O Grande Gatsby , um grande
romance norte-americano do autor F. Scott Fitzgerald, considerado um clássico
da literatura mundial e publicado em 1925, ganha versão para o cinema pela 4ª. vez,
com uma produção exuberante de 150 milhões de dólares.
O diretor Baz Luhrmann, conhecido
por grandes filmes como Austrália, Moulin Rouge, Romeu e Julieta, acreditou no brilho e na ostentação, misturando a um romance de época com uma
trágica história de amor, figurinos e cenários ofuscantes, uma trilha sonora
atual e grandes efeitos especiais, sendo o filme apresentado em versões 2D e
3D.
Esta história passada no verão de
1922 nas cidades de Nova York e Long Island , nos descortina a fabulosa vida em
alta sociedade desta época, após o caos da 1ª. Guerra Mundial, referenciando o
glamour existente na época, o valor exagerado ao materialismo, a falta de moral, tendo ao fundo uma história de amor que transpõe todas as barreiras.
No elenco estelar temos o peso do
ator Leonardo DiCaprio no personagem principal, o Gatsby, um excêntrico e
misterioso milionário, conhecido pelas festas monumentais em sua mansão, um
verdadeiro palacete em Long Island, com praia particular, piscina, salões de um
luxo estonteante, e cujo enriquecimento é alvo de intrigas, mistério e muita
polêmica. A 1ª. Festa na mansão do Gatsby é de um esplendor que ofusca, um
visual que prima pela exuberância e exagero em todos os sentidos. Nos cenários,
nos figurinos, na música, nos efeitos áudio-visuais, com direito até a pirotecnia.
O enredo já conhecido devido a
versões anteriores, tem como narrador desta história de amor o agente da bolsa
de valor e aspirante a escritor, Nick Carraway (interpretado pelo ator Tobey
Maguire), que se muda para uma modesta casa vizinha ao milionário, tornando-se
seu amigo e confidente. Nick vai se tornar o elo de encontro de sua
prima Daisy (Carey Mulligan) com Gatsby, com quem o milionário teve um romance no passado e é
eternamente apaixonado.
Daisy por sua vez é casada com o
aristocrata e dono de uma grande fortuna Tom Buchnan (Joel Edgerton), com quem
vive uma vida de luxo, mas de grande infelicidade e desmotivação, e as traições
freqüentes do marido desde o início do casamento é o ponto crucial desta
relação.
Nick torna-se o cupido
reaproximando Gatsby da sua idolatrada Daisy, para eles reviverem a história de
amor antiga, sem pensar nas conseqüências futuras deste ato.
Com um elenco de primeira,
qualidade de texto caracterizado pela narração e diálogos rápidos, assim como o
ritmo e o excesso de excentricidades na estética, nos figurinos, no glamour dos
personagens, no estilo extravagante da elite norte-americana dos anos 20, de
tal forma que chega a nos hipnotizar, como se quiséssemos participar daqueles
momentos.
Os personagens fascinantes nos
gestos e nas palavras, o ritmo pulsante das imagens, o glamour exagerado, como
um propósito pontual do diretor, assim como ele realizou no filme Moulin Rouge.
Enfim, todo esse exagero da produção combina com a melancólica história de amor, a nos dar uma visão da idolatria pela vida dos milionários
daquela época, o tal ¨sonho americano¨ almejado e ao mesmo tempo criticado por tantas pessoas. Afinal, junto a tanta riqueza havia corrupção, falta de moral, vícios, orgias e traições.
Os figurinos são de uma beleza e
primor ímpar, tornando-se uma inspiração para a moda atual, um olhar no
estilo dos anos 20 para os estilistas e para a moda no mundo inteiro. Os
vestidos com muito brilho, franjas e plumas, estilo ¨melindrosas¨, e as jóias e
accessórios é um dos pontos fortes do filme, difícil não se deixar seduzir pela
beleza dos figurinos de época.
Leonardo DiCaprio interpreta de
forma magistral este milionário misterioso, estiloso com seu terno cor de rosa,
de uma beleza sedutora, um verdadeiro gentleman com seu charme e encanto
pessoal, com uma aura de mistério que aos poucos vai se desnudando e se
humanizando, sem cair no caricato. Papel difícil, lembrando o quanto Robert
Redford marcou o personagem da versão anterior do O Grande Gatsby. Leonardo DiCaprio
consegue competir com dignidade e perfeição, nos seduzindo com seu sorriso cínico e encantador.
O ator Tobey Maguire, como o
narrador e figura de peso na trama, consegue manter consistência ao
personagem, revelando-se um ótimo ator e desencarnando-se do papel do homem
aranha.
Carey Mulligan faz uma tola,
mimada, vazia e encantadora Daisy, que compartilha o amor mas não consegue ter a força interior que seu amado almeja, com uma atuação
condizente com o que sugere este perfil. Uma
personagem que pelas referências anteriores não nos empolga, mas cai como a
contra balançar todo o fascínio que sentimos pelo personagem principal, o
Gatsby.
Até o ator Joel Edgerton, que
interpreta Tom Buchnan, o marido de Daisy, o faz de forma correta, meio
caricata como manda o personagem, cujas atitudes arrogantes e fúteis o torna
repugnante, o que leva a platéia a torcer por Gatsby, para quem não conhece a história, é
óbvio.
A trilha sonora muito bem
elaborada com o jazz explodindo nesta época, uma mistura impecável de estilos
dos anos 20 com estilo moderno como o Rap, há até uma sonata de Bach e uma
charleston tocado em um órgão de igreja , criativo e adequado à ocasião, que
achei genial.
Acredito que devido a dinâmica e
aos superlativos (também devido ao 3D), perde-se um pouco nas emoções mas ganha-se
no visual , perde-se no subjetivo da história, mas ganha-se na magia das cores e dos efeitos
especiais . Pareceu-me um conto de fadas sem desenho animado, onde o mocinho é
capaz de todos os atos para viver um amor proibido, onde todo o brilho e
excessos é permitido diante de um grande amor, mas com roupagem e técnicas
modernas.
Vou arriscar ver a nova versão por ter lido seus comentários. Confesso, a beleza diáfana, a suavidade do anterior, ainda guardo em minha lembrança. Depois eu falo o que achei.
ResponderExcluirentão já imagino o que vai sentir, pois o superlativo e apelativo faz parte deste filme, e com isto perde-se um pouco na emoção. Assista e aguardo seu retorno.
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