sábado, 26 de dezembro de 2015

O AMOR NÃO TIRA FÉRIAS



Direção e Roteiro de Nancy Meyers, o filme O Amor Não Tira Férias (EUA/2006) é uma comédia romântica leve e agradável.  Com momentos hilários e outros bem românticos, um filme inspirador, mostra que o amor está no ar e pode acontecer a qualquer momento na vida de uma pessoa.
O elenco é de primeira, os atores Jude  Law, Jack Black, Cameron Diaz e Kate Winslet  estão super afinados, uma química e carisma dos dois casais irresistível. Fotografia com lindos cenários e uma trilha sonora gostosa de escutar.
O roteiro utiliza uma história bem interessante e desenvolve de forma a prender a atenção da plateia. Fala de frustrações amorosas, dificuldades e limites das pessoas para lidar com perdas, valorização do ser humano e que sempre é possível recomeçar.  Mescla humor com drama, nostalgia e riso ao mesmo tempo.
Conta a história de duas mulheres que moram em países diferentes. Iris Simpkins (Kate Winslet) trabalha em um jornal de Londres e está para casar quando sofre uma decepção amorosa. Amanda Woods (Cameron Diaz) é dona de uma agência de publicidade em Los Angeles e é traída por seu namorado. Após a desilusão amorosa,  ambas decidem dar um tempo e acertam um intercâmbio de casas pela internet.
Esta mudança fará com que ambas repensem a vida e dará oportunidade de conhecer novas pessoas. Iris conhece o extravagante Miles (Jack Black), um compositor de cinema e Amanda se envolve com Graham (Jude Law), o irmão de Iris. Como será que elas lidarão com a oportunidade de se apaixonar novamente?
Este filme faz a gente acreditar no amor, nas possibilidades que a vida pode proporcionar, desde quando as pessoas se abram para que coisas boas aconteçam.
Imperdível para quem não assistiu  e também vale a pena rever.


terça-feira, 22 de dezembro de 2015

JUNO



O filme Juno (EUA/2007) tem  direção do competente Jason Reitman e roteiro de Diablo Cody. Foi um dos maiores sucesso de bilheteria da época.
Com boa direção e roteiro original, esta comédia dramática utiliza um humor irônico e crítico para falar de um tema atual e polêmico, gravidez na adolescência, aborto e adoção. Bom ritmo, trilha sonora legal, consegue falar deste tema espinhoso de forma descontraída  e leve.
A atriz Ellen Page  apesar de jovem, tem uma ótima interpretação, natural e convincente. Interessante que fala de sexo mas praticamente não tem cenas de sexo.
Juno ( Ellen Page) é uma adolescente de 16 anos que engravida do seu colega de classe, o desengonçado e nerd Paulie Bleeker ( Michael Cera), apesar de só ter saído com ele uma única vez.
Juno não consegue pensar em levar a gravidez adiante, e com o apoio de seus pais decide realizar um aborto.  Mas Juno muda de ideia e resolve  procurar um casal para adoção, contando com a ajuda de sua melhor amiga, Leah (Olivia Thirby).  
Ao encontrar o casal Vanessa e Mark Loring ( Jennifer Garner e Jason Bateman), que não possuem filhos e estão à procura de um bebê para adotar, Juno decide manter a gravidez e entregar o bebê a este casal.
Será que esta adolescente conseguirá manter  esta postura até o final da gravidez? Será que seus pais estão certos em apoiar a atitude de sua  filha?
Um tema forte e difícil de ser abordado, mas neste filme consegue o intento, de forma realista, leve e comovente.
Indicado ao Oscar de Melhor Filme 2008 e ganhador do Oscar de Melhor Roteiro 2008.


quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

CHICO - ARTISTA BRASILEIRO



O Filme Chico –Artista Brasileiro (Brasil), direção de Miguel Faria Jr., é um documentário  sobre a vida de Chico Buarque de Hollanda, onde temos o privilégio deste encontro com o próprio Chico Buarque, um artista e ser humano no auge da sua maturidade.
Imagine uma conversa de botequim, onde por 2 horas o próprio Chico conta seus causos, sua trajetória como cantor, compositor e escritor, de forma intimista e natural, a simplicidade e cumplicidade com o público é imediata. Conhecemos detalhes da vida deste grande compositor contada e cantada pelo mesmo, intercalada com suas lindas canções nas vozes de Ney Matogrosso, Maria Bethânia, Péricles, Monica Salmaso, Caetano VelosoMilton NascimentoAdriana Calcanhoto e MartNália. E  a voz da  atriz  Marilia Pêra  declamando trechos de seus livros.
Mostra a época da ditadura, com suas músicas  e peças teatrais sendo vetadas pela censura. Com fotos antigas, um belo arquivo de imagens, Chico conduz sua própria história de coração e alma aberta, e amigos como Tom Jobim, Vinícius, Toquinho, ajudam a contar detalhes.
Momento íntimo delicioso, Chico a tocar violão e a cantar com seus netos no seu apartamento, que dar lágrimas nos olhos. 
O humor de Chico é agradável e implacável. Ele rir de si mesmo, sem afetação, descobertas são declaradas, como a tal timidez que não existe, mas fruto de alguns momentos difíceis na carreira. Fala do seu último romance "Irmão Alemão", onde foi até a Alemanha em busca do tal irmão por parte de pai. Verdades íntimas reveladas, como "que foi através da literatura que rompeu a distância com seu pai", o grande historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Holanda.
Quanto conteúdo criativo, envolvente, Chico e sua filosofia reveladora, realista, profunda, colocada com tanta leveza, como a brincar com a vida e não se achar mais importante que ninguém.
Mas Chico, você  foi e é importante na vida dos brasileiros, suas canções e peças de teatro levantaram muitas bandeiras, seus livros e canções  de qualidade ímpar são presentes para o povo brasileiro. Salve Chico, Grande Artista Brasileiro. Não é à toa que você leva o público à comoção, aplausos de pé!!!!


