quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

BOB ESPONJA - UM HERÓI FORA D'AGUA


Bob Esponja – Um Herói Fora D’Àgua (EUA),  direção de Paul Tibbitté uma animação com aventura, em  tom de comédia, um humor descompromissado só para distrair a criançada.
A história se passa na Fenda do Biquíni, onde Bob Esponja é o funcionário padrão da Lanchonete do Siri Cascudo, e o hambúrguer de siri é a atração da alimentação .
Quando a fórmula do hambúrguer de siri é roubada, Bob Esponja junto com sua turma e o ambicioso Plankton, se incumbem de descobrir quem foi o autor do roubo. Até o pirata Barba Burguer (Antonio Banderas) vai querer a fórmula roubada. E todos os bichos da Fenda do Biquíni ficam em polvorosa com a falta do hambúrguer de siri.
De forma ingênua temos uma aventura com Bob Esponja e sua turma, uma história surreal  em 3D, sem muita apelação. Com muitos personagens e histórias ao mesmo tempo, conteúdo meio desconexo, falta ritmo, o que torna meio entediante.
Tem momentos live action  onde entram personagens reais e também quando eles viram super-heróis, são momentos interessantes, com uma técnica gráfica bacana. A questão é a quantidade de personagens, a plateia se perde nesta confusão de histórias. Se compararmos ao Bob Esponja - o Filme (2004), este realmente deixa a desejar.
Apesar de meio chatinho, as piadas levam as crianças a vários momentos de gargalhada. E Bob Esponja realmente  é  a vida da animação.





domingo, 22 de fevereiro de 2015

SNIPER AMERICANO



O filme Sniper Americano (EUA), direção de Clint Eastwood, é uma adaptação do livro homônimo “American Sniper. The Autobiography of the Most Lethal Sniper in U.S. Militar History”.
Conta a trajetória de Chris Kyle (Bradley Cooper), um exímio atirador de elite das Forças Especiais da Marinha Americana, que recebeu várias condecorações por sua atuação na Guerra do Iraque, com um histórico de 160 mortes. Sniper é um atirador de elite que tem a função de proteger sua tropa nas incursões no Iraque, e era assim que Chris Kyle se sentia, no dever de defender seus companheiros e sua Pátria.
Um drama de guerra tenso, envolvente, com bela fotografia e trilha sonora. Filme patriota, foca no sentido americanizado de que os iraquianos eram selvagens terroristas e os americanos heróis, por combaterem no Iraque, principalmente após o atentado terrorista  às Torres Gêmeas em setembro  de 2001.
Chris Kyle, conhecido como “A Lenda”, decidiu se alistar aos 30 anos, justamente após presenciar pela TV o ato terrorista das Torres Gêmeas. Por 4 vezes ele foi em missão ao Iraque, e mesmo quando voltava para casa, para junto de sua mulher Taya Kyle ( Sienna Miller) e filhos, Kyle continuava sua guerra íntima, se sentia deslocado como se tivesse obrigação de retornar para junto dos companheiros de combate, para defendê-los a qualquer custo.
Com excelente performance o ator Bradley Cooper dá vida ao protagonista (é também produtor do filme), um rapaz texano que queria ser cowboy e decide ajudar sua Pátria, e por sua habilidade com armas se tornou o atirador mais letal da história americana.
Filme com ótimo roteiro, mescla cenas fortes e impactantes da Guerra do Iraque com o conflito interno de Chis Kyle, que como atirador de elite tinha o poder de decisão sobre suas ações, de salvar ou matar  terroristas, e os traumas que os combatentes carregam pro resto da vida. A sequencia inicial do filme já mostra o que nos espera, quando ele tem que decidir se atira ou não em uma mulher e uma criança, um suspense brutal e angustiante.
O filme reforça a ideia de que lutar contra o terrorismo é um ato heroico dos americanos. Mas qualquer guerra é odiosa, não existe vencedor ou perdedor, mas sobreviventes, que irão carregar este fardo para o resto de suas vidas.
Concorrente ao Oscar 2015 com 6 indicações, inclusive de Melhor Filme e Melhor Ator.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

