segunda-feira, 28 de abril de 2014

YVES SAINT - LAURENT




Se tem um filme que expressa elegância e beleza, este é Yves Saint-Laurent. Do diretor Jalil Lespert, um drama francês com a cinebiografia do renomado estilista Yves Saint-Laurent que modernizou a alta costura e sofisticou o prêt-à-porter, falecido em 2008 aos 71 anos de idade, vítima de um câncer cerebral.
Com narração de Pierre Bergé (Guillaume Gallienne), seu fiel companheiro por 20 anos, conta a carreira do gênio da alta costura Yves Saint-Laurent ( Pierre Niney), que nasceu na Argélia e desde jovem já tinha inclinação para a moda e antes dos 18 anos foi trabalhar no atelier de Christian Dior. Com a morte do seu mentor Dior em 1957, o jovem Yves assumiu a Maison Dior aos 21 anos, com o desafio de salvar o negócio da ruína financeira, realizando um desfile que foi um sucesso e o tornou conhecido no mundo inteiro.
Em parceria com o empresário Pierre Bergé (juntos no amor e no trabalho), decidem lançar a própria grife YSL, com grande sucesso e tornando-se um dos maiores estilistas inovadores da alta costura.
Com uma vida conturbada, Yves cria uma dependência com o álcool e as drogas, frequentador de ambientes promíscuos e com vários amantes. Mas seu companheiro e administrador financeiro Bergé está sempre por perto para acolhê-lo e ajudar, como um porto seguro na instabilidade emocional de Yves. Mas a relação dos dois também era pautado em brigas, reconciliações, traições, aventuras, viagens, e no trabalho um complementava o outro, Yves na criação da moda e Pierre como administrador.
O ator Pierre Niney incorpora de forma memorável a timidez e os trejeitos deste estilista genial, e o ator Guillaume Gallienne no papel de Pierre Bergé faz uma dupla que se destaca neste filme. A atriz Charlotte Le Bon interpreta a modelo Victoire Doutreleau que por muitos anos foi a musa do estilista Yves S. Laurent.
Com figurino e direção de arte excelente, apenas o roteiro deixa um pouco a desejar, gerando lacunas para quem assiste o filme. Na vida real Pierre Bergé deu acesso ao estúdio e à casa que eles moraram, dando veracidade e tornando-se  interessante para o espectador.
YSL revolucionou o mundo da moda e tornou-se um ícone, e o grande desfile de 1976 é transposto para a tela de forma exuberante, com lindos e inovadores modelos. ¨A moda passa; o estilo é eterno¨, palavras do grande YSL, como referência ao seu estilo criativo e ousado.
¨Nada é mais belo do que um corpo nu. A roupa mais bela que pode vestir uma mulher são os braços do homem que ela ama. Mas, para aquelas que não tiveram a sorte de encontrar esta felicidade, eu estou lá¨. – YSL .

quinta-feira, 24 de abril de 2014

A SOGRA




Sogra é motivo de piadas, de brincadeiras, de censuras, de elogios, mas esta comédia romântica intitulada  A Sogra (2005), já determina o objetivo principal do filme.
Com direção de Robert Luketic, o filme mostra como sobreviver a um casamento, quando se tem uma sogra para querer infernizar a vida da nora, sempre com a intenção de destruir o seu relacionamento com seu amado filho.
Nesta comédia romântica, temos a história da linda jovem Charlotte (Jennifer Lopez), que se apaixona  por Kevin Fields (Michael Vartan) e decidem se casar. Mas no caminho do amor existe um problema maior que é Viola (Jane Fonda), a mãe de Kevin.
Viola é uma mulher autoritária e determinada, âncora de um jornal de televisão, e que foi demitida e preterida neste cargo, por uma jornalista mais jovem. Sem seu trabalho e com receio de perder o filho único, Viola vai armar várias artimanhas para atrapalhar a vida amorosa do filho. Com situações inusitadas, chegando até a dormir com a nora, Viola faz um jogo duplo, sempre com interesse de criar conflito para o casal apaixonado.
Uma comédia com várias cenas engraçadas, gostosa de assistir, sem muita originalidade no tema, mas que consegue distrair na medida certa.
Jane Fonda está hilária no filme, rouba todas as cenas com uma ótima atuação, dominando totalmente o enredo. Já a linda Jennifer Lopez tem uma atuação mediana, conforme o esperado.
Apesar de não ter nada de inovador no filme, é um programa agradável rever este filme, e se deliciar com a atuação de Jane Fonda e suas intermináveis armadilhas para a nora. Ficamos a imaginar (e dando boas risadas) que na vida real deve ter muitas sogras parecidas com a Viola.



