sexta-feira, 28 de junho de 2013

O HOMEM QUE RI




¨As pessoas não são necessariamente malvadas, elas são perigosas quando têm medo¨.¨O desemprego está em todas as partes¨.Você mordeu o fruto de ouro, agora vai cuspir as cinzas¨.
Estas são algumas frases do texto do romance de Victor Hugo intitulado L’Homme Qui Rit,  em português O Homem que Ri, um drama francês em  sua terceira adaptação para o cinema. A primeira versão americana teve a direção de Paul Lenni em 1928 e a segunda versão franco-italiana, sob a direção de Sergio Cobucci, em 1966.
Esta nova versão do diretor Jean-Pierre Améris concentrou a atenção no desenvolvimento do personagem principal  Gwynplaine, com 95 minutos de um melodrama com o retrato sombrio da natureza humana, partindo do grotesco e da deformação humana, tendo como pano de fundo a aristocracia inglesa do século XVII, contrastando com a plebe e as insuportáveis diferenças sociais.
A história triste e melancólica de um órfão chamado Gwynplaine, um garoto seqüestrado quando criança e com o rosto desfigurado por uma cicatriz feito por um bando de ciganos andarilhos, conhecidos como ¨comprachicos¨, que esculpe um sorriso macabro e rígido, torna-se alvo de humilhações, risadas e comentários dos seus semelhantes, daí sempre usar um lenço no rosto.
O menino é abandonado em pleno rigor do inverno, e ainda consegue salvar a pequena Déa, uma garota cega, e após varias tentativas de recusa nas casas que bate a pedir socorro, finalmente é acolhido pelo grande e gentil Ursus, um artista circense que os aceita como eles são, tornando sua verdadeira família. ¨Você não deve ter onde morar, certo? Pode morar comigo¨.Já nesta primeira fala podemos sentir o texto de Victor Hugo.
Era comum naquela época,  pessoas com deformações ou singularidades fazerem apresentações, como verdadeiros circos, utilizando a bizarrice como chamariz ao público. E Hursus junto com os órfãos passam a viajar no seu troller fazendo estas apresentações nos vilarejos, como saltimbancos, um teatro ao ar livre contando as agruras do jovem casal .
Gwynplaine vira atração principal pela sua deformidade, mas apesar da aparência macabra, é um ser humano sensível e humanamente comovente. Sua fama chega até a corte. A cicatriz no rosto do jovem causa horror e fascínio nas pessoas, em especial à duquesa Josiane, como um fetiche,  e apesar do desnível social , este chega ate a corte, afastando-se das pessoas que verdadeiramente o amam.
Esta é uma trágica história de amor a là Romeu e Julieta, onde os dois jovens se complementam através de suas diferenças, tornando-se um só. Gwynplaine representa os olhos para a doce Déa, e esta ¨enxerga¨ a beleza no mutilado jovem, através da sua alma. Um melodrama que utiliza o mórbido como elemento principal para exaltar o amor, a lealdade, a aceitação do outro, que o belo  é determinado pelo que a pessoa possui em seu interior, e não pela aparência .
Contado como uma fábula, com ambiente sombrio, o diretor utiliza o texto de Victor Hugo de forma clara, mostrando a miséria do povo, a indiferença e o poder da nobreza sobre os pobres, uma critica à sociedade, à estética, misturando fantasia e crítica social, a ganância dos ricos em detrimento dos pobres.
Gerard Dupardieu interpreta Ursus uma figura paternal, de forma convincente, mas não magistral.O jovem casal Gwynplaine e Déa, tem como atores Marc-André Grondin e Christa Theret, escolhidos pelo diretor inclusive por serem novatos, mas com atuação dentro do desejável. No papel da duquesa Josiane temos a atriz Emmanuelle Seigner (do filme Dentro de Casa), deixando a desejar, sem força e expressividade.O ator Marc-André Grondin atuou também no filme C.R.A.Z.Y
O personagem Gwynplaine em alguns momentos nos lembra Edward Mãos de tesoura, pela sua ingenuidade beirando em alguns momentos ao ridículo, inclusive quando é conduzido à corte como uma marionete, fascinado pelo meio social,  mas sem aceitar as diferenças de classes.
Enfim, uma adaptação de uma historia fantasiosa de Victor Hugo, onde as fragilidades e deficiências se complementam e se fortalecem  através da cegueira da suave Déa,  frágil diante da sua limitação,  mas forte através do seu amor por Gwynplaine, que torna-se belo ao ¨olhar¨de sua amada. E a duquesa representa a luxúria , os prazeres da vida mundana. Mostrando também o  lado político da época, o desdém dos nobres pela condição de pobreza da plebe, numa linha bem próxima ao livro.
Como diria Victor Hugo: O Paraíso dos ricos é feito do inferno dos pobres¨. Este escritor é autor de outras grandes obras como Os Miseráveis e O corcunda de Notre-Dame.
Como curiosidade, vale ressaltar que o coringa, arqui-inimigo do Batman, tem uma referência através desta literatura de Victor Hugo.