O EXÓTICO HOTEL MARIGOLD - Mostra + 60



O Exótico Hotel Marigold (Reino Unido/2012), direção de John Madden, é uma comédia  dramática  agradável e charmosa, tendo a  beleza e o exotismo da Índia como cenário para um grupo de idosos com desejo de mudança pessoal.
Com uma história simples, roteiro enxuto e boa fotografia,  acompanhamos um grupo de pessoas da terceira idade em viagem de turismo à Índia através de um anúncio interessante do Hotel Marigold. Cada pessoa do grupo tem um objetivo diferente na decisão desta viagem. Muriel (Maggie Smith) precisa realizar uma cirurgia; o casal Douglas (Bill Nighy) e Jean (Penélope Wilton) estão em crise conjugal; Evelyn (Judi Dench) faz sua primeira viagem sem a família devido viuvez recente; o aposentado juiz Graham (Tom Wilkinson) vai em busca de recordações antigas. Todo este grupo vai ser ciceroneado pelo empolgado Sonny (Dev Patel), administrador do Hotel Marigold, tendo como cenário uma Índia multi colorida.
Filme simpático com temas inerentes a pessoas da terceira idade, diálogos bons mas sem desejo da aprofundamento, o típico humor inglês presente mesclado com certa dose de emoção leve. Um elenco afiadíssimo com atores idosos, em especial Judi Dench muito natural e deslumbrante nesta comédia.
Uma reflexão sobre a importância de sonhar e viver novas sensações em qualquer época da vida, e que as pessoas da terceira idade podem e devem ter domínio do seu destino, inclusive para iniciar novos projetos pessoais, e porque não?

domingo, 15 de fevereiro de 2015

E SE VIVÊSSEMOS TODOS JUNTOS?



Direção e roteiro de Stéphane Robelin, o filme E se vivêssemos todos juntos? (França/2012) é uma comédia dramática agradável, envolvente e divertida, sentimental sem ser piegas.
Conta a história de cinco amigos há mais de 40 anos que tomam a decisão de morarem juntos, por problemas financeiros, solidão e doença, diminuindo a sobrecarga para os filhos e evitando que os coloquem em um asilo. O grupo é formado por dois casais, a espirituosa  Jeanne ( Jane Fonda), casada com Albert (Pierre Richard) portador do Mal de Alzheimer e Annie (Geraldine Chaplin) casada com o conservador e machista Jean (Guy Bedos). Para completar o time, o amigo Claude (Claude Rich), um solteirão convicto que adora mulheres e está sempre às voltas com prostitutas. Cada um com sua personalidade e característica própria,  juntos trarão recordações antigas que farão parte desta nova etapa da vida deles.
Elenco formado por pessoas idosas, o que  é notável na sétima arte, e com excelentes atuações, em especial a bela atriz Jane Fonda, com ótimo sotaque francês.
Um bom roteiro, fotografia e trilha sonora agradável, mescla boa dose de humor com momentos dramáticos. De forma realista aborda temas sérios, como os idosos se sentem ao perder o controle sobre a sua vida e são colocados em asilos; doenças como Alzheimer, conviver com a eminência da morte, algo real de quem vive o outono da vida. Desapego, erotismo e sensualidade na terceira idade, e que existe preconceito inclusive por parte dos familiares.
Mostra que os idosos também gostam de sair e se divertir, que podem amar, ter vida sexual ativa, e não ser considerado como um inútil. Que a experiência de vida traz valores reais que devem ser valorizados, inclusive pelas pessoas mais jovens.
Apesar de não se aprofundar demais nos temas acima, nos leva à reflexão de que a idade avançada chega para todos e o importante é não se deixar abater pelos melindres e outras questões inerentes à velhice, vivenciando de forma plena cada estágio da vida.


quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

CORAÇÕES DE FERRO




Corações de Ferro (EUA), direção e roteiro de David Ayer,  é um dramático filme  passado no final da 2ª. Guerra Mundial e enfoca a estratégia das equipes americanas lutando contra os alemães em território alemão, em especial  cinco homens em um tanque de guerra denominado Fury (nome original do filme), cada um com personalidade peculiar e com reações diferentes em situações de stress.
Sob o comando do corajoso e  embrutecido sargento Dón "Wardaddy" Collier (Brad Pitt), este grupo tem a missão de atacar as forças nazistas na Alemanha. Ao perder um de seus homens, o sargento Don vai ter que lidar com o novato Norman Allison (Logan Lerman), um jovem recruta temente a Deus e que não aceita a violência da guerra com sua devastação e mortes. Mas a guerra será capaz de transformar o sonhador Norman em um herói combatente?
Bom roteiro e fotografia em tons acinzentado, de forma convincente e muitos corpos destroçados, sendo o momento clímax a batalha dos tanques de guerra, executada com muita técnica.
O ator Brad Pitt como o sargento Wardaddy com atuação notável, assim como Logan Lerman no papel do recruta Norman. No grupo de combatentes, os atores Shia LaBeouf e Michel Peña como os soldados Boyd “Bible” Swan e Trini “Gordo”Garcia, com atuações  compatíveis com o drama.
Este filme enfoca o lado psicológico dos homens e como eles se modificam em situações de stress, em um ambiente claustrofóbico como um tanque, tendo como fundo os horrores da guerra. Mostra os conflitos humanos de forma envolvente, rude e violento, com clichês já conhecidos,  mas que sempre nos choca e leva a refletir sobre a inutilidade da guerra e que não há nobreza em nenhuma ação tão violenta.
Filme que fala de amizade e lealdade nos grupos de combate e da dificuldade em manter princípios e ideais diante de tanta atrocidade que a guerra traz, onde pessoas têm que aprender a matar para se manter vivo, triste realidade. “Os ideais são pacíficos mas a História é violenta, assim diz o sargento Dón. Afinal, em  tempos de guerra não há inocentes, nem heróis e  vencedores;  todos  perdem, ou a vida ou a crença na humanidade.


domingo, 8 de fevereiro de 2015

BIRDMAN ( ou a Inesperada Virtude da Ignorância)






O genial diretor mexicano Alejandro González Inãrritu nos brinda com o filme Birdman  (ou a Inesperada Virtude da Ignorância) EUA, uma mistura de drama com humor negro, tenso e empolgante, uma crítica sobre os bastidores do teatro da Broadway, com seus atores de egos inflados e temperamentais.
Uma perfeição de roteiro, trilha sonora vibrante e fotografia ímpar, uma mistura de realidade e ficção de forma criativa, lúdica e satírica. Através da câmera a plateia segue os personagens pelos bastidores do teatro, com momentos tensos e hilários.
O diretor Alejandro Inãrritu é responsável por filmes empolgantes como Babel, 21 Gramas, Biutiful, o que já cria na plateia uma expectativa do que virá desta vez.
Riggan Thomson (Michael Keaton) é um ator que durante anos ficou conhecido como o super herói Birdman (Homem Pássaro), e ao não querer continuar a franquia, cai no ostracismo. Decide então montar uma peça teatral na Broadway como diretor, produtor e ator, apesar de todas as dificuldades que terá que enfrentar. Para isso, tem que aprender a lidar com o elenco, como o esnobe ator Mike Shiner (Edward Norton) e sua insegura companheira de cena Lesley (Naomi Watts), o seu agente e amigo Brandon (Zach Galifianakis), e acima de tudo com seu próprio ego, sair do papel  de homem pássaro para aprender a voar com suas próprias asas. E a nível pessoal, enfrenta problemas com sua filha Sam (Emma Stone) viciada em drogas.
Um elenco firme que segura um roteiro dinâmico, com o ator Michael Keaton no papel de Riggan Thomson, uma atuação espetacular, um personagem arrogante que não sabe lidar com situações de perdas e um super ego que o atormenta com uma voz interna que o impele a atos compulsivos.  Riggan não consegue se desvencilhar do papel de super herói que o consagrou e que se traduz em estabilidade emocional do personagem. A cena em que ele levita é bem interessante, como a nos mostrar como o personagem se sente acima de tudo e de todos, como um super herói de si mesmo.
Filme rico, empolgante, criativo, mostra os bastidores do meio artístico, os egos dos atores, assim como muitas pessoas vivem em um mundo utópico para conseguir conviver com os seus demônios internos.
Este filme concorre ao Oscar 2015 com 9 indicações.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

