quinta-feira, 31 de outubro de 2013

BRANCA DE NEVE





Branca de Neve é o segundo longa metragem do diretor espanhol Pablo Berger, em original Blancanieves.
Este filme é uma livre adaptação do conto dos Irmãos Grimm e utiliza a fábula para contar uma história moderna, passada nos anos 1920.
Se passa em Sevilha e conta a história de Carmen (Macarena García), uma jovem criada pela avó Dona Concha ( Angela Molina), pois ao nascer sua mãe morreu de parto e seu pai, grande toureiro espanhol Antonio Vilalta (Daniel Giménez-Cacho), a rejeitou .
 Devido a uma nova tragédia em sua vida, Carmen é obrigada a morar com seu pai e sua madrasta Encarna (Maribel Verdú), que a maltrata e a impede de ter contato com seu pai. Carmen decide fugir desta casa e encontra na trupe de anões toureadores, um refúgio de amizade e lealdade.
Utilizando vários elementos do conto de fadas, como a madrasta má, a maçã envenenada, os anões amigos, com aura de fantasia e tragédia digna do conto real, a história  também se foca na relação entre pai e filha.
Rodado em preto e branco, em 16 mm e sem diálogos, esta obra deslumbrante , feita com astúcia e muito amor a esta sétima arte, nos remete a atmosfera dos filmes antigos mas com modernidade. É a arte pura do cinema que vivenciamos e chega um momento que observamos que o fato de ser mudo não interfere na interação do público com o filme.
Com ótima direção, roteiro e fotografia impecável, e com trilha sonora de Alfonso de Vilallonga, todos esses elementos se encaixam de forma comovente, transformando em moderno , com uma mulher toureira e sua trupe de anões, este conto de fadas já tão utilizado no cinema. Mas desta vez com uma atmosfera ímpar, utilizando o ilusório de forma cativante.
O elenco de atores se destaca pelo ótimo entrosamento,   em especial Maribel Verdú como a madrasta má Encarna e Macarena García, como Carmen, denominada de  Branca de Neve.
Este filme com humor e tragédia, fala de amizade, vaidade, paixão pelo ofício, e com merecimento ganhou vários prêmios.
Saímos do cinema inebriados pela arte pura do cinema, este filme merece um destaque especial, nos mostra que o cinema existe e pode ser utilizado como no início , estes são realmente os elementos essenciais para um filme nos emocionar.


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

OBSESSÃO






O filme Obsessão tem a direção do cineasta Lee Daniels, diretor  também do filme Preciosa- Uma História de Esperança, ganhador de  dois Oscar em  2010. 
Passado em uma pequena cidade da Flórida nos anos 1960, conta a história de Ward (Matthew McConanghey), um jornalista investigativo que resolve voltar à sua cidade natal para fazer uma matéria sobre Hillary Van Wetter ( John Cusack), condenado a morte pelo assassinato brutal do xerife desta região. Para tal tarefa, Ward conta com a ajuda do seu irmão mais novo Jack (Zac Efron) e de Charlotte ( Nicole Kidman), uma mulher mais velha que está envolvida  e se diz apaixonada pelo suposto assassino. E Jack termina se apaixonando pela sensual Charlotte.
Convencido de que Hillary não é o responsável pela morte do xerife, Ward começa a investigar e a descobrir novas provas e situações inusitadas sobre as pessoas envolvidas.
Adaptação do livro homônimo escrito por Peter Dexter, que também ajudou a escrever o roteiro deste filme,este suspense investigativo tem um enredo confuso e cruel, onde o racismo está presente de forma grosseira e em situações chocantes.
A trilha sonora é bem versátil e o elenco segura o thriller, com boas atuações. Vale destacar Nicole Kidman, com uma atuação forte e exagerada como sugere o contexto do filme.
Tendo uma boa história , no entanto o diretor se perde ao exercitar o exagero, o racismo e o erotismo, com algumas cenas bem fortes, apelativas e de uma crueza chocante, tomando conta do roteiro o exagerado e o grosseiro. A cena em que Nicole Kidman encontra o prisioneiro pela primeira vez na presença de Ward e Jack é meio louca, erótica e pervertida.
Enfim, pecando pelo excesso, pela bizarrice de gosto duvidoso, com vários focos de atenção ao mesmo tempo,  o público termina se perdendo em certos momentos. Talvez proposital ou para querer chocar, então o diretor alcançou o seu objetivo.
Tipo de filme que agrada a um certo tipo de público e outros saem do cinema, perdidos e achando insuportável..