terça-feira, 25 de junho de 2013

BEL AMI - O SEDUTOR




  
Com  direção de Declan Donnellan e Nick Ormerod , o filme Bel Ami -o Sedutor (Reino Unido/Itália) é uma adaptação do romance escrito por Guy deMaupassant, um drama ambientado em Paris do século XIX, tendo como pano de fundo a sociedade hipócrita daquela época, onde os homens eram senhores do poder e para eles tudo era permitido. Mas as suas esposas, a quem eles partilhavam seus segredos e intrigas políticas, eram quem tinham o domínio da situação.
O jovem e belo Georges Duroy , interpretado por Robert Pattinson, vive uma situação de pobreza , em uma casa imunda, cheia de insetos e com falta de provimentos, e almeja subir na escala social a qualquer preço. Então ele utiliza a sua juventude, beleza e o seu charme como poder de sedução junto às esposas de três homens ricos e de influência política. Com seu carisma e tendo o sexo como consequência , levando as mulheres à entrega e paixão, Georges vai conseguindo penetrar neste meio social, ir às mansões e aos bailes promovidos pela sociedade burguesa . Logo se torna conhecido pelo apelido de Bel Ami, e apesar do sucesso e do dinheiro, não consegue ser respeitado, principalmente pelos homens de influência.
O filme torna-se um suspense num jogo de sedução, há traições de todos os níveis, explorando os ambientes da época, o cinismo dos casamentos de fachada com seus segredos envolvidos, o quanto o poder de sedução pode elevar uma pessoa socialmente, mesmo que não tenha mérito. Georges descobre este caminho para o poder e a riqueza, sempre utilizando seu charme com as esposas de políticos e magnatas de Paris.
O fato de Robert Pattinson protagonizar este filme atraiu um público fiel à Saga Crepúsculo, como também críticos e curiosos em observar o seu desempenho fora do padrão dos filmes anteriores. Na minha opinião Robert Pattinson demonstra uma certa insegurança , passando uma atuação muita caricata como se estivesse desconectado, tanto nos ambientes insólitos como nos salões de um palacete, sempre a mesma expressão tediosa.
O interessante é que as atrizes Kristin Scott Thomas, Uma Thurman e Christina Ricci, que em geral interpretam mito bem, demonstram neste filme uma dramaticidade exagerada como se estivessem em um grande palco teatral, perdendo-se a naturalidade. Será que era isto que o diretor quis passar para a plateia? Se era este seu intuito, perdeu a oportunidade de fazer um filme que tinha no seu enredo tudo para agradar, para se tornar um filme cansativo, chato, com personagens e histórias confusas. A ressalva positiva fica a cargo dos figurinos de época e da trilha sonora que dá uma certa expressão ao filme.
Mesmo assim considero válido assistir a este filme, pois nos leva a divagar sobre o poder de manipulação que certas pessoas possuem e como utilizar esta arma poderosa de forma adequada, e no caso do jovem e belo Georges Duroy  deixo uma indagação: Georges foi manipulador ou foi manipulado? Penso que as duas faces desta moeda o nosso protagonista provou. E no mundo atual a beleza ainda exerce este poder, muitas vezes em detrimento do saber e da essência.Agora cabe a você, expectador, assistir o filme e tirar suas próprias conclusões.





