quinta-feira, 17 de abril de 2014

O CONGRESSO FUTURISTA




Com produção e direção do israelense Ari Folman, o filme O Congresso Futurista é uma animação/ficção, excêntrico e com ideias inteligentes, misturando ¨live action¨com animação.
Livre adaptação do livro O Congresso Futurológico do polonês Stanislaw Lem, o diretor Ari Folman (Valsa para Bashir/ 2008) modifica a linha da história, colocando como protagonista a atriz Robin Wright no papel dela mesma, inclusive ela é co-produtora do filme.
Robin Wright interpreta uma atriz de 44 anos que vive com dificuldades com seus dois filhos, Sarah e Aaron em um troller  próximo ao aeroporto, inclusive seu filho Aaron é portador de deficiência física e seu tratamento é bastante oneroso. Robin encontra-se em declínio artístico devido escolhas de filmes errados no passado.
Seu agente Al (Harvey Keith) recebe uma proposta do Estúdio Miramount através do produtor Jeff (Danny Huston) e tenta persuadir Robin a aceitar. A empresa quer ter livre acesso sobre a imagem escaneada da atriz em chip, que passará a ser propriedade do estúdio durante 20 anos, e Robin não poderá utilizar sua imagem em atuação pelo resto da sua vida. Robin passará a ser uma atriz virtual, com uma imagem jovem para sempre.
Devido problemas financeiros Robin aceita a proposta e 20 anos depois é convidada para um congresso da empresa. Os convidados para ter acesso ao congresso deverão ingerir uma ampola que os transportará para o mundo virtual. O filme até este momento é ¨live action¨e a partir daí vira animação.
Filme complexo, que tem uma visão sombria, pesada e sem motivação  da vida como ser humano, e ao mesmo tempo a vida em animação é colorida, uma mera ilusão que é vendida, onde as pessoas escolhem o que querem ser, com certo humor. Interessante ver na animação várias Robin, o cantor Michael Jackson como garçom e o ator Tom Cruise oriental.
A atriz Robin Wright está bem no papel que interpreta, em alguns pontos tem haver com sua própria carreira como atriz.
Filme original, complexo, perde-se um pouco no ritmo na fase da animação, mas leva o público à crítica e reflexão. O que é real e o que é utopia virtual no mundo atual? Vive-se um mundo ilusório criado pela mídia ou por interesses individuais deixando-se a coletividade em segundo plano?
No pragmatismo deste filme fica a instigante questão: Será que existe realmente escolhas, se encara a realidade ou se encontra (ou perde-se) na ilusão?
¨Se você vê a escuridão é porque escolheu a escuridão¨, uma dentre várias falas deste intrigante filme.


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