segunda-feira, 21 de abril de 2014

HOJE EU QUERO VOLTAR SOZINHO




Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (Brasil) marca a estreia do diretor Daniel Ribeiro em longa metragem, realizando um filme leve e inspirador, baseado no curta Eu Não Quero Voltar Sozinho, lançado por ele há quatro anos atrás, com o mesmo elenco e o mesmo tema.
Este drama fala sobre a adolescência, a descoberta do primeiro amor e da sexualidade, com um contra ponto a mais, o personagem central tem uma deficiência visual.
Sem pretensão de levantar bandeiras, com um roteiro simples mas eficaz, conhecemos Leonardo (Guilherme Lobo), um adolescente cego de nascença que estuda em colégio normal e que tem em Giovana (Tess Amorim) uma amiga inseparável, que o ajuda nas suas tarefas diárias e na sala de aula, o acompanha diariamente até sua casa, é sua confidente e ainda o defende do bullying que ele sofre de alguns colegas, pelo fato de ser cego e extremamente tímido.
Com a chegada de Gabriel (Fabio Audi) como novo aluno da turma, há uma identificação imediata de Leonardo, criando ciúmes em Giovana. A partir deste triângulo moderno, observamos Leonardo descobrindo a sua sexualidade, a descoberta do amor, a querer aprender por si mesmo a alçar novos voos. Mas com pais super protetores fica difícil para Leonardo conseguir seu intento, inclusive sua mãe também tem dificuldades em aceitar que seu filho está crescendo e querendo se auto afirmar, ¨sair de baixo de suas asas¨.
O trio de atores Guilherme Lobo, Tess Amorim e Fabio Audi fazem um bom trabalho de interpretação, que flui de forma bem natural e divertida. É agradável sentir novos atores chegando e aprendendo a arte de interpretar, saindo da mesmice de rostos já conhecidos da televisão.
Com uma trilha sonora agradável, um roteiro certinho apesar dos diálogos meio inconsistentes, um filme delicado que fala de preconceitos sem querer se aprofundar, mas destacar os personagens com sensibilidade, de forma intimista, e com um final muito legal. Este drama marca um destaque na esfera do cinema nacional, que de uns tempos para cá só investe em comédias banais.
Com uma boa fotografia, um drama sem maiores pretensões  mas que alcança o que deseja, contar uma história simples e real de forma leve e divertida.  Ganhador do Festival de Berlim 2014 no quesito tema gay.
                                                                                                                                                                                 