sábado, 22 de junho de 2013

O GRANDE GATSBY


O Grande Gatsby , um grande romance norte-americano do autor F. Scott Fitzgerald, considerado um clássico da literatura mundial e publicado em 1925, ganha versão para o cinema pela 4ª. vez, com uma produção exuberante de 150 milhões de dólares.
O diretor Baz Luhrmann, conhecido por grandes filmes como Austrália, Moulin Rouge, Romeu e Julieta, acreditou no brilho e na ostentação, misturando a um romance de época com uma trágica história de amor, figurinos e cenários ofuscantes, uma trilha sonora atual e grandes efeitos especiais, sendo o filme apresentado em versões 2D e 3D.
Esta história passada no verão de 1922 nas cidades de Nova York e Long Island , nos descortina a fabulosa vida em alta sociedade desta época, após o caos da 1ª. Guerra Mundial, referenciando o glamour existente na época, o valor exagerado ao materialismo, a falta de moral, tendo ao fundo uma história de amor que transpõe todas as barreiras.
No elenco estelar temos o peso do ator Leonardo DiCaprio no personagem principal, o Gatsby, um excêntrico e misterioso milionário, conhecido pelas festas monumentais em sua mansão, um verdadeiro palacete em Long Island, com praia particular, piscina, salões de um luxo estonteante, e cujo enriquecimento é alvo de intrigas, mistério e muita polêmica. A 1ª. Festa na mansão do Gatsby é de um esplendor que ofusca, um visual que prima pela exuberância e exagero em todos os sentidos. Nos cenários, nos figurinos, na música, nos efeitos áudio-visuais, com direito até a pirotecnia.
O enredo já conhecido devido a versões anteriores, tem como narrador desta história de amor o agente da bolsa de valor e aspirante a escritor, Nick Carraway (interpretado pelo ator Tobey Maguire), que se muda para uma modesta casa vizinha ao milionário, tornando-se seu amigo e confidente. Nick vai se tornar o elo de encontro de sua prima Daisy (Carey Mulligan) com Gatsby, com quem o milionário teve um romance no passado e é eternamente apaixonado.
Daisy por sua vez é casada com o aristocrata e dono de uma grande fortuna Tom Buchnan (Joel Edgerton), com quem vive uma vida de luxo, mas de grande infelicidade e desmotivação, e as traições freqüentes do marido desde o início do casamento é o ponto crucial desta relação.
Nick torna-se o cupido reaproximando Gatsby da sua idolatrada Daisy, para eles reviverem a história de amor antiga, sem pensar nas conseqüências futuras deste ato.
Com um elenco de primeira, qualidade de texto caracterizado pela narração e diálogos rápidos, assim como o ritmo e o excesso de excentricidades na estética, nos figurinos, no glamour dos personagens, no estilo extravagante da elite norte-americana dos anos 20, de tal forma que chega a nos hipnotizar, como se quiséssemos participar daqueles momentos.
Os personagens fascinantes nos gestos e nas palavras, o ritmo pulsante das imagens, o glamour exagerado, como um propósito pontual do diretor, assim como ele realizou no filme Moulin Rouge. Enfim, todo esse exagero da produção combina com a melancólica história de amor, a nos dar uma visão da idolatria pela vida dos milionários daquela época, o tal ¨sonho americano¨ almejado e ao mesmo tempo criticado por tantas pessoas. Afinal, junto a tanta riqueza havia corrupção, falta de moral, vícios, orgias e traições.
Os figurinos são de uma beleza e primor  ímpar, tornando-se uma inspiração para a moda atual, um olhar no estilo dos anos 20 para os estilistas e para a moda no mundo inteiro. Os vestidos com muito brilho, franjas e plumas, estilo ¨melindrosas¨, e as jóias e accessórios é um dos pontos fortes do filme, difícil não se deixar seduzir pela beleza dos figurinos de época.
Leonardo DiCaprio interpreta de forma magistral este milionário misterioso, estiloso com seu terno cor de rosa, de uma beleza sedutora, um verdadeiro gentleman com seu charme e encanto pessoal, com uma aura de mistério que aos poucos vai se desnudando e se humanizando, sem cair no caricato. Papel difícil, lembrando o quanto Robert Redford marcou o personagem da versão anterior do O Grande Gatsby. Leonardo DiCaprio consegue competir com dignidade e perfeição, nos seduzindo com seu sorriso cínico e encantador.
O ator Tobey Maguire, como o narrador e figura de peso na trama, consegue manter consistência ao personagem, revelando-se um ótimo ator e desencarnando-se do papel do homem aranha.
Carey Mulligan faz uma tola, mimada, vazia  e encantadora Daisy, que compartilha o amor mas não consegue ter a força interior que seu amado almeja, com uma atuação condizente com o   que sugere este perfil. Uma personagem que pelas referências anteriores não nos empolga, mas cai como a contra balançar todo o fascínio que sentimos pelo personagem principal, o Gatsby.
Até o ator Joel Edgerton, que interpreta Tom Buchnan, o marido de Daisy, o faz de forma correta, meio caricata como manda o personagem, cujas atitudes arrogantes e fúteis o torna repugnante, o que leva a platéia a torcer por Gatsby, para quem não conhece a história, é óbvio.
A trilha sonora muito bem elaborada com o jazz explodindo nesta época, uma mistura impecável de estilos dos anos 20 com estilo moderno como o Rap, há até uma sonata de Bach e uma charleston tocado em um órgão de igreja , criativo e adequado à ocasião, que achei genial.
Acredito que devido a dinâmica e aos superlativos (também devido ao 3D), perde-se um pouco nas emoções mas ganha-se no visual , perde-se no subjetivo da história, mas ganha-se na magia das cores e dos efeitos especiais . Pareceu-me um conto de fadas sem desenho animado, onde o mocinho é capaz de todos os atos para viver um amor proibido, onde todo o brilho e excessos é permitido diante de um grande amor, mas com roupagem e técnicas modernas.  
Enfim, uma produção estilizada de O Grande Gatsby foi o que o diretor conseguiu realizar, perdendo-se na potência da grande história de amor do livro de F. Scott Fitzgerald e ganhando-se em uma releitura atual, com direito a todos os artifícios que a tecnologia oferece nos tempos atuais.





