segunda-feira, 1 de julho de 2013

ADEUS MINHA RAINHA




Um filme de época francês ( produção França/Espanha) do diretor Benoit Jacquot que retrata um tema já visto várias vezes em cinema, a Revolução Francesa e seus arredores, ambientada  no Palácio de Versailhes, os três últimos dias antes da Queda da Bastilha como estopim da Revolução Francesa, em Julho de 1789.
Este drama narrado pela jovem e devotada servente da rainha Maria Antonieta, a bela Sidonie Laborde (interpretada pela atriz Léa Seydoux), a leitora oficial da rainha,  e que executa a sua função com total zelo e devoção,  sentindo-se honrada com este ofício que lhe coloca sempre perto e à disposição da rainha.
Esta jovem que está sempre à postos da sua venerada rainha, entretanto sente-se incomodada e enciumada pela proteção e paixão que a  rainha Maria Antonieta mantém  pela duquesa  Gabrielle de Polignac (Virginie Ledoyen). Aí já nos vislumbra um triângulo amoroso que em vários momentos só fica na nossa imaginação, pelos diálogos, aflições, emoções expostas, mas principalmente pelos olhares. Em algumas cenas o toque entre a rainha e a serviçal nos conduz a um amor platônico da bela serviçal pela sua rainha, por quem é capaz de tudo.
A cena em que a bela serviçal é obrigada a se despir por outra dama de companhia perante Maria Antonieta é de uma tristeza e sensibilidade ímpar, como a desnudar não só o corpo, mas a sua alma também.
O filme fixa neste drama mostrando com detalhes os bastidores do Palácio de Versailhes, no que diz respeito à vida dos nobres, funcionários e serviçais que trabalham para a rainha Maria Antonieta, austríaca casada com o rei Luís XVI , a convivência dessas pessoas sempre a postos para a servir, em todas as suas necessidades e caprichos. Mostra as conversas e fofocas dos empregados, alheios ao que acontece em Paris, e passam a ter conhecimento por boatos e conversas que chegam até o palácio, sobre os acontecimentos antes da Queda da Bastilha.
O filme não se propõe a mostrar os fatos e como ocorreu a Revolução Francesa com a Queda da Bastilha. O filme explora o sentimento desta jovem fiel e admiradora de sua rainha, a paixão da rainha por outra pessoa, a duquesa Gabrielle, e o que a lealdade e fidelidade é capaz de  levar uma pessoa. O filme quer nos falar de um amor platônico capaz de tudo por lealdade a outrem, a quem a jovem deseja ser útil e servir incondicionalmente.O fato das cenas serem mostradas por uma ótica nova, pelo olhar de uma serviçal torna o filme interessante,  e a bela atriz Léa Seydoux interpreta de forma perfeita, com seu olhar lânguido e triste, numa demonstração de sentimento reprimido.
A rainha Maria Antonieta tem na linda Diane Kruger, uma pessoa fútil, frágil e angustiada, vulnerável, com suas manias beirando à loucura, com inclinações lésbica, preocupada apenas com o seu amor por outra mulher, no momento em que o mundo em torno dela está se desmoronando.
Xavier Beauvois interpreta o rei Luís XVI, com uma participação pequena, mas decisiva  para o desenrolar da história.
O filme, inspirado no livro de Chantel Thomas, tem um desenvolvimento lento, que vai crescendo até os momentos finais, com uma trilha sonora de Bruno Coulais adequada ao ritmo do filme, mas que poderia ter um pouco mais de ritmo e aprofundamento das personagens, tornando-se um pouco monótono.
Vale ressaltar o figurino de época impecável e cenário bem adequado ao que se propõe, e como disse o diretor, ¨a atriz mais cara do filme foi o cenário, o Palácio de Versalhes¨, que é mostrado de forma verossímil e bem ampla.
O conhecido diretor Benoit Jacquot  fez vários filmes como Villa Amália, No fundo da floresta, Sade e Até Já.
O filme Adeus minha Rainha concorreu no Festival de Berlim 2012, e ganhou 3 César, de Melhor Fotografia, Figurino e Cenografia no Festival da França 2012.





2 comentários:

  1. Excelente Comentário.
    Parabens Márcia.
    Bjs.
    Sueli Amado.

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  2. Que o comentário te estimule a assistir o filme, um abraço.

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