"Não tinha medo o tal João
de Santo Cristo / Era o que todos diziam quando ele se perdeu / Deixou pra trás
todo o marasmo da fazenda / Só pra sentir no seu sangue o ódio que Jesus lhe
deu....
O filme Faroeste Caboclo é uma adaptação desta
composição de Renato Russo e imortalizada pela banda Legião Urbana nos anos
1980.
Com a direção de René Sampaio,
conta a saga de João de Santo Cristo que deixa o interior do sertão e vai para
Brasília tentar uma nova vida, com sonhos no coração e muitas memórias de uma
infância sofrida. Vai à procura de seu primo, o traficante colombiano Pablo (César
Trancoso), e passa a trabalhar com ele, se envolvendo com o tráfico de drogas.
João conhece a linda jovem estudante de arquitetura Maria Lúcia (interpretada
por Ísis Valverde), filha de um senador ( Marcos Paulo), e os dois se apaixonam
e vivem uma tórrida história de amor, tipo Romeu e Julieta.
João deseja ter uma vida íntegra
ao lado de Maria Lúcia, com a sua profissão de carpinteiro, mas os fatos e a
própria vida errante o leva para o caminho do tráfico e das gangues.
O diretor René Sampaio (este foi
seu primeiro longa metragem) conseguiu realizar um filme de qualidade, contando
a verdadeira história de João de Santo
Cristo extraída desta lendária canção, claro que com alguns enxertos já que é
uma adaptação , com uma boa fotografia, visual digno dos westerns, paisagens áridas
e poeirentas, enfim um verdadeiro faroeste, com ação, romance, suspense, drama
e muitos tiros.
O ator Fabrício Boliveira está
espetacular no papel denso do protagonista João, com uma força vital, bruto e
sensível ao mesmo tempo, uma grande aquisição para este filme. Ísis Valverde
também não decepciona, com sua beleza singular, apesar de
faltar uma certa dose de dramaticidade em alguns momentos, mas vale ressaltar que é seu primeiro
trabalho em cinema.
O papel do ator Marcos
Paulo como o senador e pai de Maria Lúcia, foi o último em vida, já que faleceu
o ano passado.
Este filme chega às telas ao
mesmo tempo da cinebiografia do cantor e compositor Renato Russo, Somos tão Jovens, passados na
mesma época, uma juventude com muitas drogas e violência urbana, mostrando um
pouco de Brasília dos anos 80, e isso é bom para quem assiste aos dois filmes,
um complementa o outro.
O filme, agradável de assistir e
visualmente bonito, nos deixa uma certa nostalgia das bandas dos anos 80, faz
jus à história que o grande Renato Russo compôs (são 10 minutos de história
cantada), mas sentí falta de ouvir a música durante o filme, há uns acordes
melódicos instrumental em alguns momentos, mas apenas no final, quando
aparece os créditos do filme, ouve-se a música, nos deixando com vontade de
ouvir mais.
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