domingo, 13 de dezembro de 2015

MUITO BEM ACOMPANHADA



Direção de Clare Kilner, o filme Muito Bem Acompanhada (EUA/2004) é uma comédia romântica leve, alegre com enredo bem divertido.
Uma história irreverente sem muitas pretensões, há não ser divertir o expectador. Os clichês fazem parte do filme,  em compensação a trilha sonora é irresistível, dá até vontade de dançar.
Kate Ellis (Debra Messing)  é uma jovem desiludida com o amor, após ter sido abandonada no altar. Ao ser convidada para madrinha do casamento de sua irmã Amy (Amy Adams), Kat decide levar um suposto namorado como acompanhante de casamento, pois sua família vive a cobrar que ela arranje um namorado.
Ao convidar o galã Nick Mercer (Dermot Mulroney) como seu pseudo par romântico, Kat nem imagina a enrascada que irá passar. Pois sua família ficará encantada com Nick. E aos poucos, surgirá uma atração entre essas duas improváveis pessoas. Será que Kat, que já não acredita no amor, cairá nas garras desse Don Juan?
A química dos atores Debra Messing e Dermot Mulroney  como o casal Kat Ellis e Nick Mercer é ótima, eles são lindos e naturais.
Uma comédia para assistir com a família e se distrair à vontade. 


quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

AMOR SEM ESCALAS



Direção de Jason Reitman, o filme Amor Sem Escalas (EUA/2009) é o tipo da comédia dramática inteligente e que nos leva a refletir sobre os verdadeiros valores da vida.
Fala de laços afetivos, a importâncias da família e como conciliar com a profissão. Fala também de demissão, expectativas de vida e como se sentem as pessoas que perdem os empregos.
Esta excelente comédia com drama presente, tem uma história bem legal, roteiro bem construído, diálogos sagaz e com conteúdo moral, fotografia bacana e trilha sonora  super gostosa. E o elenco é de primeira, os atores George Clooney, Anna Kendrick e Vera Farmiga estão super afinados .
Ryan Bingham (George Clooney) é um executivo que tem como função demitir empregados de empresas, por isto vive viajando e sua casa praticamente são os hotéis. Ele não deseja manter relacionamentos estáveis por opção de vida e acredita neste estilo nômade de viver, sem criar raízes e vínculos afetivos.
Quando seu chefe contrata Natalie Keener (Anna Kendrick) para desenvolver um sistema de demitir pessoas através de videoconferência, Ryan se sente incomodado e preocupado em perder seu emprego. Tenta então convencer Natalie que este sistema de demissão à distância não irá funcionar.
Vale a pena rever e se deliciar com esta comédia  muito bem desenvolvida.



domingo, 6 de dezembro de 2015

P. S. EU TE AMO



O filme P. S. Eu Te Amo (EUA/2007), direção de Richard  LaGravenese, é uma comédia dramática com um romance melancólico e sensível.
Um filme delicado e tocante,  com flashbacks  que captam a energia do sentimento maior que é o amor, fotografia  com lindas paisagens da Irlanda  e uma trilha sonora que emociona.
Holly (Hilary Swank) tinha um casamento perfeito com o irlandês Gerry (Gerard Butler). Quando  Gerry morre, é como se a vida terminasse para Holly, que entra em depressão e não consegue  conviver com o luto. Mesmo contando com a ajuda de sua mãe e amigas, Holly vive presa às doces lembranças do passado.  
Mas Gerry deixou várias cartas para sua amada como se fosse uma charada,  que ajudarão Holly a se autoconhecer, tentar superar a perda do seu grande amor e entender que a vida é bela e junto com as perdas, há também os ganhos.
As cartas cheias de detalhes são o diferencial do filme, a cada leitura um retorno ao passado e descoberta para o presente. Uma linda história de amor, meio surreal, que através do riso e lágrimas, a plateia vivencia e torce pela protagonista.
Um  romance que nos leva à reflexão sobre o amor e o quanto a vida é efêmera, que devemos  aproveitar todos os momentos presentes com quem realmente amamos, pois não sabemos o que o futuro nos reserva. E que o verdadeiro amor não morre, fica guardado no coração e na alma para sempre. O que não significa que  não possamos superar e viver a vida de forma plena novamente.
Como diz o grande escritor português  Mia Couto - “Morto amado nunca para de morrer”.
Vale a pena rever esta linda história de amor com essa dupla de atores com uma identificação incrível.


quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

A DELICADEZA DO AMOR



Tem filmes que possuem uma leveza e suavidade na forma de se expressar que nos fascina. E é justamente isso que encontramos na comédia dramática A Delicadeza do Amor (França/2011), direção de de David Foenkinos e Stéphane Foenkinos
Filme que fala de perda e luto, sentimentos contidos, dor e solidão. Mas também fala de superação e  que temos que estar aberto para o amor, quando menos se espera  o cupido pode  flechar o coração.
Com uma história simples conhecemos Nathalie (Audrey Tautou), que ao perder seu companheiro, o grande amor de sua vida, se fecha para o mundo e encontra no trabalho um instrumento para conseguir conviver e superar a dor.
Um certo dia, Nathalie se surpreende ao se interessar por  Markus (François Damien), um colega de trabalho com características bem diferente do seu antigo amor. Será que vale a pena se dar uma segunda chance, sair de sua situação de conforto e  redescobrir a  beleza da vida e do amor sob uma ótica diferente?
Baseado no livro homônimo de David Foenkinos, com um bom roteiro e trilha sonora sentimental, este filme consegue abordar  temas fortes como perdas e luto, de uma forma leve e poética. O amor é mostrado de forma mais natural possível, sem muitos melodramas.
A atriz Audrey Tautou como sempre carismática e simpática como a protagonista Nathalie,  mostra que  o amor não tem hora para acontecer e o escolhido pode ser quem menos se espera. Vale a pena rever!!


sábado, 28 de novembro de 2015

A VISITA



O filme A Visita (EUA) tem direção e roteiro do indiano M.Night Shyamalan, conhecido por filmes como O Sexto Sentido e Corpo Fechado.
Um misto de terror e suspense em forma de sátira, como a parodiar os filmes de terror. Inovador, inteligente e cheio de surpresas,  ao mesmo tempo que diverte, a plateia se assusta e certas cenas leva até a angústia.
Becca e Tyler (Olivia DeJonge  e  Ed Oxenbould), de 15 e 8 anos, são irmãos e vão passar 7 dias com os avós maternos que nunca conheceram. Sua mãe (Kathryn Hann)  rompeu a relação com os pais ao deixar a casa aos 19 anos, para casar com seu pai. Becca adora cinema e que ser cineasta, e ver a oportunidade de realizar seu primeiro documentário sobre a vida de sua mãe.
Mas o que parecia ser uma semana de férias se transforma em uma experiência assustadora. O comportamento dos seus avós (Peter McRobbie e Deanna Dunagan) que a princípio parecia estranho, uma demência, passa a chocar os meninos, até se sentirem ameaçados, com perigo de vida.
Á medida que é contado como um documentário, os personagens  tremem junto com a câmera, e a tensão e o medo vai crescendo. 
Em certo momento fica meio arrastado, mas da metade do filme até o fim há vários acontecimentos que prendem a atenção da plateia, à espera de um  desfecho para entender melhor a situação. Que por sinal surpreende, muito bem sacado.
Um filme interessante, que leva a risos e tensão nervosa, com uma história estranha. E os atores mirins dão um ar divertido e natural.


quarta-feira, 25 de novembro de 2015

45 ANOS



O filme  45 Anos  (Reino Unido) direção de Andrew Haigh,  é um drama  que reflete sobre  casamentos duradouros, situações mal resolvidas  nas relações e como isso pode afetar mesmo passado muitos anos.
Um filme intimista, sofisticado e melancólico, uma bonita fotografia mas meio arrastado,  onde o olhar fala mais que as palavras. A dupla de atores protagonistas Charlotte Rampling e Tom Courtenay como o casal Kate e Geoff Mercer têm atuações  especiais, uma naturalidade que impressiona. Em particular Charlotte Rampling, que ilumina a tela com olhares precisos, demonstrações de ciúme, raiva, insegurança, sem precisar sequer uma palavra, como se o silêncio falasse mais alto.
O drama é passado em seis dias, de segunda a sábado, o casal Geoff Mercer (Tom Courtenay) e Kate Mercer (Charlotte Rampling)  na expectativa de celebrar  45 anos de casados, que culminará em uma festa com os amigos no sábado.
Na segunda feira, Geoff  recebe a notícia que o corpo do seu primeiro amor foi encontrado congelado nos Alpes  Suíços. Essa notícia abalará a relação de amor e cumplicidade deste casal, como também a forma do olhar no outono de suas vidas. Para Kate, uma grande decepção e para Geoff, um resgate de uma época atormentada  da sua juventude.
Como um casamento de 45 anos pode ser abalado por lembranças tão antigas, ao ponto de gerar uma crise neste casal e mudança no comportamento de ambos?
Recordar lembranças tão antigas será um resgate para este casal após tantos anos de silêncio, para o bem ou para o mal, necessários para o fortalecimento da confiança de ambos.





segunda-feira, 23 de novembro de 2015

MISTRESS AMÉRICA




Mistress América (EUA) é um filme cult , direção de Noah Baumbach, que segue a mesma linha do seu filme anterior “Frances Ha”.
Com diálogos inteligentes, divertido e acelerado, com certa ironia fala do papel da mulher na sociedade contemporânea, de amizade entre mulheres, aprendizagem mútua e como construir  sua história de vida. “Toda história é  uma história de traição”, com este lema mostra lições de vida de mulheres com ânsia de viver e realizar algo concreto,  com seus defeitos e virtudes como toda pessoa comum.
Tracy (Lola Kirke) nos seus 18 anos é uma caloura de Literatura na Faculdade de Nova York, com dificuldade de adaptação, que se sente isolada nesta grande metrópole. Sua mãe então propõe conhecer Brooke (Greta Gerwig), a filha de seu futuro padrasto. Este encontro gera uma química e sintonia imediata entre as duas jovens. Brooke, no auge dos seus 30 anos, tem a vivência e energia que Tracy procura, inclusive estimula Tracy a escrever um conto sobre a personagem de Brooke, eis o título do filme.
Brooke por sua vez, encontra em Tracy a plateia que precisava para se reafirmar. Será que a segurança  que a descolada Brooke demonstra, conseguirá se sustentar nos questionamentos da jovem Tracy?
Trilha sonora coerente com o roteiro do filme, boa fotografia, a plateia tem que sintonizar com a incoerência e expectativas de vida, crescimento e amadurecimento  profissional de duas jovens em gerações diferentes. Estilo de filme alternativo para quem se propõe a curtir comédia  moderna.


