sexta-feira, 4 de outubro de 2013

COMO ÀGUA PARA CHOCOLATE




Existem filmes que basta assistir uma única vez para nunca se esquecer. Este é o caso deste romance  Como Água para Chocolate (1992- México), que mistura o ato de cozinhar, o aroma dos ingredientes que fazem deste ato um grande evento, com o amor e a paixão por alguém.
Baseado no livro homônimo de Laura Esquivel, com direção e produção de Afonso Arau, conta a história de Tita e sua família, em um século passado onde as tradições eram fortemente respeitadas.
Passada no Rancho La Graza, na fronteira do México e Estados Unidos, tem como personagem principal Tita (Lumi Cavazos), a terceira filha na sucessão familiar , que com a morte de seu pai passa a ser, segundo a tradição local, a pessoa que deverá cuidar de sua mãe até a morte, e por isto está fadada a não se casar.
Na adolescência Tita se apaixona por Pedro (Marco Leonardi), que deseja casar com ela. Mas a mãe de Tita, além de vetar o casamento em virtude da tradição, oferece Rosaura, sua filha mais velha, para Pedro se casar.
Impossibilitados de ficarem juntos, Pedro aceita casar com Rosaura, só para ficar perto de Tita..
Filme recheado de simbolismo, mostra uma Tita que possue uma relação mística com os sabores e os aromas, como na noite em que cozinha para Pedro e ¨sente a massa em contato com o óleo fervente¨e seu corpo quase explode de bolhas de tanto desejo e paixão.
Filme romântico, mostra a força de uma amor que é capaz de tudo para ficar perto de seu amado, e a combinação da comida com os sentimentos, cheio de misticismo e simbologia, como logo no início Tita diz: ¨O ruim de chorar quando se pica cebola não é o fato de chorar, e sim que, às vezes, não se consegue parar¨.
Tita tira do seu triste destino imposto por uma tradição milenar, uma razão de viver e libertar-se de seus sentimentos aprisionados no fundo do seu ser, seus desejos, angústias, através da elaboração dos seus pratos. E este sentimento era transmitido para todos que se deliciavam desses pratos exóticos, como codornas feitas com pétalas de rosas dadas por seu amado.
E quando perguntavam o segredo de suas receitas, Tita sempre respondia ¨tens que fazer com muito amor¨.
Um marco do cinema latino, cheio de metáforas e simbologia, com imagens belas,  nos faz repensar a maneira de viver, valores e regras impostas culturalmente, e que são capazes de  determinar o destino das pessoas.
Uma história sensível, em uma realidade difícil de compreensão para as pessoas, onde o cheiro das canjas, do tomilho, do alho, cebola, leite fervido, serve de elo para quem acredita que o amor verdadeiro é eterno.


3 comentários:

  1. Como você disse, um filme inesquecível! Para mim, marcante, o primeiro filme que pude ver no cinema, após o nascimento de Luiza, aquele que te fazem a "caridade" de, por duas horas, sair do chão e viajar no mundo de sensações com que Tita nos presenteia. Literalmente, uma delícia!

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  2. Obrigado Nicia pelo comentário. Filme realmente inesquecível, para voce marcante também.

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    1. Só para completar, lembrei-me dos excelentes "A festa de Babette" e "O tempero da vida".

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