quinta-feira, 17 de abril de 2014

O CONGRESSO FUTURISTA




Com produção e direção do israelense Ari Folman, o filme O Congresso Futurista é uma animação/ficção, excêntrico e com ideias inteligentes, misturando ¨live action¨com animação.
Livre adaptação do livro O Congresso Futurológico do polonês Stanislaw Lem, o diretor Ari Folman (Valsa para Bashir/ 2008) modifica a linha da história, colocando como protagonista a atriz Robin Wright no papel dela mesma, inclusive ela é co-produtora do filme.
Robin Wright interpreta uma atriz de 44 anos que vive com dificuldades com seus dois filhos, Sarah e Aaron em um troller  próximo ao aeroporto, inclusive seu filho Aaron é portador de deficiência física e seu tratamento é bastante oneroso. Robin encontra-se em declínio artístico devido escolhas de filmes errados no passado.
Seu agente Al (Harvey Keith) recebe uma proposta do Estúdio Miramount através do produtor Jeff (Danny Huston) e tenta persuadir Robin a aceitar. A empresa quer ter livre acesso sobre a imagem escaneada da atriz em chip, que passará a ser propriedade do estúdio durante 20 anos, e Robin não poderá utilizar sua imagem em atuação pelo resto da sua vida. Robin passará a ser uma atriz virtual, com uma imagem jovem para sempre.
Devido problemas financeiros Robin aceita a proposta e 20 anos depois é convidada para um congresso da empresa. Os convidados para ter acesso ao congresso deverão ingerir uma ampola que os transportará para o mundo virtual. O filme até este momento é ¨live action¨e a partir daí vira animação.
Filme complexo, que tem uma visão sombria, pesada e sem motivação  da vida como ser humano, e ao mesmo tempo a vida em animação é colorida, uma mera ilusão que é vendida, onde as pessoas escolhem o que querem ser, com certo humor. Interessante ver na animação várias Robin, o cantor Michael Jackson como garçom e o ator Tom Cruise oriental.
A atriz Robin Wright está bem no papel que interpreta, em alguns pontos tem haver com sua própria carreira como atriz.
Filme original, complexo, perde-se um pouco no ritmo na fase da animação, mas leva o público à crítica e reflexão. O que é real e o que é utopia virtual no mundo atual? Vive-se um mundo ilusório criado pela mídia ou por interesses individuais deixando-se a coletividade em segundo plano?
No pragmatismo deste filme fica a instigante questão: Será que existe realmente escolhas, se encara a realidade ou se encontra (ou perde-se) na ilusão?
¨Se você vê a escuridão é porque escolheu a escuridão¨, uma dentre várias falas deste intrigante filme.


segunda-feira, 14 de abril de 2014

GLORIA


  
Gloria, comédia dramática chilena do diretor  Sebastián Lélio, é o tipo do filme que você assiste sem maiores pretensões e no final se apaixona pela personagem.
Um filme leve, divertido, realista, cuja pretensão é mostrar a vida  e o cotidiano de Gloria (Paulina Garcia), uma mulher na faixa dos 58 anos, divorciada há 10 anos, de classe média, com dois filhos já criados e com os quais tem uma boa relação. Gloria adora viver a vida de forma descomplicada, adora ouvir música e cantarolar ao som do rádio, tem como hobby curtir bailes da terceira idade, onde ela conhece pessoas, flerta para se divertir. E em um desses bailes  ela conhece Rodolfo (Sérgio Hernandez), um homem divorciado há pouco tempo, com temperamento introspectivo, o oposto de Gloria, que não consegue viver sua vida de forma plena, preso a sua ex-mulher e suas filhas. Ainda assim eles se apaixonam e tentam viver uma relação duradoura.
O bom do filme é justamente a construção desta mulher de meia-idade, espirituosa, confiante de si, sexualmente liberada, sem medo de arriscar e sentindo-se feliz com seu modo de ser e encarar a vida de frente.
A grande atriz Paulina Garcia tem uma interpretação magistral, inclusive o roteiro foi escrito especialmente para ela, que faz jus ao troféu Urso de Prata de Melhor Atriz do Festival de Berlim 2013. Paulina Garcia aparece praticamente em todas as cenas do filme, constrói uma personagem real que qualquer mulher madura pode se projetar, sem medo de mostrar a expressão do seu rosto com as rugas da idade ( a câmera passeia bastante na sua imagem),  uma pessoa simpática, sensual quando assim deseja, sem pudor de expor seu corpo, com muita naturalidade e espontaneidade.
 Filme divertido, ótimo roteiro,  uma história simples sem dramatizar demais, com bom ritmo,  um final genial que nos faz vibrar como ¨aquele pavão dourado¨ que  aparece no filme, representando a beleza e  maturidade da mulher que aceita a idade e sabe do seu potencial, e entende o quanto a vida é bela e está aí para ser vivida com leveza e espirituosidade. Afinal, todas as pessoas têm direito ao amor e à  liberdade de viver, independente da idade.
Quando Rodolfo pergunta a Gloria ¨Você é sempre tão feliz¨? E ela, depois de um sorriso maroto, assume uma expressão séria e diz ¨tem algumas manhãs que não, e muitas tardes também¨,fica uma reflexão para a plateia e a atriz Paulina Garcia consegue captar nesta frase tudo que se deseja transmitir.
Como uma amiga me disse no final do filme,  ¨a vida como ela é, de perdas e ganhos, danos e recompensas, vida de gente comum que luta com coragem, com seus medos também, cada qual com suas questões mais ou menos equacionadas¨. E o tempo passa, mostrando-nos os caminhos por onde levantar e seguir.
O diretor pontua o filme de tal forma, nos dando  tempo de conhecer Gloria, uma mulher espirituosa, singular sem ser bela e que sabe usar sua sexualidade no momento certo. Que sabe usufruir o que a vida lhe oferece, sem medo de tentar e até errar.
Com certeza as pessoas mais maduras adorarão conhecer Gloria e muitas se encontrarão através de Gloria.