quarta-feira, 18 de novembro de 2015

HIPÓCRATES



A comédia dramática Hipócrates (França), direção de Thomas Lilti, assim como o título confirma, o Pai da Medicina,  é ambientada dentro de um hospital em Paris. Fala de Medicina, as dificuldades da profissão e os dilemas dos médicos em situações que fogem ao seu controle e a falta de estrutura do sistema de saúde na França. Fala de preconceito racial e como os médicos imigrantes são rebaixados como profissionais.
O jovem Benjamin (Vincent Lacoste) é um  estudante de Medicina e inicia seu internato em um hospital de Paris, onde seu pai Prof. Barois (Jacques Gamblin) ocupa um alto posto médico. Benjamin trabalha com Abdel Rezzak (Reda Kateb), médico residente imigrante, e como tal é obrigado a trabalhar como interno junto aos estudantes.
Quando Benjamin executa um procedimento incorreto no paciente Tsunami (Thierry Levaret) e este morre, a equipe tenta encobrir o seu erro. A partir daí Benjamin terá que lidar com suas dificuldades e ética médica em relação à profissão, e  entra em crise existencial.
Este longa com certo humor negro, faz crítica ao sistema de Saúde da França. A falta de equipamentos e materiais,  a falta de competência e abuso dos internos, pouca supervisão dos superiores, fica bem evidente no filme. Câmera na mão, parece que estamos em um seriado sobre um dia em um hospital. A Medicina é até vista "como uma maldição", como diz o médico Abdel Rezzak,  quando deve ser uma devoção.
Um filme regular, falta  empatia e emoção no personagem Benjamin protagonizado pelo jovem ator Vincent Lacoste.  E por ser  passado em ambiente claro, muitos diálogos ficam inteligíveis pela claridade.  




domingo, 15 de novembro de 2015

A COLINA ESCARLATE



O filme A Colina Escarlate (EUA) tem a direção de Guillermo Del Toro, conhecido por filmes  de terror fantástico, em especial O Labirinto do Fauno.
A jovem iniciante escritora Edith Cushing (Mia Wasikowska) vive em Londres com seu pai (Jim Beaver), um rico empresário . Apesar de ter muitos pretendentes, Edith, órfã de mãe desde pequena,  apenas se dedica a seu pai e a escrever histórias sobre fantasmas.
Ao conhecer o jovem Sir Thomas Sharpe (Tom Hiddleston), Edith se apaixona perdidamente por ele. Edith decide largar tudo e ir morar na Europa com Sir Thomas e sua irmã lady Lucille Sharpe (Jessica Chastain) em uma mansão em ruínas, numa região chamada colina escarlate.
Nesta casa mal assombrada  que parece ter vida própria, Edith será vítima da crueldade de sua cunhada  com a conivência do seu irmão, e passará a ter muitos pesadelos e alucinações, até descobrir os segredos escondidos por muitos anos nesta casa. 
Um romance de terror gótico cheio de simbolismos, cenário tecnicamente perfeito, uma casa horripilante com visual apurado; um ambiente mórbido, onde os fantasmas e outras criaturas permanecem e aparecem para a jovem Edith. O figurino é magnífico, as roupas com suas cores tem haver com os personagens, e a fotografia  brinca com o delírio e a alucinação. Enfim, um grande espetáculo estético numa relação de amor e obsessão neste triângulo amoroso.
A atriz Jessica Chastain  está esplendida no papel de Lady Lucille Sharpe, a irmã fria e cruel de Sir Thomas Sharpe.
O filme tem um ar clássico, com diálogos inteligentes  e um tom nostálgico, onde o suspense margeia os mistérios  da mansão mal assombrada.


quarta-feira, 11 de novembro de 2015

GRACE DE MONACO



O filme Grace de Mônaco (França/EUA/Bélgica) é um drama baseado em fatos reais  e ambientado na década de 1960, quando  Grace Kelly já tinha 5 anos de casada com o Príncipe Rainier III de Mônaco.
Nesta época  o casamento de Grace Kelly (Nicole Kidman) estava em crise; ela insatisfeita com a vida vazia e fútil que levava e o Príncipe Rainier III (Tim Roth) vivenciando um confronto político com a França, pois Charles de Gaulle queria que  Mônaco pagasse impostos para a França, senão invadiria  este principado.
Quando Grace Kelly recebe a visita de Alfred Hitchcock convidando-a para ser a protagonista de seu próximo filme, ela fica tentada a aceitar o convite.
Com um figurino impecável e deslumbrante, ótima atuação de Nicole Kidman, bonita fotografia onde mostra a opulência dos palácios e a linda cidade de Mônaco com seu formato ímpar, suas serras e mar de um azul privilegiado.
O longa mostra a lindíssima e popular atriz de Hollywood Grace Kelly como mártir e heroína ao mesmo tempo, com diálogos superficiais, sem se aprofundar nas questões nem no relacionamento do casal, soando meio artificial.
É meio estranho a Grace Kelly insegura e vulnerável  no seu casamento, de repente decidir encarar o seu papel de princesa, esposa e mãe de dois filhos, ajudando o esposo no impasse entre a França e Mônaco. E o Padre Frank Langella (Francis Tucker), confidente e grande amigo de Grace Kelly, muito a ajudou neste processo.
O tipo de filme que a plateia espera mais e em parte se decepciona, muito aguardado no Festival de Cannes 2014, sendo  bastante criticado. Apesar de meio novelesco, vale a pena assistir e conhecer essa figura charmosa e enigmática desta linda mulher que decidiu viver um conto de fadas, se é que ele existe.



