sábado, 1 de junho de 2013

AMOR PROFUNDO




Este drama é uma adaptação da peça clássica inglesa The Deep Blue Sea, no original significa O Mar Escuro, que simboliza a tristeza e profundidade, daí o título muito bem apropriado de Amor Profundo.
Passado na Londres pós-guerra, na tela nos defrontamos com uma Londres sem brilho, com os escombros da guerra, a opressão desta época, o racionamento, os grandes encontros nos pubs, entoando-se músicas relacionadas com este período. 
Direção de Terence Davies, que adora trabalhar filmes com heroínas sofredoras, muito bem escolhida por sinal a atriz Raquel Weisz para protagonista deste filme.
Cenários internos simples mas elegantes , boa fotografia e uma trilha sonora cortante, onde um violino gritante potencializa a tristeza  e angústia  da protagonista.
No drama passado na década de 1950, conhecemos Hester, a jovem esposa de um juiz de Estado, que mantêm um casamento com afeto e estabilidade financeira mas sem atração sexual,  o que a leva a se envolver apaixonadamente por um piloto aéreo perturbado com suas experiências de guerra.
Descoberta neste triângulo amoroso, Hester escolhe viver a sua paixão, correndo atrás do amor apaixonado. Esta escolha a leva a uma grande frustração e a questionar sobre a sua vida e o porque de tanto desespero.
Com poucos diálogos, Raquel Weisz  dá um show de interpretação à personagem sofrida, deprimida, dividida entre a relação afetuosa matrimonial e a paixão e atração física pelo amante, transmitindo uma fragilidade e insegurança impressionante à personagem . Inclusive foi indicada ao Globo de Ouro por seu papel neste filme.
É um filme que fala do amor , da paixão sem limites, que norteia ao ponto de largar toda um vida e ir atrás deste amor profundo, onde não se questiona a reciprocidade, dos medos que envolvem esta paixão e aonde esta  loucura e insanidade  pode levar.
História colocada em sequências nas memórias da protagonista de forma lenta, com uma fotografia diferenciada, a querer mostrar mais o drama da personagem.
Filme com tema interessante mas meio arrastado,sendo este o diferencial do filme, para os expectadores desavisados torna-se monótono, mas com ótimos desempenhos, com cenas de grande dramaticidade.



 

3 comentários:

  1. Profundidades precisam ser bem digeridas, não é isso que acontece no filme?

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  2. Exatamente, se não assistiu, não perca. E dê um retorno o que achou, Nicia.

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    1. Bom filme em que o patológico é a tônica. O "amor profundo" de Hester vai além do amor, além da paixão, que tem fim, ultrapassando os limites da sanidade. Hester submete-se a uma vida de desprezo, humilhação, sofrimento e reclusão, abdica de si própria, em nome de algo que pensa ser amor. Ela e o amante são o retrato dramático de um vínculo doentio que não só destrói relações de casal, mais que isso, inviabiliza demais vínculos.

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