sexta-feira, 11 de abril de 2014

NOÉ




Com uma história bíblica, o filme Noé, do diretor Darren Aronofsky ( Cisne Negro/ 2011; O Lutador/ 2008), tem um público certeiro de bilheteria.Uns vão para reconhecer e conferir fatos religiosos, outros por curiosidade, ou de acordo com o trailler, um filme de ação e magnitude.
De forma simplificada, pois através da Bíblia sabemos o conteúdo desta grandiosa história, Noé foi escolhido por Deus para construir uma arca que nela abrigasse um par de todas as espécies de animais e somente sua família iria na arca, pois haveria um dilúvio que destruiria a Terra e toda a humanidade.
O filme começa antes de Noé, ¨No inicio, não havia Nada¨ e tem muita beleza e criatividade neste momento, mostrando como Deus fez o mundo em 7 dias. Mas depois se perde em uma  mistura épica e de aventura, através da grande força bíblica. Tem controvérsias como o tempo em que Noé construiu a arca,  a própria visão de Noé, os anjos guardiões que são transformados em seres de pedra através de computação gráfica, quantos animais e seres humanos vão na arca, a aliança de Tubalcaim (Ray Winstone) com um dos filhos de Noé, e por aí vai. Mas independente de religião, Noé é um filme que tem suas qualidades e conta uma história de Fé e Crença religiosa.
No elenco grandes atores como Russel Crowe interpretando Noé, Jennifer Connely no papel de Naameh, esposa de Noé; Emma Watson como Ila, a menina salva por Noé e que se apaixona por seu filho, Shem ( Douglas Booth); Anthony Hopkins como Matusalém. Em geral com boas atuações, mas nada de excepcional.
Desaconselhável assistir em 3D, uma grande decepção, os efeitos visuais neste nível ficam muito a desejar em qualidade, mas a fotografia do filme é bonita.
Um filme com erros e acertos, com um roteiro que se perde em alguns momentos, nos abstrai do verdadeiro sentido da história bíblica, recheado de tramas paralelas e fantasiosas, como os anjos que viram seres de pedra, verdadeiros transformers, e a menina Ila, que se apaixona por Shem, filho de Noé.
Um diretor ousado no tema proposto, um filme épico com altos e baixos, mas que de alguma forma nos leva à reflexão sobre este personagem e esta passagem bíblica tão forte.  Que fala da força dos nossos desejos e crença, da fé dos homens em seu Criador, de justiça divina , do amor ao próximo e à família, e do papel do ser humano perante as injustiças sociais, a violência, a ganância  que leva à destruição do planeta.



