domingo, 28 de junho de 2015

MINHA QUERIDA DAMA



A comédia dramática Minha Querida Dama (EUA/ França) tem a direção e roteiro do dramaturgo Israel Horovitz, que consegue nesta adaptação de peça teatral dar naturalidade aos diálogos, com ótimo elenco e ainda incorporar cenários externos, permitindo maior fluidez da trama.
Mathias Gold (Kevin Kline) é um homem solitário e amargurado, com traumas de infância, à beira da falência financeira. Ao receber de herança do seu pai um imóvel super valioso em Paris, ele decide vender a propriedade. Só que Mathias não sabia que o pai tinha comprado o apartamento através de uma transação francesa chamada viager, na qual o comprador só recebe o imóvel após a morte da pessoa que vendeu e ainda tem que pagar uma mensalidade a esta pessoa. E na propriedade que agora pertence a Mathias, mora uma senhora de 92 anos chamada Mathilde Girard (Maggie Smith). Eles são obrigados a conviver juntos e Mathias tenta fazer a transação de venda de qualquer jeito. Os dois vão se conhecendo aos poucos, segredos vão sendo desvendados, com situações engraçadas e outras dramáticas, tensas mesmo.
Mathias conhece Chloé (Kristin Scott Thomas), a filha de Mathilde, e daí nasce uma atração mútua.
Um filme que fala de reencontro com fantasmas do passado, com personagens sofridos, diálogos de ácido humor britânico, onde o elenco é a mola propulsora da trama. Bacana assistir atores competentes e maduros como  Maggie Smith e Kevin Kline, dando um verdadeiro show de interpretação.
Filme cativante, bom roteiro, boa fotografia, com cenários da Cidade Luz com suas ruas paralelas ao Rio Sena, um verdadeiro passeio na bela Paris. Vale a pena conferir.




quinta-feira, 25 de junho de 2015

LUGARES ESCUROS



O filme Lugares Escuros (França), direção e roteiro  de Gilles Paquet-Brenner, é uma adaptação do livro do escritor Gillian Flynn, conhecido pelo grande sucesso de Garota Exemplar, o que já é uma curiosidade para assistir este filme.
Conta a história de Libby Day (Charlize Theron), uma mulher traumatizada com seu passado sombrio. Na infância presenciou o assassinato de sua mãe e irmãs dentro de sua própria casa, e seu irmão mais velho foi acusado e preso por 28 anos por este crime horrendo. Libby  nunca conseguiu se recuperar do trauma sofrido e sempre viveu com a ajuda de um fundo financeiro para pessoas que passaram por situações violentas.
Libby é convidada a reviver seu passado por um grupo secreto que investiga crimes desse tipo, e ela aceita pois seu fundo acabou e ela precisa de dinheiro para seu sustento. Para isso terá que visitar seu irmão Ben Day na cadeia e prosseguir na investigação.
O elenco é formado por bons atores, como Corey Stoll e Tye Sheridan, no papel do irmão Ben Day, adulto e na adolescência; Christina Hendricks como a mãe Patty Day. O destaque vai para a protagonista Charlize Theron no papel de Libby Day, esta mulher amargurada, fria e determinada, numa interpretação bem natural.
Um suspense psicológico com uma boa história, onde aos poucos vamos conhecendo o lado emocional dos personagens, com certo mistério, revelações  e algumas reviravoltas na trama. A fotografia é boa, interessante observar as cenas do passado que se entrelaçam com as do presente, sendo facilmente visíveis pela mudança de tons, um acerto da direção. Mas falta certa emoção e clímax, um roteiro que deixa a desejar, com uma trilha sonora morna.
Um suspense dramático que segura o espectador até o fim da sua história, mas não esperem o sucesso igual ao filme Garota Exemplar.