quinta-feira, 24 de outubro de 2013

PREENCHENDO O VAZIO






O filme Preenchendo o Vazio, primeiro longa da diretora judia Rama Burshteinnos mostra de forma direta e clara a cultura judaico-ortodoxa, um filme com um estilo simples, filmado sem muito rebusco, de forma realista mas de bom gosto.
Bom elenco, cenários e figurinos escolhidos com esmero, mostra como acontece os casamentos na cultura judaico-ortodoxa, cheia de rituais, onde tudo tem que ser levado e resolvido junto ao rabino. As mulheres são bastante reprimidas pela tradição religiosa e pelos costumes machistas.
Passado em Tel-Aviv, em plena família com valores ortodoxos conservadores, tem como personagem principal a bela jovem de 18 anos, Shira (Hadas Yaron), que está a procura de um pretendente para casar. Como é o costume, os casamentos são arranjados e os noivos praticamente só se conhecem para casar. Mas Shira é uma moça sonhadora e cheia de desejos de ser feliz com o seu suposto pretendente.
Esther (Renana Raz), a irmã mais velha de Shira, está prestes a dar à luz  um menino, e infelizmente morre durante o parto. O seu marido agora viúvo Yochay ( Yiftach Klein) é praticamente obrigado a procurar outra esposa para ajudar a criar o filho,e decide se casar com uma viúva e morar na Bélgica.
A família de Shira, inconformada em ficar longe do neto e para preservar a presença da criança entre eles, decide que Shira deve se casar com com seu cunhado, apesar de ser bem mais nova que ele.
A personagem Shira passa por uma verdadeira tortura emocional ante as pressões, e ela mesma não consegue saber o que realmente deseja e a fará feliz. Apesar da palavra final ser da noiva, a pressão e a própria cultura em que foi criada, cria amarras sufocante para esta mulher ainda tão jovem. Shira tem que escolher entre seus sentimentos ou o dever familiar.  E a dúvida deixa Shira triste e sem saber o que fazer.
O momento em que Shira toca seu acordeão para as crianças e se esquece praticamente que está em um jardim de infância, é realmente comovente, como se a alma tristonha da jovem aparecesse através daquele cantar.
O filme tem uma boa fotografia, o momento do casamento é singular, de uma delicadeza e um verdadeiro retrato da cultura judaica .
A jovem atriz Hadas Yaron tem uma ótima atuação e é de uma beleza natural e pueril. Vencedora de Melhor Atriz do Festival de Veneza 2012.
O filme nos aproxima deste universo tão distante e estranho para nós ocidentais. Das práticas tradicionais deste povo e seus viés.
Troféu Bandeira Paulista na 36ª. Mostra Internacional de São Paulo. Participação no Festival de Veneza 2012.