segunda-feira, 9 de novembro de 2015

OS 33


Direção da mexicana Patricia Riggen, o filme Os 33 (EUA/Chile) é baseado no livro de Hector Tobar e conta a história real dos 33 mineiros que foram soterrados em uma mina no Chile.
Agosto de 2010, Capiapó, Chile. Esta tragédia bastante conhecida e divulgada no mundo inteiro, onde 33 mineiros ficaram presos e soterrados em uma mina a 700 metros abaixo do nível do mar por 69 dias. O racionamento de àgua e comida, o calor excessivo, a tensão e stress dos mineiros em local chamado refúgio, liderados por Mario Sepulveda (Antonio Banderas) é colocado de forma emocionante, ao mesmo tempo que conta as subtramas  da vida desses homens. O ministro da Energia do Chile, Laurence Golborne (Rodrigo Santoro), com sua persistência  e humanidade, muito ajudou no processo para o sucesso dessa empreitada que parecia impossível, onde o tempo e problemas técnicos  iam contra o êxito dessa missão comandada pelo engenheiro Andre Sougarret (Gabriel Byrne).
Um drama feito com emoção através de fatos reais, surpreendente e angustiante em muitos momentos. Efeitos visuais tecnicamente bem feitos, de um lado  vemos a saga desses mineiros chilenos, e por outro a omissão do governo chileno e da empresa mineradora.  Interessante observar a forma como o povo latino reage a esta catástrofe, a comoção da população e a dor dos familiares e amigos, tendo ao fundo uma trilha sonora latina com instrumentos de sopro, muito legal.
Os atores  em geral fazem um bom trabalho de interpretação e a atriz Juliette Binoche faz uma pequeno papel como Maria Segovia, a irmã de um dos mineiros soterrados.
Nos créditos finais, muito bacana conhecer os verdadeiros heróis que não se deixaram derrotar por uma tragédia de tão grande proporção.




domingo, 25 de outubro de 2015

PONTE DOS ESPIÓES



Direção de Steven Spielberg, o filme Ponte dos Espiões (EUA) é um drama com suspense baseado em fatos reais.
Passado em 1957, fala de espionagem entre as potências EUA e URSS durante a Guerra Fria.
James Donovan (Tom Hanks), um advogado especializado em seguros  é convidado para defender Rudolf Abel (Mark Rylance), um espião soviético preso nos EUA. Apesar do direito de todo cidadão a uma defesa justa, o advogado Donovan passa a ser hostilizado pela população americana e a sofrer risco de vida, como também  sua família. Quando um espião americano é capturado pelo inimigo, Donovan é enviado a Berlim para negociar a troca de Abel pelo prisioneiro americano.
Com diálogos detalhados para o entendimento do público, assistimos um verdadeiro embate entre essas  duas potências. Com fotografia ímpar e ótimo roteiro dos irmãos Joel e Ethan Coen, assistimos  uma trama bem elaborada. A primeira parte do filme tem um ritmo lento, um pouco monótono, mas o suspense e ação chega ao clímax na segunda parte, quando Donovan torna-se parte fundamental na troca dos espiões. 
Os atores Tom Hanks e Mark Rylance como o advogado humanista e o espião soviético, dão um show de interpretação, constroem personagens marcantes nesta história real.
Filme fascinante com tema sério, fala de forma otimista de direitos humanos e ética  e descreve fatos importantes da política mundial.
Como diz o advogado James Donovan, de acordo com a constituição americana “ todo ser humano tem direito a uma boa defesa”. Mesmo que isto cause problemas até no próprio Governo e preconceito social.


quarta-feira, 21 de outubro de 2015

ATÉ O FIM



O filme Até o Fim (EUA/2014) direção de J.C. Chandor, é um drama com certo suspense, que fala da vida e do indivíduo diante da possibilidade da morte.
É a história de um solitário e experiente navegador  de idade avançada, cujo veleiro sofre uma colisão em um container em pleno Oceano Pacífico. A partir dessa premissa, este homem terá que superar várias dificuldades e aflições, desde a destruição do seu veleiro até a ameaça de tubarões e correntes marítimas.
Um filme lento com um único personagem que nem sabemos o nome, em luta contra a morte, mas que jamais perde a esperança. Não tem fala nem flashbacks, só as reações do personagem protagonizado pelo ator Robert Redford. E mesmo sem fala, a gente entende o que o personagem está passando, como se fosse algo real.
A fotografia aliada ao sons dá uma verdadeira linguagem ao filme e é emocionante observarmos  este homem diante da sua  possível mortalidade. E o ator Robert Redford  tem um desempenho notável, uma presença carismática e cheia de magnetismo, rosto expressivo que traduz os sentimentos deste solitário navegador.
Drama que fala de vida e mortalidade, perseverança, paciência e coragem, o instinto de sobrevivência do homem diante das dificuldades. Confrontamos com a solidão diante da imensidão do oceano, algo real e metafórico ao mesmo tempo. E o final redentor é algo soberbo. Para alguns pode ser monótono, mas  um filme técnicamente bem feito e com delicado ensinamento para quem assiste.