segunda-feira, 22 de junho de 2015

SOB O MESMO CÉU


O filme  Sob o Mesmo Céu (EUA)  tem a direção do cineasta Cameron Crowe, conhecido por filmes como Vanilla Sky, Jerry Maguire - A grande Virada, Quase Famosos e muitos outros, o que já é um chamariz para a plateia.
Brian Gilcrest ( Bradley Cooper) é um ex militar mal visto por missões fracassadas, que retorna ao Havaí, sua cidade natal, com a missão de supervisionar o lançamento de um foguete financiado pelo bilionário excêntrico Carson Welch ( Bill Murray).
Ao rever a namorada de juventude, Tracy Woodside (Rachel McAdams), começa a rolar uma atração entre ambos e emoções antigas vão se restabelecendo e pondo em risco o casamento de Tracy. Ao mesmo tempo Brian conhece a piloto da Força Aérea Allison Ng ( Emma Stone), encarregada de acompanhar e supervisionar os passos deste militar. Sem perceber, Brian se envolve com Ng, ao tempo em que descobertas antigas vão se revelando para esta pessoa difícil e problemática. Cenas interessantes quando o ator Bradley Cooper contracena com  John Krasinski (piloto Woody, marido de Tracy), cenas sem diálogos  onde os gestos falam mais que as palavras.
Drama com potencial para ser  bom, aliás vamos esperando isto, levando em conta o histórico do diretor. Uma história meia confusa e certinha demais, sem  aprofundamento e clímax, mal roteirizada, tornando-se  um drama monótono e chato. A trilha sonora é o diferencial do filme, muito boa e uma fotografia colorida e bonitas paisagens do Havaí.




quarta-feira, 17 de junho de 2015

Quatro Amigas e Um Casamento



Com direção de Leslye Headland, o filme Quatro Amigas e Um Casamento (EUA/ 2012) é uma comédia  escrachada, com um tema já bem batido em cinema.
Apesar da trama não ser original, é um filme politicamente incorreto, com piadas chulas, machistas e preconceituosas, diálogos cheio de sátira e cinismo puro.
As jovens Regan (Kirsten Dunst), Gena (Lizzy Caplan) e Katie (Isla Fisher) são amigas inseparáveis desde o tempo do colégio e sempre zoaram com  Becky (Rebel Wilson), a gordinha do grupo .
Quando elas recebem um convite de casamento de Becky, inclusive para serem madrinhas da cerimônia, essas três jovens  não se conformam  por Becky  ser a primeira do grupo a se casar. A dor de cotovelo bate forte nessas garotas que se consideram tão populares, mas não encontraram ainda o amor.
Então elas propõem organizar a festa de casamento da amiga  Becky, com o único objetivo de estragar a festa, fazendo a mesma zoação como nos tempos de colégio. A despedida de solteiro é uma verdadeira loucura, regada a muita bebida, sexo e drogas.
O elenco formado  pelas atrizes Kirsten Dunst, Rebel Wilson Lizzy Caplan e Isla Fisher têm um bom entrosamento, dando um ar tragicômico às cenas onde falam muito palavrões e besteirol. Tudo isso de forma caricata, com uma boa dinâmica entre elas. E o elenco masculino coadjuvante também faz jus a atuação das meninas.
Bom roteiro  e trilha sonora interessante, o tipo do filme para quem quer dar risada, uma comédia esculachada  feita para uma tarde sem nada para fazer. Somente para se divertir, não esperem  mais do que isto.




domingo, 14 de junho de 2015

Tomorrowland - Um lugar onde Nada é Impossível


O novo filme da Walt Disney,  Tomorrowland – Um lugar onde Nada é Impossível (EUA), direção de Brad Bird, é uma mega produção do gênero ficção científica com muita aventura pelo espaço.
São duas histórias de vida paralelas, a da adolescente Casey Newton (Britt Robertson) que foi criada acreditando que tudo na vida é possível e não se deve perder a esperança quando se deseja alcançar um objetivo; e do solitário e amargurado Frank Walker (George Clooney), que passou uma parte de sua infância em Tomorrowland, a terra do futuro, e  perdeu a crença de um mundo melhor. Quando Casey Newton encontra um pequeno botton que lhe permite ser transportada para Tomorrowland com suas invenções futuristas, os dois partem para uma viagem de aventura , e para isto conta com a ajuda da menina robô Athena (Raffey Cassidy).
Com uma mensagem filosófica e ecológica, fala de valores e pessoas  otimistas, que almejam e não perdem a esperança de um mundo melhor. Filme intenso, com efeitos especiais e trilha sonora muito bem feitos,  mas cujo roteiro confuso  acaba prejudicando a trama, com diálogos grandes e confusos. Apesar de um bom entretenimento, com questões interessantes, torna-se um pouco enfadonho, como se a dose de otimismo fosse maior que a encomenda. 
Os atores George Clonney e Britt Robertson nos papeis do pessimista Frank Walker e da adolescente Casey  Newton que acredita em mudança, têm uma boa atuação. E  a atriz Raffey Cassidy no papel da menina robô Athena, é fofa demais, que olhar penetrante e determinado!
Um clima de mistério e fantasia toma conta desta produção, com suas invenções futuristas e passeios por uma Disneylandia que muitos conhecem,  com outros artifícios que só a  sétima arte      consegue produzir e transmitir.  Um blockbuster com seus clichês, um entretenimento que  poderia alcançar outro patamar, com suas qualidades técnicas, mas a trama confusa e excessiva cansa o espectador. 
Mas vale a pena confirmar, e é sempre bom imaginar que poderia existir um lugar neste mundo violento,  onde o bem prevalecesse  e que tudo seria  possível em prol  da humanidade.