quarta-feira, 19 de junho de 2013

TERAPIA DE RISCO




Já há algum tempo que não assistia um suspense do nível de Terapia de Risco. O diretor Steven Soderbergh consegue utilizar vários elementos que segura a atenção do expectador até o o seu desfecho, como todo thriller que se merece.
Steven Soderbergh é renomado diretor americano de vários filmes conhecidos e aclamados pelo público, como Traffic, Erin Brockovich,uma mulher de talento, Sexo, Mentiras e Videotape,  11 Homens e 1 destino, Contágio,dentre outros. Logo, normal a curiosidade do público em assistir e tirar suas conclusões deste filme, que o diretor diz ser o último de sua carreira. Esperamos que mude de ideia, pela sua capacidade criativa e versatilidade. Inclusive ganhador de vários Oscar e outros troféus em festivais.
Este thriller com drama psicológico, nos leva a história da jovem enigmática Emily (interpretada pela bela e singela Rooney Mara), cujo marido preso por sete anos por crime de colarinho branco em um esquema financeiro de corrupção, ao sair encontra sua esposa em processo de ansiedade e depressão, chegando à tentativa de suicídio.
Devido a este fato, Emily é obrigada a iniciar um tratamento psiquiátrico com o Dr. Jonathan Banks (Jude Law), associando terapia ao uso de medicações anti-depressivas. O fato de Emily já ter histórico de acompanhamento psiquiátrico no passado com a Dra.Victoria Sieber (Catherine Zeta Jones), e por sugestão e orientação desta, o Dr. Jonathan resolve testar uma nova droga no mercado, com bons resultados mas também com efeitos colaterais devastadores, inclusive o sonambulismo.
A partir daí vão aparecendo novos fatos e novas dificuldades, tanto para a paciente como para o médico, cuja vida encontrava-se em plena ascensão e começa a se desmoronar. Você segue atenta cada detalhe do filme, com uma atenção e curiosidade que caracteriza os filmes que envolvem suspense, nos instigando a colocar as variadas peças deste quebra-cabeças, onde nem todas se encaixam, sempre a perceber que algo pode acontecer há qualquer instante. Como se cada nova revelação levasse a uma nova evidência, nos deixando confusos, sem saber em quem acreditar.
Os atores estão bem confortáveis no filme, vale ressaltar o ótimo desempenho de Jude Law. Para quem há pouco tempo o assistiu como o circunspecto e contido marido de Anna Karenina,  neste filme fica evidente a intranqüilidade e preocupação do seu personagem, que a cada momento se depara com situações complicadas como médico e com sua vida pessoal virada de cabeça para baixo.
A atriz Rooney Mara tem uma beleza que cai perfeitamente para o personagem que ela interpreta muito bem, uma jovem perturbada mentalmente e com depressão profunda. Ela já é conhecida por seu bom desempenho em filmes como A Rede Social e Millenium- os homens que não amavam as mulheres. Ela dá um quê de mistério encantador e de fragilidade que instiga e impressiona.
O filme tem uma versatilidade de cenas, inclusive dos atores que, junto a uma fotografia com contraste de luz, nos mostra um mundo pela ótica da depressão, o mundo da indústria farmacêutica, dos egos inflados dos doutores desta ciência, do poder que esta indústria exerce sobre os profissionais e sobre as pessoas que utilizam estas medicações anti-depressivas, com a tal ¨promessa de felicidade¨. Existe uma dualidade de denúncias, a ganância por trás da indústria farmacêutica e dos profissionais da área médica, sempre visando muitas cifras de dinheiro. Sabemos que esses casos entre pacientes e médicos por uso indevido de medicações existem até nos dias de hoje, podendo levar a julgamentos e conseqüências drásticas para ambos.
A certa altura do filme, por tantas construções e detalhes da trama, o expectador pode sentir-se confuso e sem conseguir entender direito o desenrolar da história, mas no final sai-se do filme com uma sensação de ter assistido um ótimo filme de suspense, a lá Hitchcock.
O título original do filme, Side Effects, tem tudo a ver com o uso dos anti-depressivos , seus efeitos colaterais e dependência química, assim como seu poder atuante em vários lados, na indústria farmacêutica, nos profissionais da área médica e sobre os pacientes que fazem uso destas drogas.