segunda-feira, 19 de outubro de 2015

UM SENHOR ESTAGIÁRIO


Um Senhor Estagiário (EUA), direção de Nancy Meyers, é uma comédia gostosa e divertida de assistir.
Jules Ostin (Anne Hathaway) é uma  jovem chefe de uma empresa moderna  nascida na internet e que em poucos meses  fez um estrondoso sucesso e cresceu bastante. Quando a empresa decide contratar estagiários seniors, o viúvo  aposentado Ben Whittaker (Robert de Niro) é um dos escolhidos  e vai trabalhar justamente com Jules, que é uma chefe centralizadora.
A partir desta sinopse acontece várias situações  engraçadas entre  a chefe e o estagiário, e a maturidade e o bom senso de Ben irá ajudar Jules, com sua jovialidade e hiperatividade.
Fala de ética, hierarquia, feminismo, a posição da mulher moderna e independente no mercado de trabalho e suas dificuldades para conciliar trabalho e família. Mostra a necessidade do idoso de preencher sua vida e  sentir-se útil à sociedade.  Mas não se aprofunda nas questões, principalmente no relacionamento de Jules e seu marido, e nesta simplicidade exagerada, o filme perde um pouco do equilíbrio.
A dupla de atores Robert de Niro e Anne Hathaway estão  muito bem entrosados, ele consegue dar um toque paternalista na relação e se torna o ponto de equilíbrio entre os jovens da empresa. Interessante a cena quando Ben e Jules se hospedam no hotel e ficam confabulando no quarto, falando da vida e suas dificuldades.
Uma comédia simpática e cativante, que agrada de imediato o público, feita realmente para divertir.


quarta-feira, 14 de outubro de 2015

VIVER É FÁCIL COM OS OLHOS FECHADOS



Direção de David Trueba, o filme Viver é Fácil com os Olhos Fechados (Espanha) é uma comédia  dramática leve e nostálgica, ganhou seis prêmios Goya na Espanha e concorreu ao Oscar 2015 de Melhor Filme Estrangeiro.
Ambientado na década de 60, tendo como pano de fundo a ditadura de Franco, mostra a cultura e princípios cristãos da Espanha, a forma  de educação arcaica da época.
O simpático e simplório professor de inglês Antonio (Javier Câmara) é fanático pelos Beatles, em especial John Lennon.  Ao  saber que o próprio John Lennon estará gravando um filme na Província de Almería, Antonio decide ir atrás do seu sonho, tentar conhecer e conversar com seu ídolo. No trajeto conhece a jovem e doce Belén (Natalia de Molina), grávida de três meses e solteira, sem rumo nesta fase conturbada de sua vida, tentando descobrir o que realmente deseja. E o adolescente de 16 anos Juanjo (Francesc Colomer), que decidiu fugir de casa por não aceitar a educação autoritária de seu pai, também se junta a Antonio. E é justamente este trio, três personagens distintos e com questões pessoais tão diferentes, que neste road movie trocarão experiências e terão aprendizados para sua vida. 
O ator Javier Câmara retrata muito bem o professor  simplório e atrapalhado, mas os outros dois personagens deixam a desejar, falta certo carisma e expressão corporal.
Com esta mensagem positiva e imprimindo um ar nostálgico, um filme que fala de sonhos e a coragem de correr atrás do que realmente  acredita e deseja. Lento, fotografia ensolarada e música agradável, ainda mais quando ouvimos o som dos Beatles, toca os nossos corações com leveza e suavidade. Filme para uma tarde agradável  sem maiores pretensões.


terça-feira, 13 de outubro de 2015

PERDIDO EM MARTE



Direção de Ridley Scott, conhecido por filmes de peso como Alien, o 8º Passageiro, Thelma e Louise, Gladiador dentre outros, o seu novo filme Perdido em Marte é daqueles blockbuster gênero ficção científica,  divertido e com uma visão utópica e  inteligente da ciência.
Estrelado por Matt Damon no papel do protagonista o astronauta Mark Watney, ele realmente é a sensação do filme, um humano charmoso  solitário no planeta vermelho.  Com muito talento e humor ele consegue captar  a interessante história  baseada no best-seller homônimo de Andy Weir.
Conta a história de uma tripulação da Nasa  com a missão de explorar o planeta Marte, comandada por Melissa Lewis (Jessica Chastain) Ao ocorrer uma tempestade, o grupo é obrigado a abortar a missão e o astronauta Mark Watney (Matt Damon), ferido na tempestade e considerado morto, é deixado  em Marte. O diretor da Nasa Teddy Sanders (Jeff Daniels) é obrigado a anunciar ao mundo a sua morte, gerando uma verdadeira comoção. Acontece que Mark não morreu  e a partir daí começa sua jornada de sobrevivência em um planeta inóspito.
Com clichês previsíveis, mas de forma bem humorada e até divertida,  o personagem é construído com um bom roteiro, fotografia com lindas imagens, apesar do 3D deixar a desejar. E a trilha sonora faz o diferencial, para que o filme não caia na monotonia.
Uma  aventura espacial  que fala de perseverança, determinação e de acreditar e persistir no que se deseja; de solidariedade entre as pessoas e as nações. E é claro, bem americanizada.