quarta-feira, 10 de junho de 2015

SEGUNDA CHANCE


Direção da conceituada cineasta  Susanne Bier, o filme Segunda  Chance  ( Dinamarca)  é um drama policial com suspense, com uma trama intensa e bem desenvolvida.
Filme tenso, sombrio, delineado pela tristeza no foco das questões, e isto se evidencia no olhar dos participantes. Bom roteiro e fotografia,  onde o mar acinzentado e o emaranhado dos galhos das árvores dão um ar nostálgico, e a trilha sonora complementa a melancolia presente  no drama.  
Trágico e tenso, principalmente nas cenas que envolvem os bebês,  cheio de reviravoltas focadas nas questões éticas e sociais que prendem  a atenção da plateia.
O policial Andreas (Nikolaj Coster-Waldan) é um homem focado na recuperação de sua esposa Anna (Maria Bonnevie) e do seu filho recém-nascido, e demonstra um amor e carinho especial por ambos. Em uma de suas batidas em brigas domésticas, encontra  o traficante Tristan (Nikolaj Lie Kaas) que vive com sua mulher Sanne ( Lykke May Andersen) em ambiente promíscuo. Ao encontrar um bebê todo sujo e mal cuidado, Andreas  tenta de todas as formas tirar esta criança do convívio desses pais irresponsáveis e viciados em drogas.
Inconformado com esta situação e obcecado por esta ideia, a vida de Andreas vai virar de cabeça para baixo a partir de situações inesperadas e pelas atitudes que ele tomará. É justo Andreas arcar com as consequências de seus atos impulsivos mesmo quebrando a ética e os valores que moldam a sua profissão?
Os atores têm uma ótima performance neste filme, em especial o protagonista Nikolaj Coster-Waldan com um desempenho admirável. Sentimos a sua tormenta, a desilusão, angústia no olhar, a dúvida sobre os seus atos e seus reais valores.
Drama  policial que fala de responsabilidade e conceitos ético-sociais, ainda mais quando essas questões envolvem lares desequilibrados e crianças neste ambiente hostil. Essas questões são focadas de forma que o público reflita sobre suas próprias reações  diante de certas situações. Afinal, existe o certo e o errado ou depende do olhar e do ângulo das ações? será que certas  ações  podem ter um significado maior, que nos leve a dúvida se realmente  a pessoa está certa ao tentar fazer justiça com suas próprias mãos, deixando a ética e a moral de lado?   Afinal, quem somos nós para julgar os atos de alguém em situação de desespero?  



domingo, 7 de junho de 2015

O REFUGIADO RUSSO


Direção  de Stanislav Guntner, o filme O Imigrante  Russo (Alemanha) é um drama com história comum mas interessante.
Conta a história do jovem Dima (Mark Filatov), um russo-alemão cujo pai é russo e mãe alemã, nascido na Rússia mas desde a infância morou na Alemanha. Dima se sente deslocado no mundo que vive, e o preconceito por ser um russo na Alemanha o incomoda. 
Com uma vida errônea, trabalha para um contraventor perigoso do mundo das artes chamado Georgij (Alex Brendemuhl), que o chama de Nemez, que significa alemão em russo, uma forma de rebaixá-lo.
Disposto a mudar de vida e esquecer seu passado de furtos, Dima  decide se mudar para a Rússia, gerando um conflito familiar. E essa ideia fica mais fortalecida quando ele se apaixona pela jovem estudante de Artes Nadja (Emilia Schule).  Afinal, Dima convive com um passado que não o liberta nem o permite ir atrás de sua felicidade.
Filme com bom tema, mas infelizmente a direção e roteiro deixam a desejar, atores sem brilho, falta clímax em cenas importantes. Com tema bom mas sem aprofundamento, ficando na superficialidade.
Filme sem briho, uma história que dá para a plateia assistir, mas sem muita empolgação.