segunda-feira, 17 de junho de 2013

AS SESSÕES



Com direção de Ben Lewin , esta comédia dramática é baseada na história real de Mark O’Brien, escritor e poeta de 40 anos de idade, que ficou tetraplégico na infância devido poliomielite. Ele só tem o movimento da cabeça e precisa usar um aparelho chamado ¨pulmão de aço¨para conseguir respirar . Ele trabalha em casa, precisa ter uma cuidadora, mas consegue fazer algumas atividades usando a boca. E sua  vida se resume a ir a Igreja conversar com o padre , que se torna seu amigo pessoal. Numa das confissões , Mark fala da sua vontade de fazer sexo e das suas limitações .
Mark passa então a ter sessões com terapeuta sexual, especialista em exercícios de auto conhecimento corporal, para inclusive chegar até o sexo.
O ator John Hawkes interpreta este protagonista de forma magistral, usando expressões do rosto,  demonstrando que, apesar da sua deficiência, ele é uma pessoa culta, inteligente e principalmente, bem humorada, sem reclamar da sua situação, as vezes até constrangedora para quem assiste, pelo tabú existente para se falar desta questão.
Helen Hunt faz a terapeuta sexual de maneira bem natural, sem medo da nudez apesar da sua idade , e este é o diferencial do filme.Ela concorreu ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em 2013 por este filme.
O filme fala de limitações com humor irônico, onde o  personagem é colocado, como um ser humano fascinante, envolvente, uma história delicada, realista, onde o sexo é abordado de forma natural e bem humorada, deixando uma grande lição de vida para os telespectadores, de que todas as pessoas têm o direito de ter uma vida ¨normal¨ em todos os sentidos, e como o bom humor facilita a vida das pessoas.
O expectador acompanha curiosamente o desenrolar da história, inclusive para saber como será o  final. Uma mensagem de coragem e otimismo  para as pessoas que se queixam e olham a vida de forma pessimista.
Este filme é fácil de encontrar nas locadoras, já não está em cartaz nos cinemas. 

sexta-feira, 14 de junho de 2013

ANNA KARENINA




 
Mais um filme baseado no romance clássico da literatura russa do escritor Liev Tolstoi, o filme Anna Karenina, um drama ambientado nas cidades de Moscou e São Petersburgo do século X!X, conta a história da linda Anna Karenina (Keira Knightley), casada com um rico e alto funcionário do governo russo, Alexei Karenin( Jude Law), com quem tem um filho.
 Nas suas viagens para visitar seu irmão e cunhada, cujo casamento se encontra em crise devido a traições do marido, Ana conhece o Conde Vronsky (Aaron Johnson), um jovem imaturo que passa a cobiçá-la e cortejá-la. A princípio Anna resiste às  tentativas do eminente conde, mas daí surge um amor avassalador, fulminante, e a jovem Anna entra num turbilhão de emoções jamais sentidas antes.
Depois de muitas dúvidas e resistências ao coração, Anna abandona o marido e inclusive o direito de conviver com seus filhos, e vai viver com o seu amante , o que para aquela época, era um ato abominável pela sociedade.
Anna tenta se adaptar a esta situação, viver na corte burguesa, mas é sempre repudiada por todos, que não aceitam o seu ato que escandalizou a sociedade , apesar do conde ser bem aceito, evidenciando o machismo desta época.
Anna sonha alto demais, levada sempre pela emoção, achando ser possível enfrentar o julgamento e a ética de uma sociedade puritana e machista, mas com o passar do tempo é obrigada a encarar a realidade, a não aceitação do seu status perante a corte, e então  passa a ter uma angústia interior tão grande, um sofrimento e confusão mental, que a aniquilam como pessoa.E quando percebe o quanto foi usada pelo jovem amante, a noção da perda dos filhos que tanto ama , a desilusão bate forte e ela descamba para a depressão.
Esta obra já foi adaptada varias vezes para o cinema, como ícones da literatura e sempre levam expectadores ao cinema. Nas versões anteriores, as atrizes Greta Garbo, Vivien Leigh e Sophie Marceau já encarnaram este personagem.
Com direção de Joe Wright, esta parceria imbatível do diretor com a atriz Keira Knightley, já conhecida por sua grande expressividade em filmes de época , onde coloca todo o seu talento e graça nesta Anna Karenina. Keira utiliza com seus traços expressivos, de uma sensibilidade à flor da pele, performance perfeita ao seu visual e trejeitos da personagem.
Keira Knightley já é conhecida por trabalhos fantásticos em filmes de época anteriores, como Orgulho e Preconceito e Desejo e Reparação, deste mesmo diretor.
Vale salientar as interpretações de Jude Law no papel do marido de Anna, fazendo um personagem contido, circunspecto, que ao ver seu mundo desmoronar, tudo faz para mudar esta situação, e também de Aaron Johnson, com ótima atuação do jovem conde imaturo que faz da cobiça e luxúria suas armas de combate para conquistar Anna.
Com diálogos e personagens profundos, uma trama bem articulada, um figurino belíssimo, um verdadeiro desfile de moda clássico, é interessante como é narrado este filme, como uma peça de teatro com personagens diversos adentrando por portais, atores passeando pelos palcos, chegando muitas vezes ao exagero, ao caricato, como nos grande musicais. Ficando a impressão que é justamente isto que o diretor deseja alcançar, este clima teatral que no impressiona e estimula.Mas quem não curte este estilo teatral em cinema, pode achar maçante o filme, pois tem cenas com closes de forma lenta, e mudanças de cenários constantes.
As sequências dos bailes com toda a sua opulência são belíssimos. E a cena do cavalo em pleno palco caindo de forma violenta é como o clímax do filme, revelando toda a angústia no semblante da sofrida Anna.
Enfim, este filme nos faz usar a imaginação de uma época de tanta luxúria, emoção e delicadeza, com poucas cenas externas, como a nos levar a imaginar a beleza de Moscou e São Petersburgo, e o sofrimento de uma mulher que passou por cima da lei e da ética de uma época , unicamente pelo amor. Questões sobre a razão e o amor, o que fala mais alto a consciência interna ou o julgamento das pessoas, e a importância da felicidade a qualquer preço, são fortes neste enredo. Traição, desejo, julgamentos são os pontos cruciais que te levam a refletir sobre a frase inicial deste grande romance, que diz: ¨Todas as famílias felizes são iguais. As infelizes são cada uma à sua maneira¨.
Com 4 indicações ao Oscar 2013, ganhou o Oscar de Melhor Figurino.