quarta-feira, 9 de abril de 2014

INSTINTO MATERNO



O filme Instinto Materno, produção romena do diretor Calin Peter Netzer,  premiado com o troféu Urso de Ouro no Festival de Berlim 2013, confere uma trama familiar densa e pesada sobre a relação de mãe e filho, quando os limites não são preservados.
No papel da mãe dominadora Cornelia Kerenes, a atriz Luminita Gheorghiu é de uma veracidade e interpretação excelente, contrapondo ao filho Barbu (Bogdan Dumitrache), uma pessoa  fora de prumo e desgostoso com a sua própria vida.
Barbu é um homem na faixa dos 35 anos, imaturo e desnorteado, que não conseguiu se impor perante a vida, subjugado pela sua mãe Cornelia, e cujo pai, Sr. Fagarasanu (Florin Zamfirescu) é figura insignificante neste núcleo familiar, devido ao poder dominador da mãe.
Barbu tenta uma vida com Carmen (Ilinca Gioia), uma mulher divorciada e que sua mãe não suporta, pois não consegue aceitar e entender seu filho fora de suas rédeas.
Devido a morte de uma criança em um acidente de carro cujo autor foi  Barbu, a mãe Cornelia reage como uma leoa, passando como um trator por cima de tudo e de todos, inclusive da família da vítima. Esta mãe desesperada usa o seu poder e fortuna para conseguir livrar o filho da prisão, sem se atentar a sentimentos ,  usando de forma ilícita os poderes que possui perante as pessoas e o sistema social.
Com esta trama, o espectador percebe todo tipo de corrupção e injustiça social, o domínio que as pessoas podem ter sobre outras devido a hierarquia social e o quanto o dinheiro corrompe. Cornelia através do seu poder, domina a sua família e compra as pessoas e o próprio sistema.
Um filme que fala de imposição de limites nas relações familiares e o quanto isto interfere no desenvolvimento e caráter das pessoas. Uma mãe altamente possessiva, cujo amor extremado pelo filho é motivo de desunião entre os dois, pois caem na armadilha da dominação, perdendo-se a liberdade de pensamento e ação. Uma mãe cujo amor é capaz de ferir valores éticos na esperança de ¨salvar o seu filho¨, mostrando as diferenças de classe na Romênia ou em outro país qualquer e as injustiças sociais.
Um filme denso, realista, com uma fotografia escura, o que causa um certo desconforto à plateia. Com diálogos fortes e críticos, principalmente entre mãe e filho, e uma figura paterna inexpressiva em um ambiente dominado pela presença materna. É quando o amor perde a medida e ultrapassa os limites da racionalidade, e nesta rede aprisiona as pessoas envolvidas, tanto os submissos, mais ainda o dominante, trazendo infelicidade e dificuldades nas relações em geral.