segunda-feira, 21 de outubro de 2013

SIMPLESMENTE UMA MULHER




Simplesmente uma Mulher (França/EUA/Reino Unido) é um drama simplista, onde ideias sobre diversidade cultural e preconceito são colocados de maneira informal, sem diálogos sobre as questões. É um filme que mantêm um roteiro linear, sem muitos altos e baixos, que prende a atenção do espectador , mas não tem o interesse de dramatizar ou polemizar.
Após um tempinho assistindo o filme dessas duas mulheres tão diferentes entre si, nos lembra o lendário filme ¨Thelma e Louise¨, de Ridley Scott (1991), um dramático movie Road, mas são filmes só parecidos neste item.
O  franco argelino RachidBouchareb , diretor de outros filmes como Fora da Lei e Rondon River, realizou esta aventura na estrada, tendo a dança do ventre como um elo entre Marilyn e Mona.
Conta a história de duas belas mulheres em conflito pessoal. As duas decidem fugir de casa, cada uma com seu motivo pessoal e levando suas frustrações e anseios. O acaso as une, e elas passam a utilizar a dança do ventre em restaurantes pela estrada, pois todas duas encontram na dança, o prazer e a liberdade diante de suas vidas tão frustrantes.
Marilyn (Sienna Miller), uma mulher casada com um homem que vive às suas custas, perde o emprego e ainda descobre que o seu marido a trai. Mona ( Golshifteh Farahani), uma iraniana que vive com o marido e a sogra, é menosprezada por não ter filho. Mona nunca sai do bairro em que mora e trabalha em um mercadinho da família, e conhece Marilyn por morarem no mesmo bairro, onde Marilyn faz compras no mercadinho da familia de Mona.
Marilyn  vai fazer um teste para dança do ventre em uma cidade próxima e durante a viagem Mona  ensina algumas técnicas desta dança sensual. Passam por preconceito racial, machismo e diante das dificuldades, se aproximam e se unem. Mas todos os percalços só reforça uma amizade que nasceu na estrada.
Os diálogos são fracos, sem muita originalidade, ficamos a esperar que algo mais aconteça com estas duas mulheres unidas pelo acaso, como também as atrizes têm um desempenho sem muita consistência, a atriz Sienna Miller parece uma Shakira dançando, com uma  performance não muito condizente com a técnica da dança do ventre.
Filme para ver e se distrair, que contêm mensagens de diversidade cultural e preconceito, sem impor conclusões. E que é sempre possível dar a volta por cima e tentar ser feliz, e como uma boa amizade é o diferencial, como uma boa ajuda nos momentos difíceis.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

OS BELOS DIAS





Este drama francês Os Belos Dias tem a direção de Marion Vernoux e nos convida a repensar os valores quando se chega a tal da terceira idade, as frustrações, os anseios, as expectativas e o preconceito que as próprias pessoas se impõem e a sociedade cobra padrões específicos.
Esta história é uma adaptação do livro ¨Une jeune fille aux cheveux blancs¨( Uma garotinha de cabelos brancos), escrito por Fanny Chesnel, que inclusive participou da elaboração do roteiro do filme, junto com Marion Vernoux.
Os Belos Dias é justamente o nome de um clube para idosos, os tais da terceira idade. Conta a história da bela dentista Caroline (Fanny Ardant), que está passando por um período delicado em sua vida, acabou de se aposentar e sua melhor amiga morreu de câncer. Seu marido Philippe ( Patrick Chesnais) , um médico ainda em atividade, não faz questão de perceber a fase que sua mulher está passando e uma de suas filhas lhe dá de presente um bônus para frequentar este clube Os Belos Dias, mas sequer perguntam o que ela está sentindo ou precisando naquele momento.
No clube, Caroline se sente uma estranha no meio de tantos idosos, alguns já sem perspectiva de sentir prazer ou vontade de viver, mas ela insiste e participa das atividades, como teatro, cerâmica, terapia em grupo e informática. Justamente na aula de informática Caroline conhece o professor Julien (Laurent Lafitte), um quase quarentão bont vivant, mulherengo, que encanta as mulheres com seu charme e jeito de ser e viver de forma despretenciosa.
Julien e Caroline passam a ter um caso extra conjugal , e a partir daí ela celebra o prazer de fazer o que tem vontade, sem freio, sem se preocupar com as pessoas, e este novo para Caroline, passa a ter um significado de descobertas que pela idade, já não são concebidas, como se sentir desejada, ter prazer sexual, beber um vinho na hora do almoço e se deixar ficar um pouco embriagada, voltar a fumar, etc.
Em formato realista mas romântico, o filme nos mostra a melancolia do envelhecer, o quanto é difícil para as pessoas se permitirem chegar ao tempo da inutilidade (no bom sentido), mas que isto não significa deixar de sentir prazer em amar, em se sentir desejada, que não é um tempo só de espera para a morte, e o pior é que existe um grande preconceito sobre essas questões, e as próprias pessoas e a sociedade se incumbe das cobranças.
A atriz Fanny Ardant interpreta uma bela sessentona, numa demonstração de sensibilidade e sexualidade incrível. E faz um par perfeito com Laurent Lafitte, eles agem de forma natural e leve, e até as cenas mais picantes têm um charme especial.
Com um bom roteiro, o filme não mostra apenas uma aventura de uma mulher mais velha com um rapaz mais novo, mas nos faz repensar que até na maturidade podemos viver de forma plena em todos os sentidos, sem preconceito e sem amarras. E a importância de aceitar a terceira idade como uma continuidade de uma vida produtiva, e que a vida continua cheia de sentido, descobertas e prazer,  e que sempre há tempo para recomeçar e ser feliz.