quarta-feira, 12 de junho de 2013

SIMPLESMENTE AMOR




No dia dos namorados, o Cine Amado dedica a todas as pessoas que curtem o amor, seja lá do que jeito que for, este filme que para mim é uma das melhores e deliciosas comédias sobre este tema, a romântica, divertida e super bem escrita comédia Simplesmente Amor.
Existem filmes que são atemporais, que servem para todas as idades, que atinge todo tipo de público, este é justamente este tipo de filme, fácil de assistir e que a gente tem vontade de ver sempre que o tem às mãos, e que quando pensamos em amor, ele nos vem à cabeça.
Com direção e roteiro do genial Richard Curtis, responsável também por outras comédias bacanas como 4 casamentos e 1 funeral, Um lugar chamado Nothing Hill e O diário de Bridget Jones, e um elenco formidável, com atores como Hugh Grant, Liam Neeson, Colin Firth, Emma Thompson, Keira Knightley, Rodrigo Santoro, entre outros.
O filme se passa na época de Natal em Londres, com 8 tramas e o dobro de personagens centrais, com suas paixões, romances, emoções, frustrações, e como o amor vai transformando a vidas dessas pessoas, são vidas e amores que se colidem, se misturam ou se separam, de forma emocionante e deliciosa para o expectador.
Entre as histórias temos o Primeiro Ministro da Inglaterra (Hugh Grant) que se apaixona por uma das suas funcionárias, tem o escritor (Colin Firth) que, desiludido com o amor, vai para o sul da França e lá conhece e se apaixona por Karen(Ema Thompson), que é casada mas acha que seu marido a trai. Tem também a historia do jovem Sam que quer chamar atenção da sua coleguinha de escola. E Sarah que tem um amor platônico por seu colega de trabalho (Rodrigo Santoro), e finalmente consegue marcar um encontro com ele. E o Bill que quer retornar sua carreira de astro do rock, enfim histórias singulares  que se entrelaçam, e o elemento desafiador de todas as histórias é o sentimento maior do amor, com todas os seus questionamentos e desafios.
Minha história favorita é a do romance do inglês (Colin Firth, com atuação perfeita) com a portuguesa, que por falarem línguas diferentes e não entenderem o que estão falando, terminam se sentindo livres para se comunicarem , super criativo, e apesar das diferenças o amor fala mais alto.
Trilha sonora contagiante, o filme traduz o amor e suas facetas, a felicidade e a tristeza que podem decorrer deste sentimento, a insegurança dos apaixonados e que afinal, o amor é eterno enquanto dura e se possível, que a chama perdure para sempre.
Nesta mistura de drama, comédia e romance, este filme de uma ousadia inteligente, constrói tantos personagens em pequenas tramas que se encaixam super bem em cada situação, tendo como ele e ponto em comum os vários tipos de amor, platônico, fraternal, passional, silencioso, eloqüente, efervescente, sob vários pontos de vista. Os personagens terminam sendo todos centrais, protagonistas e coadjuvantes ao mesmo tempo.
Envolvente, encantador, humor inteligente, através deste tema que fascina, o amor, termina agradando a pessoas de várias idades e diferentes personalidades. Este eu assino em baixo e indico, para esta noite do Dia dos Namorados. Mesmo para quem estiver sozinho, é um incentivo para correr atrás do amor, este sentimento tão lindo e tão contagiante.





segunda-feira, 10 de junho de 2013

THÉRESE D.