segunda-feira, 7 de abril de 2014

RIO 2




Rio 2 (EUA), animação e aventura com direção do brasileiro Carlos Saldanha, é uma continuação de Rio (2011) e corresponde ao esperado em qualidade visual e criatividade.
Apesar do título, o filme começa no Rio de Janeiro ao som do batuque e fogos de artifício do tão propagado réveillon da Praia de Copacabana, mas depois dá uma passada por algumas cidades do Brasil e vai para Amazônia. E logo nos deliciamos com o casal já conhecido, as ararinhas azul Jade e Blu ( na voz de Anne Harthaway e Jesse Eisenberg) e seus três lindos filhotinhos.
Jade e Blu  ao ouvir na televisão os pesquisadores Túlio e Linda (voz de Rodrigo Santoro e Leslie Mann ) dizer que existem outras ararinhas na Floresta Amazônica, decidem viajar para lá com seus filhotes, à procura de outros bichinhos da sua espécie que se encontra em extinção.
Na Amazônia a história se foca na diversidade da fauna com suas tartarugas capoeiristas, o bicho preguiça, os mosquitos e as inúmeras espécies de aves e no desmatamento feito pelos homens, que os próprios animais decidem combater tal violência contra a natureza.
A trilha sonora do inglês John Powell, com supervisão geral de Sérgio Mendes e do percussionista Carlinhos Brown é um show à parte, aliado ao balé das aves, um colorido belíssimo, um musical alegre e divertido. Recriação de músicas como I Will Survive, Flashdance e outras, é uma brinde à platéia, um conjunto de ritmos de uma musicalidade brejeira, gostoso de escutar, dá vontade de saltitar na cadeira do cinema. A incrível perereca rosa saltitante e apaixonada é uma graça, e a dublagem pela atriz dos musicais da Broadway, Kristin Chenorweth,  é de muita graciosidade.
Apesar da trama e roteiro serem inferior ao primeiro filme Rio , esta é uma animação leve, colorida, um musical com personagens encantadores, de qualidade técnica e com ensinamentos para as crianças e os adultos também. E em 3D fica mais fascinante ainda, algo que nos deixa leve, alegre e ao mesmo tempo emociona.
Com graciosidade e multicolorido, o filme fala de amor, amizade, importância da família, gratidão. De valores éticos, da conscientização de preservar a Floresta Amazônica do desmatamento e da arbitrariedade dos homens. É legal vermos os bichinhos ensinando aos homens a valorizar a Ecologia, diante da ganância  em destruir a natureza em causa própria.
Vale a pena levar as crianças e curtir junto esta animação, que nos faz sair do cinema com alma alegre de criança!!

quinta-feira, 3 de abril de 2014

OS FILHOS DO PADRE




O filme croata Os Filhos do Padre foi um recorde de bilheteria em seu país; do diretor Vinko Bresan, é adaptação de uma peça. Em um país pobre de cinema devido a guerra, este diretor realmente conseguiu um grande sucesso com este filme, assim como O Fantasma de Tito (2000).
Uma comédia ácida, irônica, que satiriza a Igreja Católica com seus dogmas e exigências, mas de forma leve. Inclusive a Igreja foi contra o filme por conter temas relacionados a ela, em um  país altamente católico.
O filme é passado em uma cidadezinha à beira do Mar Adriático (vizinha a Itália), com casinhas que nos lembram  a Grécia. O Padre Fabijan ( Kresimir Mikic) é designado a ser o novo pároco desta vila, substituindo o atual pela idade avançada, e descobre que neste lugar o índice de mortalidade é maior que o de natalidade, e o motivo é que o uso de camisinhas na prática do sexo é comum entre os habitantes e os turistas que visitam o local.
Com a conivência de dois moradores, o dono do Quiosque e o da Farmácia, o padre bola um plano maluco de furar todos os preservativos que são vendidos nestes dois estabelecimentos. Em pouco tempo aparecem muitas mulheres grávidas e os problemas decorrentes das gestações, como por exemplo não saber quem é o pai da criança. E cabe ao Padre Fabijan tentar resolver os problemas, e a cada tentativa a situação piora,  tirando a paz desta tranquila aldeia.
Comédia leve de humor fácil de entender, com bom roteiro, em que se pontua os rigores éticos da Igreja Católica, inclusive a castidade dos padres, e que muitas vezes não é preservada. O tema pedofilia também é colocado, de forma satírica mas não agressiva.
A figura do Padre Fabijan é bem carismática, simpática, e nos inspira a entender que o humor quanto mais simples, menos apelativo ao olhar, uma ironia até poética. Parece que estamos assistindo uma comédia como as de outrora, um humor meio ¨bobo¨, onde o prazer está nas situações singulares, sem precisar de apelos, como palavrões e nudez.
Para quem curte um humor simples, direto, uma comédia diferente, para simplesmente divertir, mas com verdades encobertas de forma satírica.