segunda-feira, 14 de outubro de 2013

UMA PRIMAVERA COM MINHA MÃE




Drama francês com direção de Stéphane Brizé (responsável pelo filme Madmoiselle Champion / 2009).
Uma Primavera com Minha Mãe, um filme intimista, nos mostra a relação de mãe e filho que possuem uma grande dificuldade em se relacionar, em manter um diálogo e expressar o seu amor. Com a proximidade da morte da mãe, o filme nos leva a discussão sobre a eutanásia e o poder que realmente as pessoas podem ter sobre suas vidas, inclusive sobre o morrer. Tema interessante, polêmico, que leva a muitas reflexões, indagações e dúvidas.
Sem se ater ao exagero dramático e emocional, o diretor foca o assunto de forma formal, seca até, o que ajuda a refletir sobre esta questão tabu, principalmente em nosso nossa sociedade, devido ordens religiosas e questões ética.
Conta a história de Alain Évrard ( Vincent London), um coroa caminhoneiro, perdido em sua vida à deriva, que acabou de sair da prisão sem saber que rumo tomar e sendo obrigado a morar com sua mãe por um período, numa convivência forçada que traz à tona toda a secura e o distanciamento do seu relacionamento com sua mãe no passado. Com uma grande solidão, não consegue manter um emprego ou uma amizade, ou até investir em um romance com a bela Clémence (Emmanuelle Seigner, senhora Roman Polanski), que conheceu recentemente.
A mãe de Alain, Yvette Évrard (Hélene Vincent) é uma senhora bastante solitária que luta contra um câncer de cérebro terminal, e que tem total controle sobre sua vida, inclusive vai ao médico sozinha e  faz sessões de radioterapia . Altamente organizada, tem satisfação em fazer os serviços domésticos, tudo do seu jeito e por isto não aceita a desorganização e o caos da vida do seu filho.
O amor entre eles existe, mas não conseguem transmitir em palavras ou atos. O cachorro Callie é como um elo entre estas duas pessoas solitárias, e a quem eles focalizam a afeição. Como também o vizinho Sr. Lalouette ( Olivier Perrier), que goza e gosta da companhia dos dois, mas não consegue fazer com que mãe e filho quebrem este distanciamento.
Quando Alain descobre que sua mãe se inscreveu um uma clinica na Suíça que trabalha com ¨suicídio assistido¨¨ (este é o nome que eles dão à eutanásia), fica sem entender como a mãe tomou aquela atitude sem o consultar.
Os atores Vincent London e Hélene Vincent estão muito bem nos seus respectivos papeis de filho e mãe, e vale ressaltar a grande interpretação de Hélene Vincent numa performance tão contida e forte, que em certos momentos nos incomoda, como a querer que mãe e filho se reconciliem, neste momento tão cruel da vida deles.
Este é um filme onde sentimentos abafados, muitas palavras não ditas e outras ditas de forma a demonstrar revolta, nos coloca em prontidão a esperar que ocorra uma reconciliação, uma redenção entre mãe e filho. Mas não existe um teor dramático ou piegas ( assim como no filme Amor, de Michael Haneke), o que pode chegar até a assustar, pela forma diferente como agimos em relações familiares.
Um filme comovente por tratar de relação de mãe e filho e com um tema tabu como a eutanásia, mas de forma formal e até seca, que ao acender das luzes e voltar para a nossa realidade, sentimos um silêncio total da plateia. Como a nos fazer refletir sobre a postura das pessoas diante das possibilidades que a vida oferece para se redimir e tentar ser menos solitário e mais feliz, como também sobre a morte, infalível  e inevitável para todos os mortais.
Enfim, uma abertura para repensarmos a vida, os valores que realmente importam, as relações e a necessidade do diálogo para um bom viver , e principalmente sobre este tema tão polêmico, a eutanásia, o tabu sobre o direito de morrer.