Drama francês, tem roteiro e direção de Claude Miller , através da adaptação do romance ¨Thérese Desqueyroux¨, de François Mauriac, e é a segunda vez que é levado às telas de cinema.
Conta a história da jovem espirituosa Thérese,  interpretado por Audrey Tautou, a eterna Amélie Poulan.
Passado na década de 1920, onde os casamentos eram arrumados desde jovem, como verdadeiro comércio, sempre visando aumentar a produtividade da s famílias, neste caso Thérese casa com seu vizinho Bernard, com o intuito de juntar as propriedades , onde os pinheiros são o principal cultivo.
Com aparência frágil e calma aparente mas personalidade forte,  cujas ações sempre refletem certa apatia, frieza emocional, ela chega a citar ao noivo que vai casar por tradição de família, ¨vai casar pelos pinheiros¨.
Ao mesmo tempo fervilha na cabeça de Thérese indagações que ela mesma não consegue entender, e com o tempo ela se sente sufocada por aquela vida medíocre e pela maneira simplória de pensar do seu marido.Esta  insatisfação vai tomando conta da personagem,uma verdadeira aliada na sua vida, no íntimo ela não aceita o estilo de vida, mas nem ela mesmo sabe o que deseja.
Thérese tem uma amizade profunda com a irmã do seu marido, que por vezes parece ser algo maior do que um amor fraternal, mas fica-se só na nossa imaginação.
Com o passar do tempo seu corpo vai definhando e junto sua sanidade, sua apatia torna-se algo doentio, este é um filme sobre comportamento humano, sobre desejos reprimidos, cuja protagonista faz um papel ambíguo, ao mesmo tempo conformada com seu papel de mulher submissa na relação, mas sempre incomodada com sua falta de liberdade, enfim uma vítima das amarras sociais daquela época, em que o homem era o dominante na relação .O filme tem belas paisagens, com florestas, pinheirais, lagos, casarões antigos, mas não consegue decolar.
No inicio você sente que tem uma protagonista frágil na estrutura física mas forte no pensamento, enigmática, mas com o decorrer do filme perde-se este ritmo e fica-se só na expectativa de uma revanche feminista. É um filme regular, que não consegue nos enlevar e acreditar na personagem, sempre morno, sem ritmo, e tem momentos que até o expectador se perde nos devaneios velados de Thérese, muitos sem diálogos eloquentes, só com gestos e olhar, e com uma trilha sonora que não causa impacto .
Apesar dos escorregões, vale a pena conhecer mais um trabalho de Audrey Tatou  e o último filme de Claude Miller, pois faleceu no ano passado, após o roteiro e término das locações deste filme, que só um ano depois estreia nos cinemas.




sexta-feira, 7 de junho de 2013

FAROESTE CABOCLO





"Não tinha medo o tal João de Santo Cristo / Era o que todos diziam quando ele se perdeu / Deixou pra trás todo o marasmo da fazenda / Só pra sentir no seu sangue o ódio que Jesus lhe deu....
O filme Faroeste Caboclo é uma adaptação desta composição de Renato Russo e imortalizada pela banda Legião Urbana nos anos 1980.
Com a direção de René Sampaio, conta a saga de João de Santo Cristo que deixa o interior do sertão e vai para Brasília tentar uma nova vida, com sonhos no coração e muitas memórias de uma infância sofrida. Vai à procura de seu primo, o traficante colombiano Pablo (César Trancoso), e passa a trabalhar com ele, se envolvendo com o tráfico de drogas. João conhece a linda jovem estudante de arquitetura Maria Lúcia (interpretada por Ísis Valverde), filha de um senador ( Marcos Paulo), e os dois se apaixonam e vivem uma tórrida história de amor, tipo Romeu e Julieta.
João deseja ter uma vida íntegra ao lado de Maria Lúcia, com a sua profissão de carpinteiro, mas os fatos e a própria vida errante o leva para o caminho do tráfico e das gangues.
O diretor René Sampaio (este foi seu primeiro longa metragem) conseguiu realizar um filme de qualidade, contando a verdadeira história de João de  Santo Cristo extraída desta lendária canção, claro que com alguns enxertos já que é uma adaptação , com uma boa fotografia, visual digno dos westerns, paisagens áridas e poeirentas, enfim um verdadeiro faroeste, com ação, romance, suspense, drama e muitos tiros.
O ator Fabrício Boliveira está espetacular no papel denso do protagonista João, com uma força vital, bruto e sensível ao mesmo tempo, uma grande aquisição para este filme. Ísis Valverde também não decepciona, com sua beleza singular, apesar de  faltar uma certa dose de dramaticidade em alguns momentos, mas vale ressaltar que é seu primeiro trabalho em cinema.
O papel do ator  Marcos Paulo como o senador e pai de Maria Lúcia, foi o último em vida, já que faleceu o ano passado.
Este filme chega às telas ao mesmo tempo da cinebiografia do cantor e compositor  Renato Russo, Somos tão Jovens, passados na mesma época, uma juventude com muitas drogas e violência urbana, mostrando um pouco de Brasília dos anos 80, e isso é bom para quem assiste aos dois filmes, um complementa o outro.
O filme, agradável de assistir e visualmente bonito, nos deixa uma certa nostalgia das bandas dos anos 80, faz jus à história que o grande Renato Russo compôs (são 10 minutos de história cantada), mas sentí falta de ouvir a música durante o filme, há uns acordes melódicos instrumental em alguns momentos, mas apenas no final, quando aparece os créditos do filme, ouve-se a música, nos deixando com vontade de ouvir mais.