GRANDES OLHOS




 O drama Grandes Olhos (EUA) tem a direção de Tim Burton, realizador de filmes fantásticos como Edward Mãos de Tesoura, Alice no País das Maravilhas, A Fantástica Fábrica de Chocolate.
Este drama de cunho biográfico conta a história da pintora Margaret Keane ( Amy Adams), conhecida pela sua pintura de crianças com olhos grandes, assustadores e melancólicos. Mãe separada e com uma filha pequena, nos anos 60 conheceu Walter Keane (Chistoph Waltz), com quem se casou e durante 10 anos pintou inúmeras telas e consentiu que seu marido assumisse suas obras. Comercialmente rentável, o casal ganhou milhões com as obras de Margaret, mas quem assumia a fama era o charmoso e malandro sedutor Walter Keane.
Uma história super interessante, uma das maiores fraudes de arte do século XX,  contada de forma linear, um roteiro superficial que deixa a desejar, onde o conflito conjugal é colocado acima do conflito pessoal. Uma mulher insegura e frágil com uma filha pequena, totalmente dominada e manipulada pelo marido a tal ponto que aceitava pintar em regime fechado, para não ser descoberta como a autora das obras. Não se consegue captar o real motivo de Margarete aceitar por 10 anos esta situação, o filme infelizmente não se aprofunda nesta questão.
Os atores Amy Adams e Christoph Waltz têm uma boa interpretação, sendo que o personagem Walter Keane assume um ar debochado e meio caricato.
Com boa fotografia e ambientação de época, mas falta emoção; uma contação de história sem aprofundamento na questão desta mulher frágil, mas  gigante diante de uma tela. Mostra o machismo da época e o esquema do mercado das artes, o marketing da mídia e de críticos que ajudaram a consagrar artistas e cair na graça do povo, assim como Margarete Keane, Andy Warhol e outros.
Uma história absurda que chega a improvável, mas verdadeira. Um momento que percebemos a criatividade de Tim Burton é na cena do supermercado, quando Margarete enxerga as pessoas à sua volta com os olhos grandes, assim como suas obras, mas em geral sentimos falta do espírito criador deste cineasta.
Os olhos é a grande janela da alma”, assim dizia a pintora Margarete Keane quando perguntada sobre as suas pinturas.
Margarete Keane hoje tem 87 anos e mora em Napa, norte da Califórnia.







domingo, 1 de fevereiro de 2015

BUSCA IMPLACÁVEL 3


Busca Implacável 3 (EUA), nova franquia deste thriller policial com muita ação e emoção. Direção de  Olivier Megaton, este filme é melhor do que o segundo, mas o primeiro realmente ainda foi o  mais bem feito  e original.
Mudando a trama principal de sequestro, desta vez o ator Liam Neeson no papel de Bryan Mills, um ex agente americano, é o principal suspeito pelo assassinato de sua ex mulher Lenore St Johson (Famke Janssen). Ferido na alma e perseguido pela polícia, Mills vai em busca do assassino e ao mesmo tempo tem que proteger sua adorada filha Kim Mills (Maggie Grace). Além da policia que o persegue sob as ordens do capitão Franck Dotzler (Forest Whitaker), a gangue russa também tem interesse em o exterminar.
Bryan Mills tem um instinto de proteção pela filha e é capaz de tudo, até de matar pela família. Mesmo eliminando seus inimigos, Mills tem uma integridade e lealdade, uma nobreza de espírito que  contagia o público. E o ator Liam Neeson tem um carisma e charme especial neste papel, e tornou-se um expert nas cenas de ação, mesclado com momentos de tensão emocional.
Filme cheio de clichês iguais a muitos deste gênero, com muita ação, quebradeira e perseguição de tirar o fôlego da plateia. Muitos tiros, cenas exageradas e inverossímeis que fazem parte deste jogo.
Boa trilha sonora e fotografia, cenas rápidas, câmera trêmula na mão principalmente nos momentos de ação e perseguição.
Para quem curte filme policial com ação e um toque de emoção e de quebra, um herói justiceiro, vai gostar.