sábado, 12 de outubro de 2013

OS SMURFS 2





Novamente sobre a direção do diretor norte-americano  Raja GosnellOs Smurfs 2 é uma graça de filme, divertido, delicado, com aquelas criaturinhas azuis tão fofinhas, que parecem uns duendes, e não tem criança que não coloque um sorriso no rosto no final do filme, sem contar nas gargalhadas que o roteiro se responsabiliza em produzir nos espectadores mirins, e nos  adultos também.
Os Smurfs 2 passa mensagens de conceitos atuais de família, de novos irmãozinhos que se agregam nas famílias atuais, de ajuda mútua , de perdão, de aprender o que é certo e errado e lutar por conquistar. Não é à toa que em certo momento papai Smurf diz:  ¨Não se preocupe smurfs, não importa de onde você veio, o que importa é quem você escolhe ser¨. Estes são alguns dos ensinamentos que as crianças ouvem e assimilam ser perceber, no meio das peripécias  dessas criaturinhas tão cativantes.
Esta nova aventura dos Smurfs 2 acontece em Paris, com Gargamel fazendo grande sucesso com suas mágicas e ao mesmo tempo planejando a captura dos seres azuis, essas criaturinhas tão idolatradas pelas crianças e por todos afinal. Gargamel cria então dois seres parecidos, Vexy (na voz de Christina Ricci) e Hackus. Vexy consegue capturar Smurfette ( na voz de Katy Perry) , para saber a fórmula de se tornar um smurf, essa criatura azul. Papai Smurf organiza por sua vez uma expedição para resgatar Smurfette.
Esta animação bem comédia, onde os atores Neil Patrick Harris, Brendam Gleeson, Jayma Mays e Hank Azaria (nos personagens Patrick, Victor, Grace e Gargamel), interagem com os smurfs e outros bichinhos, essa mistura de atores reais com animação digital,  leva a uma associação leve e descontraída. Um humor gostoso e simples, com mensagens sobre princípios familiares e outros segredinhos que nos levam a gostosas gargalhadas. O vilão tem uma ótima relação conturbada com o gato cruel, com falas muito instigantes e divertidas.
Com florestas coloridas, efeitos mágicos e mais as encantadoras criaturinhas azuis, anexo às piadas simples e infantis, o roteiro consegue conciliar o mundo real com a computação gráfica de forma legal.
No final ótima mensagem para as crianças sobre a questão da paternidade e o conceito de familia da atualidade,  que ao mesmo tempo diverte e educa.
No dia da criança, se quiser dar um presente ao seu filho, leve-o para assistir Os Smurfs 2.  Com certeza você sairá feliz com as gargalhadas das crianças, com esta historinha cheia de magia, encantamento, muitas trapalhadas , correrias  e diversão. E para os adultos, um passeio turístico por Paris, de quebra, nada melhor.
Uma ótima pedida para uma tarde em Família!! Com certeza todos sairão leves e felizes no Dia das Crianças.
Esta é uma homenagem do cineamado às netinhas Marina e Clara.



quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O TEMPO E O VENTO




 O filme O Tempo e o Vento, baseado na obra de Érico Veríssimo ¨O Continente¨, tem a direção de Jayme Monjardim, diretor  responsável pelo filme Olga.
Conta a história de duas famílias dos pampas gaúchos, os Terra-Cambará e os Amaral, inimigas na Cidade de Santa Sé,  que por muitos anos lutaram por terras nesta região.
Passado no final do século XIX, tem como personagem principal a Bibiana (Fernanda Montenegro), já idosa e suas recordações com seu amor do passado, o capitão Rodrigo (Thiago Lacerda), grande amor de sua vida e que se tornou seu marido.
Bibiana relembra e conta durante todo o filma a história de seus antepassados, começando pela sua avó Ana Terra (Cléo Pires) que teve um amor proibido com o índio Pedro (Martin Rodrigues), e com quem teve um filho, iniciando assim outra geração. E a história que se passa por várias gerações em mais de 100 anos, mostra a rivalidade entre os Terra-Cambará e os Amaral., onde muitos personagens são mostrados através de um flashback .
O filme mostra a formação do povo gaúcho, e através de uma linda fotografia de Affonso Beato, com as paisagens do sul da País e as batalhas que ocorreram nesta região.
Fernanda Montenegro é o grande diferencial do filme, faz uma personagem de forma magnífica, com uma suavidade e intensidade ao mesmo tempo. O ator Thiago Lacerda também está muito bem no papel do Capitão Rodrigo, o grande amor de Bibiana, com um sorriso desconcertante, um humor irreverente e personalidade única. A atriz Marjorie Estiano interpreta Bibiana quando jovem e que se apaixonou e casou com o capitão Rodrigo.
O filme é bem feito mas torna-se arrastado, talvez pela necessidade de condensar as histórias de várias gerações, além de lembrar um pouco o seriado A Casa das Sete Mulheres, e a certo momento parece que estamos diante de um grande seriado dentro do moldes globais e com os já conhecidos atores de novelas e seriados.
Filme que tem sua importância por mostrar a cultura do Rio Grande do Sul e as batalhas que ocorreram nesta época , quando este estado do Sul lutou para se tornar uma República.




segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O CAPITAL




O mais novo filme do grande diretor grego naturalizado francês, Constatin Costa Gavras, intitulado O Capital é uma adaptação do romance homônimo do escritor Stéphane Osmont, e seu título é uma referência à obra de Karl Marx.
Este thriller com drama e suspense tem como tema central o mundo capitalista, onde o dinheiro que leva ao poder corrompe muitas pessoas, as que estão no ápice e também quem almeja alcançar o topo no mundo dos negócios.
Conta a ascensão do inescrupuloso Marc Tourneuil ( Gad Elmaleh) ao posto da Presidência de um importante banco francês , o Phénix, que se encontra em crise financeira. Colocado neste posto devido ao  estado de saúde precário do atual Presidente, com o objetivo de ser um presidente temporário e sem credibilidade, Marc consegue o controle unilateral sobre o banco e seu Conselho Administrativo.
Tomando como linha de Hobin Hood ao inverso, com o lema de ¨roubar dos pobres para dar aos ricos¨, Marc consegue de forma ilícita e através de muita corrupção, a demissão maciça dos funcionários. E ainda fecha um acordo corrupto com um fundo de investimento americano.
Com o casamento quase fracassado, sua esposa Diane Tourneuil ( Natacha Régnier) não concorda com sua maneira de agir e seu envolvimento com modelos e pessoas que só se aproximam por interesse. Marc por sua vez se aproveita da situação para fazer altos investimentos em prol de sua própria fortuna.
Enfim, o mundo capitalista e esta grande máquina chamada dinheiro versus poder, onde muitos fracassam , alguns sobrevivem, a maioria torna-se escravo desta máquina insaciável do século XX.
O protagonista Marc  muito bem interpretado pelo ator Gad Elmaleh, junto com a trama bem arquitetada do filme, consegue que apostemos nele, na sua mudança ética, apesar dos seus atos tão questionáveis.
O filme consegue transformar um trhiller atraente e sagaz através da ótica do poder, mostrando grandes executivos e suas artimanhas e facetas neste mundo de bancos e investimentos, onde o lucro está acima de tudo e para alcançar este objetivo, as pessoas são capazes de atos que ferem à ética. Através dos bastidores do mundo capitalista, traz a crise econômica que anos atrás afetou a Europa e Estados Unidos, interferindo no mundo inteiro. Pela ótica das instituições financeiras , as negociatas e a política necessária nas grandes jogadas do mundo financeiro.
No final fica a mensagem da corrupção neste meio financeiro alto, que o dinheiro e o poder corrompem as pessoas e subverte os seus valores éticos e morais. E que o próprio sistema muitas vezes leva a certas situações onde o dinheiro fala mais alto, infelizmente.
 Um retrato muito bem roteirizado do mundo das grandes finanças e negociações, com seus reveses, seu domínio e impiedosa realidade, seus conchavos e tramas, e que isso acontece no mundo atual.