terça-feira, 4 de junho de 2013

A DATILÓGRAFA

  
Você se imagina indo assistir a uma comédia leve, divertida, romântica, com o charme e a ingenuidade das grandes comédias dos anos 1950/60, como Bonequinha de luxo, Os guarda-chuvas do amor, Cantando na chuva ?  
Então vá assistir ao filme A Datilógrafa, uma comédia romântica francesa, com direção de Regis Roinsard, com roteiro impecável, trilha sonora super adequada ao tema, um filme esteticamente limpo, ardiloso, uma narrativa doce, como a nouvelle vague francesa, com figurino bem sugestivo da época, e uma mocinha sonhadora  mas extremamente decidida.
Conta a história da jovem romântica Rose Paphule, nos meados dos anos 1960, que mora com seu pai na região da Baixa Normandia, e tem sonhos mais ambiciosos do que casar e ser uma dona de casa. Como a maioria das garotas de sua geração, o sonho de Rose é se tornar uma secretária de um escritório importante . Rose é ingênua, mas otimista e determinada, deixa sua cidade e emprega-se no escritório de um corretor de seguros Louis Echard, este acomodado em todos os sentidos, inclusive na vida sentimental.
Mesmo sendo uma pessoa inexperiente, atrapalhada, sem as características de uma secretária, ele a contrata pelo fato de ser uma exímia datilógrafa. E começa a prepará-la para participar dos concursos de rapidez datilográfica, muito comum nesta época, inclusive entre países. E lá vai Rose tentando vencer os campeonatos até chegar a nível nacional. E é claro, como toda comédia que se preza, se apaixonando pelo seu chefe.
A atriz Débora François interpreta magnificamente a doce e decidida Rose, faz o tipo bonequinha, nos lembrando Audrey Hepburn e Grace Kelly ( ela trabalhou no filme A Criança dos Irmãos Dardenni).
O ator Romain Duris ( fez o filme Albergue Espanhol e Bonecas Russas) está bem competente no papel de galã charmoso, apesar de não ser o tipo bonitão, tem um desempenho à altura do seu papel.
O diretor consegue copiar com destreza o universo das antigas comédias românticas que fizeram tanto sucesso, a gente fica na cadeira torcendo pelo desfecho feliz da história e nos colocando como verdadeiros torcedores nas maratonas de datilografia.
Existe um equilíbrio no filme incrível, não caindo na afetação exagerada, no caricato que faz parte do filme é claro, mas apesar de ingênuo, nos leva à atualidade . E mostra  que a força do amor é capaz de superar todas as dificuldades.
Despretensioso, você sai do filme com a cabeça leve, sentindo um agradável bem estar, com vontade de retornar ao tempo em que o frescor e o romantismo faziam parte do amor e do cotidiano das pessoas.





sábado, 1 de junho de 2013

AMOR PROFUNDO




Este drama é uma adaptação da peça clássica inglesa The Deep Blue Sea, no original significa O Mar Escuro, que simboliza a tristeza e profundidade, daí o título muito bem apropriado de Amor Profundo.
Passado na Londres pós-guerra, na tela nos defrontamos com uma Londres sem brilho, com os escombros da guerra, a opressão desta época, o racionamento, os grandes encontros nos pubs, entoando-se músicas relacionadas com este período. 
Direção de Terence Davies, que adora trabalhar filmes com heroínas sofredoras, muito bem escolhida por sinal a atriz Raquel Weisz para protagonista deste filme.
Cenários internos simples mas elegantes , boa fotografia e uma trilha sonora cortante, onde um violino gritante potencializa a tristeza  e angústia  da protagonista.
No drama passado na década de 1950, conhecemos Hester, a jovem esposa de um juiz de Estado, que mantêm um casamento com afeto e estabilidade financeira mas sem atração sexual,  o que a leva a se envolver apaixonadamente por um piloto aéreo perturbado com suas experiências de guerra.
Descoberta neste triângulo amoroso, Hester escolhe viver a sua paixão, correndo atrás do amor apaixonado. Esta escolha a leva a uma grande frustração e a questionar sobre a sua vida e o porque de tanto desespero.
Com poucos diálogos, Raquel Weisz  dá um show de interpretação à personagem sofrida, deprimida, dividida entre a relação afetuosa matrimonial e a paixão e atração física pelo amante, transmitindo uma fragilidade e insegurança impressionante à personagem . Inclusive foi indicada ao Globo de Ouro por seu papel neste filme.
É um filme que fala do amor , da paixão sem limites, que norteia ao ponto de largar toda um vida e ir atrás deste amor profundo, onde não se questiona a reciprocidade, dos medos que envolvem esta paixão e aonde esta  loucura e insanidade  pode levar.
História colocada em sequências nas memórias da protagonista de forma lenta, com uma fotografia diferenciada, a querer mostrar mais o drama da personagem.
Filme com tema interessante mas meio arrastado,sendo este o diferencial do filme, para os expectadores desavisados torna-se monótono, mas com ótimos desempenhos, com cenas de grande dramaticidade.