Drama francês, tem roteiro e
direção de Claude Miller , através da adaptação do romance ¨Thérese
Desqueyroux¨, de François Mauriac, e é a segunda vez que é levado às telas de
cinema.
Conta a história da jovem
espirituosa Thérese, interpretado por
Audrey Tautou, a eterna Amélie Poulan.
Passado na década de 1920, onde
os casamentos eram arrumados desde jovem, como verdadeiro comércio, sempre
visando aumentar a produtividade da s famílias, neste caso Thérese casa com seu
vizinho Bernard, com o intuito de juntar as propriedades , onde os pinheiros
são o principal cultivo.
Com aparência frágil e calma
aparente mas personalidade forte, cujas
ações sempre refletem certa apatia, frieza emocional, ela chega a citar ao
noivo que vai casar por tradição de família, ¨vai casar pelos pinheiros¨.
Ao mesmo tempo fervilha na cabeça
de Thérese indagações que ela mesma não consegue entender, e com o tempo ela se
sente sufocada por aquela vida medíocre e pela maneira simplória de pensar do
seu marido.Esta insatisfação vai tomando
conta da personagem,uma verdadeira aliada na sua vida, no íntimo ela não aceita
o estilo de vida, mas nem ela mesmo sabe o que deseja.
Thérese tem uma amizade profunda
com a irmã do seu marido, que por vezes parece ser algo maior do que um amor
fraternal, mas fica-se só na nossa imaginação.
Com o passar do tempo seu corpo
vai definhando e junto sua sanidade, sua apatia torna-se algo doentio, este é
um filme sobre comportamento humano, sobre desejos reprimidos, cuja
protagonista faz um papel ambíguo, ao mesmo tempo conformada com seu papel de
mulher submissa na relação, mas sempre incomodada com sua falta de liberdade,
enfim uma vítima das amarras sociais daquela época, em que o homem era o
dominante na relação .O filme tem belas paisagens, com florestas, pinheirais,
lagos, casarões antigos, mas não consegue decolar.
No inicio você sente que tem uma
protagonista frágil na estrutura física mas forte no pensamento, enigmática,
mas com o decorrer do filme perde-se este ritmo e fica-se só na expectativa de
uma revanche feminista. É um filme regular, que não consegue nos enlevar e
acreditar na personagem, sempre morno, sem ritmo, e tem momentos que até o
expectador se perde nos devaneios velados de Thérese, muitos sem diálogos
eloquentes, só com gestos e olhar, e com uma trilha sonora que não causa
impacto .
Apesar dos escorregões, vale a
pena conhecer mais um trabalho de Audrey Tatou
e o último filme de Claude Miller, pois faleceu no ano passado, após o
roteiro e término das locações deste filme, que só um ano depois estreia nos
cinemas.
O diferencial nessa história é que, de início, estranhamente, Therese mostra-se segura e até mesmo desejosa com aquela união, que traria lucros às famílias. Não se percebia contrariedade em seu comportamento o que, à época, era bastante comum nos casamentos arranjados. No entanto, no decorrer do filme, sem conseguir superar opressão e frustrações, vai adoecendo. Esperei, ilusão, que ela fosse capaz de uma guinada, da opção pela saúde, o que não lhe foi possível.
ResponderExcluirAudrey Tautou está muito bem no que apontam ser seu primeiro papel "sério". Penso que em "Bem me quer, mal me quer" também mostrou o quanto pode ser expressiva e dramática.
A gente termina se perdendo nos devaneios de Thérese,que nem ela mesma sabe o porque das suas insatisfações.
ResponderExcluirNicia, seus comentários são bem pertinentes.