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

COMO ÀGUA PARA CHOCOLATE




Existem filmes que basta assistir uma única vez para nunca se esquecer. Este é o caso deste romance  Como Água para Chocolate (1992- México), que mistura o ato de cozinhar, o aroma dos ingredientes que fazem deste ato um grande evento, com o amor e a paixão por alguém.
Baseado no livro homônimo de Laura Esquivel, com direção e produção de Afonso Arau, conta a história de Tita e sua família, em um século passado onde as tradições eram fortemente respeitadas.
Passada no Rancho La Graza, na fronteira do México e Estados Unidos, tem como personagem principal Tita (Lumi Cavazos), a terceira filha na sucessão familiar , que com a morte de seu pai passa a ser, segundo a tradição local, a pessoa que deverá cuidar de sua mãe até a morte, e por isto está fadada a não se casar.
Na adolescência Tita se apaixona por Pedro (Marco Leonardi), que deseja casar com ela. Mas a mãe de Tita, além de vetar o casamento em virtude da tradição, oferece Rosaura, sua filha mais velha, para Pedro se casar.
Impossibilitados de ficarem juntos, Pedro aceita casar com Rosaura, só para ficar perto de Tita..
Filme recheado de simbolismo, mostra uma Tita que possue uma relação mística com os sabores e os aromas, como na noite em que cozinha para Pedro e ¨sente a massa em contato com o óleo fervente¨e seu corpo quase explode de bolhas de tanto desejo e paixão.
Filme romântico, mostra a força de uma amor que é capaz de tudo para ficar perto de seu amado, e a combinação da comida com os sentimentos, cheio de misticismo e simbologia, como logo no início Tita diz: ¨O ruim de chorar quando se pica cebola não é o fato de chorar, e sim que, às vezes, não se consegue parar¨.
Tita tira do seu triste destino imposto por uma tradição milenar, uma razão de viver e libertar-se de seus sentimentos aprisionados no fundo do seu ser, seus desejos, angústias, através da elaboração dos seus pratos. E este sentimento era transmitido para todos que se deliciavam desses pratos exóticos, como codornas feitas com pétalas de rosas dadas por seu amado.
E quando perguntavam o segredo de suas receitas, Tita sempre respondia ¨tens que fazer com muito amor¨.
Um marco do cinema latino, cheio de metáforas e simbologia, com imagens belas,  nos faz repensar a maneira de viver, valores e regras impostas culturalmente, e que são capazes de  determinar o destino das pessoas.
Uma história sensível, em uma realidade difícil de compreensão para as pessoas, onde o cheiro das canjas, do tomilho, do alho, cebola, leite fervido, serve de elo para quem acredita que o amor verdadeiro é eterno.