domingo, 4 de outubro de 2015

AFINADO NO AMOR


Sempre é bom relembrar uma boa comédia, Afinado No Amor  (1998/EUA), direção de Frank Coraci  é uma desses casos de amor, a gente assiste e não esquece.
Robert J. “Robie” (Adam Sandler) é um cantor de eventos, principalmente de casamentos. Ao ser abandonado pela noiva Linda (Angela Feathestone) no altar, Robie  entra em tristeza e depressão e deixa de acreditar no amor. Até que um dia êle conhece Julia ”Jules” Sullivan (Drew Barrymore) e o cupido flecha seu coração. Só que Jules é noiva e também está desiludida, pois foi traída pelo noivo. Enfim, dois desiludidos pelo amor tentando uma nova chance, será que dará certo?
Uma história  simples e singela, assim como acontece na vida real, colocada de forma tão agradável e sutil, que toca a nossa emoção.
A química entre os atores Adam Sandler e Drew Barrymore é imediata, flui de forma  leve e juvenil. Passado nos anos 80, interessante observar o visual, os hábitos e costumes daquela época, a moda, os cortes de cabelo. E a música é muito simples e legal, enfim, um filme que vale a pena rever, nos faz voltar para uma época onde a música romântica alcançava os corações das meninas.



quarta-feira, 30 de setembro de 2015

COMO SE FOSSE A PRIMEIRA VEZ


Quando lembramos de uma comédia romântica inesquecível, Como Se Fosse a Primeira Vez (EUA/ 2004), direção de Peter Segal, se enquadra perfeitamente bem.
Henry Roth (Adam Sandler) é um veterinário mulherengo que mora no Havaí e consegue conquistar todas as garotas que deseja. Quando Henry se apaixona perdidamente por Lucy Whitmore (Drew Barrymore), o seu intuito é conquista-la, só que Lucy sofre de falta de memória curta, o que a faz esquecer diariamente tudo que ocorreu no dia anterior, eis a enrascada que Henry se meteu. Henry então resolve a cada dia conquistar a linda Lucy de forma inusitada, sempre relembrando algum fato do dia anterior. Imagine que suplício para a pessoa amada, no dia seguinte perceber que sua namorada não se lembra do que ocorreu entre eles até aquela data, ufa...
Comédia romântica inteligente, leve, divertida, com diálogos sagaz, em contexto bem diferente da maioria das comédias. Com roteiro original, ótima trilha sonora e uma fotografia que mais parece um passeio turístico pela linda ilha do Havaí.
E o atores Adam Sandler e  Drew Barrymore estão maravilhosos e carismáticos neste par romântico, o que leva a plateia a não esquecer quando Henry canta "Esquecida Lucy" para sua amada. Nos leva a entender o verdadeiro significado do amor, é uma conquista diária, uma planta a ser regada todos os dias para sobreviver as tempéries da vida.
Vale a pena passar uma tarde reassistindo esta doce comédia romântica. 


domingo, 27 de setembro de 2015

JUNTOS E MISTURADOS


Comédia romântica com a dupla de atores Adam Sandler e Drew Barrymore, o filme Juntos e Misturados (EUA/ 2014) direção de Frank Coraci,  é de  um humor leve e divertido.
Jim (Adam Sandler) é um viúvo com dificuldade em criar suas três filhas, que se encontra com Lauren (Drew Barrymore), recém-divorciada  e com dois filhos,  em um resort de luxo na África. Eles já se conheciam antes em situação inusitada e se detestaram. Agora terão que conviver neste resort e participar da programação em conjunto com os filhos. Será que esta dupla dará certo com tantos filhos? Ou surgirá uma oportunidade de se conhecerem melhor ?  Ocorrerá uma atração  entre este casal?
Com os clichês já conhecidos do público, um humor gratuito e engraçado onde a sutileza existe, mas não alcança o desejado. A  química ocorre com o  elenco formado por adultos e crianças, sempre gostoso o lado infantil da história.
Apesar da locação em local tão exótico, com brincadeiras e atrações locais, poderia ser mais explorado os cenários da África do Sul e seus safaris tão legais.
Os atores Adam Sandler e Drew Barrymore já são conhecidos por formarem par em outras boas comédias românticas como Afinado no Amor e Como se Fosse a Primeira Vez, vale a pena conferir.
Um filme para assistir em família no final de tarde, nada fora do comum mas sempre bom se divertir e dar boas gargalhadas com este par romântico. 


quarta-feira, 23 de setembro de 2015

NOCAUTE



Direção de Antoine Fuqua, o filme Nocaute (EUA) é um drama intenso  ligado ao esporte, no caso um lutador de box. Alternando drama com lutas de box, um filme frenético onde mostra a violência desse esporte, e ao mesmo tempo fala de poder, valores morais e da família, amor, perdas, frustrações, humildade e superação.
Com boa direção e roteiro interessante, apesar de clichês já esperado nesse estilo de filme; fotografia frenética, câmera trêmula nos personagens, as lutas parecem reais e a plateia vibra junto com os personagens. E a trilha sonora é muito significativa, acompanha e ajuda a reforçar os momentos dramáticos e das lutas, que parecem reais.
Billy Hope “the Great” ( Jake Gyllenhael) é um astro do box com suas 43 lutas invictas e tem na família o seu suporte emocional. No auge da fama, a tragédia destrói a vida de Billy, com a perda da sua esposa Maureen Hope (Rachel MacAdams) e a guarda da filha Leila (Oona Laurence). No ostracismo, sem o poder do dinheiro e suporte familiar, Billy terá que lutar pela sua redenção para reconquistar sua filha e voltar ao box. Contará para isso com a ajuda do técnico aposentado Titus Willis (Forest Whitaker), que o ensinará a lidar com regras e a comandar seu corpo e seu cérebro.
O elenco está excelente, uma química incrível, entrega total aos papeis em especial o ator Jake Gyllenhael como o lutador Billy Hope, um homem rude e inseguro, mas meigo sem exageros nos momentos dramáticos.  Uma pessoa com infância difícil, que veio de um orfanato e só aprendeu na vida a lutar, sua mulher  é que gerenciava toda sua vida , era o seu baluarte.
Apesar de ser o tipo de filme já conhecido do público, consegue superar a maioria pela condução  do drama  que aguça a curiosidade da plateia e a excelente atuação dos atores.