quarta-feira, 3 de junho de 2015

Cake - Uma Razáo Para Viver



Direção de Daniel Barnz, o filme  Cake – Uma Razão para Viver (USA),  tem na interpretação da atriz Jennifer Aniston o seu ponto forte.
Conta a história de Claire Bennett (Jennifer Aniston), uma mulher solitária altamente depressiva, com ideias suicidas, sem coragem para enfrentar seu passado, trancada  em seu mundo e suas questões pessoais, onde encontra fuga através de medicações e pensamentos sombrios para fugir da sua realidade. A única pessoa que ela aceita ajuda é de sua empregada Silvana (Adriana Barraza), uma imigrante latina que mantem um apego e benevolência a Claire, mesmo quando esta a maltrata.
Quando  Nina (Anna Kendrick), uma das mulheres que fazem parte da terapia de grupo de Claire, se suicida e é a questão principal do encontro, Claire  se impressiona  por não entender o que levou Nina ao suicídio, já que ela tem marido e filho, enfim uma família. Ao ter contato com a família de Anna, o marido Roy (Sam Worthington) e seu filhinho,  Claire terá que ir fundo nos seus problemas para superar sua depressão.
O drama vai deixando pistas para o público entender o passado de Claire, às vezes lento demais, sempre focado no desespero da personagem, mas ao mesmo tempo superficial nas questões abordadas.
A atriz Jennifer Aniston interpreta  a protagonista Claire, uma mulher depressiva, desbocada, mal humorada, às vezes cruel com os outros e consigo própria, mergulhada na sua solidão e seus dilemas íntimos. Acostumados que estamos a assistir esta atriz  em papeis leves, com toda sua beleza e frescor, nos surpreendemos com seu potencial dramático, investindo nesta personagem de corpo e alma, inclusive ela é a produtora executiva deste filme.
Drama com uma super dosagem de atuação e apelo depressivo,  não dá chance ao público de respirar, e ao mesmo tempo falta interação com as questões, que são abordadas de forma superficial. O interesse maior é a atuação da atriz.
Os excessos cansam a plateia e não prendem a atenção neste problema universal, que é a depressão. Tinha todos os elementos para ser um grande filme, mas o roteiro falhou no exagero e na superficialidade, dois antagonistas para um  drama deste nível.





segunda-feira, 1 de junho de 2015

O EXÓTICO HOTEL MARIGOLD 2


Produção de John Madden,  o filme O Exótico Hotel Marigold 2 é uma continuação do filme original com o mesmo título, aproveitando os mesmos atores, a maioria da terceira idade, o que é interessante perceber como a sétima arte está investindo neste tema e dando chance a atores idosos de primeira grandeza e muita experiência.
Ambientada na exótica e efervescente Índia com suas multicores, as várias histórias se alternam no Hotel Marigold, um tema simples com abordagem humana, meio superficial e sem muito aprofundamento.
Desta vez o foco principal é o casamento do jovem gerente do hotel Sonny Kapoor ( Dev Patel) e sua noiva Sunaina ( Tena Desae). Para expandir o hotel o jovem Sonny conta com a ajuda da ranzinza Muriel (Maggie Smith), que tornou-se sócia deste empreendimento e estão tentando um financiamento para expandir o hotel. 
Os atores Judi Dench e Bill Nighy fazem par romântico como os tímidos enamorados Evelyn e Douglas, interessante participar das suas caminhadas pelas ruas congestionadas e pelos mercados indianos. Contamos com a participação do ator Richard Gere, fazendo par romântico com a mãe de  Sonny Kapoor, além de  outros atores que trabalharam no primeiro filme.
A trilha sonora é ótima, estilo Bollywood, com muita dança em cenário colorido e cheio de energia. Os clichês previsíveis com sentimentalismo, tipo água com açúcar, fazem parte desta comédia dramática, faltando certa criatividade se comparado  ao primeiro filme.
Fala da velhice e proximidade da morte de forma leve e com piadas sutis, levando à reflexão mas sem pesar para quem assiste.
O tipo de filme destinado ao entretenimento, historinhas agradáveis sem clímax, bom para uma tarde chuvosa.