quinta-feira, 23 de maio de 2013

UMA GARRAFA NO MAR DE GAZA




 Este drama  produção França, Israel e Canadá, do diretor Thierry Binisti, conta a história da jovem judia francesa Tal, que mora com seus pais e irmão em Jerusalém e não compreende as agressões e atentados dos povos vizinhos  israelenses e palestinos, que já perdura há anos,  de caráter político e religioso . Intencionada pela vontade de conhecer o que seu pseudo inimigo pensa e sempre visando a paz , pede a seu irmão para jogar uma garrafa no mar, com uma mensagem e seu e-mail.
À 75 km., na Praia de Gaza , o jovem palestino Naim acha a garrafa e o bilhete, e daí se inicia uma correspondência entre estes 2 jovens, a princípio desafiadora pelas convicções e depois pelo mesmo desejo de viverem um mundo melhor, sem bombas, sem dominações, sem guerra, sem humilhações.
Incentivado o jovem Naim começa a freqüentar um curso de francês e com isto uma porta que parece inacessível se abre, com o vislumbre de conhecer um mundo exterior, no caso, Paris.
Há um desejo inconsciente dos jovens de se conhecerem em território neutro para viverem aquela amizade, e compreender melhor os dois lados desta história conflituosa que se arrasta há anos, entre esses dois povos tão próximos e que não conseguem chegar à uma reconciliação de  paz.
Este é um filme que fala sobre o valor do ser humano, do medo, da não aceitação que tanto ódio possa existir entre dois povos, enfim, uma mensagem de paz no meio de tanta rivalidade neste cenário de destruição e sofrimento, que nós, do Ocidente, temos certa dificuldade de assimilar. E o olhar dos mais jovens sobre este conflito de Israel e Palestina,  incompreensível aos seus olhos, o filme não tem o desejo de questionar o porque desta guerra sem fim, mas de forma sutil e suave, as dificuldades de entendimento e a paz que os jovens almejam viver.
Este drama mostra o contraste entre o cotidiano da juventude israelense e a falta liberdade e de perspectiva de vida tolhidos pela tradição religiosa, dos jovens palestinos. E neste cenário surge caminhos de reconciliação através de uma história de amor de jovens separados por cultura e padrões de vida tão diferentes.
Este filme foi destaque no Festival Varilux de Cinema Francês, a atriz francesa Agathe Bonitzer, protagonista, é de uma beleza singela e atua de forma bem natural. O filme tem diálogos pequenos mas sutil,  e nos leva a pensar na inutilidade das guerras e  um  mundo de paz para todos os povos.






Um comentário:

  1. Gostei demais desse filme, exatamente por mostrar a situação dos jovens que nascem em meio ao conflito, para eles, em parte, incompreensível. A eterna rivalidade entre Israel e Palestina leva Tal e Naim a buscarem entender os lados opostos em que se encontram nesse cenário que, como você disse, também "nós, do Ocidente, temos certa dificuldade de assimilar". Como Naim que, ao menos os jovens tenham oportunidade de mudar destinos previamente traçados, alheios a sua vontade.
    Na mesma linha, bom é ver junto o excelente "O filho do outro", complementam-se.

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