segunda-feira, 21 de setembro de 2015

DE CABEÇA ERGUIDA


Direção de Emmanuelle Bercot, o filme De Cabeça Erguida (França), no original La Tête Haute, abertura do Festival de Cannes 2015, um drama com  temática social sobre a delinquência infanto-juvenil e como o Estado  deve intervir nesses casos.
A juíza Florence Baque (Catherine Deneuve) acompanha o jovem Malony (Rod Paradot) por 10 anos, a partir dos seis anos de idade.  Criado em ambiente hostil com  mãe ( Sara Forestier) viciada em drogas, agressiva, com vários parceiros, Malony se torna um delinquente juvenil que rouba carros, agride pessoas e transgride regras sociais.  Com temperamento agressivo e explosivo, o garoto coloca a culpa de suas dificuldades na sociedade e não deseja mudança para si. Também um menino que ouvia da mãe que criou um monstro, o que se tornar? A juíza Florence o encaminha para o Centro de Recuperação de Delinquentes Juvenís e Yann ( Benoit Magimel) passa a ser seu tutor e enxerga em Malony o que ele foi no passado. Sobre esses personagens paira sentimentos de afeto mesmo que não sejam verbalizados.
Malony é obrigado pelo Estado a cumprir regras que nunca aprendeu no convívio familiar, esta é sua maior dificuldade pelo seu espírito  brutal e transgressor.
Um filme sombrio, angustiante para quem assiste, a observar nos atos do adolescente Malony, um retorno de como sua mãe sempre o tratou. Isso se evidencia até na fotografia escura, nos momentos que ilumina sentimos como se houvesse uma luz no final do túnel, este é o querer da plateia.
O adolescente escuta da mãe e da própria sociedade,  palavras duras e agressivas e torna-se o que já foi pré julgado a seu respeito. As idas e vindas no tribunal e nas estruturas carcerárias do Estado fazem parte da adolescência deste menor.
O maior interesse do filme é mostrar além do drama do adolescente, o outro lado da moeda, o sistema de reabilitação de jovens do Estado francês e como este pode e deve intervir em casos sociais de forma humanizada, colocando o menor acima de tudo.
Um filme de tensão, onde os atores conseguem passar a angústia e pressão que estão vivenciando, uma mensagem otimista sobre as obrigações do Estado com a sociedade, a começar em infância assistida.


quarta-feira, 16 de setembro de 2015

LOVE


           
                              

O filme Love (França)  é o tão esperado e polêmico drama erótico  com cenas de sexo explícito em 3D, do diretor Gaspar  Noé, conhecido pelo filme Irreversível (2002) onde ocorre uma cena de estupro  com Monica Bellucci. Love foi uma das maiores bilheterias do Festival de Cannes deste ano.
Murphy (Karl Glusman) é um jovem cineasta americano que mora em Paris ao lado da mulher Omi (Klara Kristin) e seu filho de 1 ano . A insatisfação com a vida atual o leva a frustração e depressão , e quando recebe o telefonema da mãe de sua ex-namorada e grande amor Electra (Aomi Muyock) que está desaparecida há meses, a angústia toma conta de Murphy e as lembranças com Electra afloram em sua mente. Uma viagem através do tempo  principalmente dos momentos de intimidade e sexo sem pudor do casal, com suas fantasias e fetiches.
Uma história de amor entre dois jovens, onde o sexo domina a relação. Já na primeira cena nos defrontamos com sexo frontal explícito, um choque para a plateia mas o objetivo do diretor é mostrar um sexo bem feito, como se fosse uma arte, preocupado com a iluminação e a fotografia, como a quebrar tabus ao mostrar um ato sexual na sétima arte, imagine em 3D. Até a metade do filme há  uma certa curiosidade do público, mas quando ultrapassa a linha tênue entre o belo e a luxúria, do amor sexual para o doentio com cenas repetitivas, banalizando o ato sexual com todo tipo de perversão, chega-se a ouvir risinhos da plateia em certas cenas.
O diretor teve  preocupação com a estética nas cenas eróticas do casal Murphy e Electra, inclusive a cena com a vizinha Omi é realmente bonita,  mas o ator Karl Glusman  não tem carisma nem emoção interior para segurar o filme em outros momentos. Imagino a dificuldade do diretor em encontrar atores para estes papeis, onde ficam tão expostos fisicamente.
Filme que fala de amor, traição, jogos sexuais, ciúme, insegurança e o quanto a insatisfação íntima pode leva a drogas e  perdas na vida.
Sem dúvida um filme audacioso com erotismo pornográfico, uma verdadeira maratona sexual, onde dois jovens apaixonados se perdem através do sexo, tornando-se um amor doentio. E para a plateia haja fôlego e paciência para assistir algo que deixa de ser excitante para se tornar melancólico e monótono.
Afinal o amor deve ser construído e cultivado em bases sólidas e o sexo é a mola complementar. Mas em excesso, quando beira a tara ao ponto de necessitar de fetiches, vários parceiros, drogas, perde-se a motivação do amor.