Este drama é uma
adaptação da peça clássica inglesa The Deep Blue Sea, no original significa O Mar Escuro, que simboliza a tristeza e profundidade, daí o título
muito bem apropriado de Amor Profundo.
Passado na Londres pós-guerra, na
tela nos defrontamos com uma Londres sem brilho, com os escombros da guerra, a
opressão desta época, o racionamento, os grandes encontros nos pubs,
entoando-se músicas relacionadas com este período.
Direção de Terence Davies, que adora trabalhar filmes com heroínas sofredoras, muito bem escolhida por sinal a atriz Raquel Weisz para protagonista deste filme.
Cenários internos simples mas elegantes , boa
fotografia e uma trilha sonora cortante, onde um violino gritante potencializa
a tristeza e angústia da protagonista.
No drama passado na década de
1950, conhecemos Hester, a jovem esposa de um juiz de Estado, que mantêm um
casamento com afeto e estabilidade financeira mas sem atração sexual, o que a leva a se envolver apaixonadamente
por um piloto aéreo perturbado com suas experiências de guerra.
Descoberta neste triângulo
amoroso, Hester escolhe viver a sua paixão, correndo atrás do amor
apaixonado. Esta escolha a leva a uma
grande frustração e a questionar sobre a sua vida e o porque de tanto desespero.
Com poucos diálogos, Raquel
Weisz dá um show de interpretação à personagem sofrida, deprimida, dividida entre a relação afetuosa matrimonial
e a paixão e atração física pelo amante, transmitindo uma fragilidade e
insegurança impressionante à personagem . Inclusive foi indicada ao Globo de
Ouro por seu papel neste filme.
É um filme que fala do amor , da
paixão sem limites, que norteia ao ponto de largar toda um vida e ir atrás
deste amor profundo, onde não se questiona a reciprocidade, dos medos que
envolvem esta paixão e aonde esta loucura e
insanidade pode levar.
História colocada em
sequências nas memórias da protagonista de forma lenta, com uma fotografia
diferenciada, a querer mostrar mais o drama da personagem.
Filme com tema interessante mas meio arrastado,sendo este o diferencial do filme, para os expectadores desavisados torna-se monótono, mas com ótimos desempenhos, com cenas de
grande dramaticidade.
Profundidades precisam ser bem digeridas, não é isso que acontece no filme?
ResponderExcluirExatamente, se não assistiu, não perca. E dê um retorno o que achou, Nicia.
ResponderExcluirBom filme em que o patológico é a tônica. O "amor profundo" de Hester vai além do amor, além da paixão, que tem fim, ultrapassando os limites da sanidade. Hester submete-se a uma vida de desprezo, humilhação, sofrimento e reclusão, abdica de si própria, em nome de algo que pensa ser amor. Ela e o amante são o retrato dramático de um vínculo doentio que não só destrói relações de casal, mais que isso, inviabiliza demais vínculos.
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