olhos¨, onde o próprio diretor comenta o quanto esta música sempre o perturbou a tal ponto de amadurecer este filme com praticamente um personagem, e só iniciou o filme quando a atriz Alessandra Negrini aceitou o papel, pois só conseguia enxergá-la neste personagem sofrido e vibrante.
"Quando você me deixou, meu bem, me disse para ser feliz e passar bem / Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci, mas depois, como era de costume, obedeci / Quando você me quiser rever já vai me encontrar refeita, pode crer / Olhos nos olhos, quero ver o que você faz / Ao sentir que sem você eu passo bem demais.¨
O filme conta a história de Violeta, dentista de 40 anos, que leva uma vida ¨segura¨ entre o trabalho, a vida no lar com marido, e na ida a academia descobre pelo celular que seu marido a abandonou sem aviso prévio, com filho adolescente e apartamento recém-mobiliado em Copacabana. Sem chão, com a vida desmoronada, totalmente desnorteada, percorre as ruas de bike, onde ocorre um incidente com um carro, que no susto a leva ao chão, numa demonstração que a vida é feita de surpresas inesperadas, quando pensamos que temos controle sobre nossas vidas (como ela como dentista tinha sobre seus pacientes), nos sentimos frágeis ao sermos atingidas por uma sombra , como se perdêssemos o chão.
Neste abandono e desespero de amor a personagem desmonta totalmente, ela percorre as ruas do Rio, boates, vai ao aeroporto tentar encontrar o marido em Porto Alegre, e encontra uma menina e seu pai que passam pelo mesmo processo de abandono e ainda sem casa para morar, o que torna-se para ela um aprendizado e auto-conhecimento.O filme segue praticamente em 3 etapas, o impacto da descoberta e busca do marido, o luto da perda e a convivência da solidão e finalmente aceitar o que a vida lhe oferece a partir daquele ponto final. É um drama intimo onde tem poucas falas e muita expressão , onde o som do mar, do radio do táxi, de obras na rua, do trânsito é uma das características marcantes, como a sugerir o estado emocional de Violeta, sem apelar a choros e lamúrias.
Alessandra Negrini interpreta uma Violeta magistral, acredito que sem ela o filme não teria o mesmo contexto, a expressão de abandono, de dúvidas, incertezas do seu olhar, nos deixa  perplexos a imaginar o interior remexido desta personagem.
O filme tem no seu início grande apelo emocional e até de suspense, perde-se um pouco no meio, mas se reencontra no final com a música de Chico Buarque ganhando nova força poética, como a recobrar o fôlego, a demonstrar que deu-se as costas ao antigo e está de frente para novas descobertas que a vida está a oferecer, com as perspectivas que irão se abrir, mesmo  sem saber pra onde ir. Meio incoerente com o decorrer do filme, mas subentendido nas entrelinhas, nos convidando  a assumir novos riscos e sentir o gostinho da liberdade pessoal.
O mar com suas ondas prateadas , horas azulado, como a demonstrar conflitos internos e novas descobertas tem grande significado para o título do filme e na vida do personagem.
Para quem gosta de filme sensível e introspectivo, com poucas falas e muitas expressões, vale a pena conferir!!!


domingo, 12 de maio de 2013

FRANCISCO BRENNAND

Este documentário conta a vida do pintor e escultor pernambucano Francisco Brennand, de certa forma sem entrar no âmbito da sua vida pessoal, mas focando na magnitude da arte deste artista de 85 anos, onde o mesmo, já sem o vigor de outrora mas com uma lucidez incrível, vai explicando suas obras a partir de sensações, assim como ele mesmo define.
Francisco Brennand , de família emigrante abastada, ainda jovem desistiu de suceder o seu pai nos negócios da família para dedicar-se exclusivamente à carreira artística. Em uma visita às ruínas semi-abandonadas da Cerâmica São João da Várzea, empresa fundada por seu pai em 1917 e desativada em 1945, resolveu instalar e morar no seu ateliê particular , obstinado pela idéia de materializar suas idéias em arte. 
 O filme adentra pela mansão onde centenas de esculturas e quadros vão dando a dimensão da obra deste artista, como um Museu aberto ao público, parte dessas obras em jardim central à céu aberto. São peças enormes, que são trabalhadas no próprio local, utilizando argila oriunda de outros lugares, e fundidas em forno com vitrificação, resultando em belíssimas peças com um certo ar exótico e formas que desafiam o tempo.
Com direção de sua sobrinha-neta Mariana Brennand Fortes, há um respeito entre mostrar a obra de Brennand evitando falar de sua vida particular,algo que ele mesmo impôs ao mundo afora sua arte. O filme é dividido em trechos do diário de Brennand que são lidos por Hermila Guedes, e pelo próprio Brennand , cuja fala é sempre focada em suas obras.
A trilha sonora de Lucas Marcier acontece sempre que a câmera corre pelas belas imagens dos objetos de arte da Oficina Cerâmica da Várzea.
O filme não foca no nascer das obras, mas nas esculturas enormes já finalizadas e tem momentos únicos como o painel da Batalha dos Guararapes ( que fica no centro de Recife) com um plano deslumbrante, mas sem maiores explicações sobre a obra.
Este filme venceu 2 prêmios na 36a. Mostra Internacional de Cinema em São Paulo em 2012, como Melhor Documentário e Melhor Filme.
O documentário deixa o expectador observar e tirar suas conclusões deste homem, que desejou e realizou viver sua própria arte .
Para quem tem interesse por este assunto, seria conveniente agregar ao filme , algum livro para entender melhor a vida e o porque da magnitude de suas obras, e se algum dia for a Recife, visitar este Museu é uma ótima opção de lazer e cultura, e ainda será conduzido pelo próprio Brennand. Incrível aventura às artes!!!!