sábado, 28 de novembro de 2015

A VISITA



O filme A Visita (EUA) tem direção e roteiro do indiano M.Night Shyamalan, conhecido por filmes como O Sexto Sentido e Corpo Fechado.
Um misto de terror e suspense em forma de sátira, como a parodiar os filmes de terror. Inovador, inteligente e cheio de surpresas,  ao mesmo tempo que diverte, a plateia se assusta e certas cenas leva até a angústia.
Becca e Tyler (Olivia DeJonge  e  Ed Oxenbould), de 15 e 8 anos, são irmãos e vão passar 7 dias com os avós maternos que nunca conheceram. Sua mãe (Kathryn Hann)  rompeu a relação com os pais ao deixar a casa aos 19 anos, para casar com seu pai. Becca adora cinema e que ser cineasta, e ver a oportunidade de realizar seu primeiro documentário sobre a vida de sua mãe.
Mas o que parecia ser uma semana de férias se transforma em uma experiência assustadora. O comportamento dos seus avós (Peter McRobbie e Deanna Dunagan) que a princípio parecia estranho, uma demência, passa a chocar os meninos, até se sentirem ameaçados, com perigo de vida.
Á medida que é contado como um documentário, os personagens  tremem junto com a câmera, e a tensão e o medo vai crescendo. 
Em certo momento fica meio arrastado, mas da metade do filme até o fim há vários acontecimentos que prendem a atenção da plateia, à espera de um  desfecho para entender melhor a situação. Que por sinal surpreende, muito bem sacado.
Um filme interessante, que leva a risos e tensão nervosa, com uma história estranha. E os atores mirins dão um ar divertido e natural.


quarta-feira, 25 de novembro de 2015

45 ANOS



O filme  45 Anos  (Reino Unido) direção de Andrew Haigh,  é um drama  que reflete sobre  casamentos duradouros, situações mal resolvidas  nas relações e como isso pode afetar mesmo passado muitos anos.
Um filme intimista, sofisticado e melancólico, uma bonita fotografia mas meio arrastado,  onde o olhar fala mais que as palavras. A dupla de atores protagonistas Charlotte Rampling e Tom Courtenay como o casal Kate e Geoff Mercer têm atuações  especiais, uma naturalidade que impressiona. Em particular Charlotte Rampling, que ilumina a tela com olhares precisos, demonstrações de ciúme, raiva, insegurança, sem precisar sequer uma palavra, como se o silêncio falasse mais alto.
O drama é passado em seis dias, de segunda a sábado, o casal Geoff Mercer (Tom Courtenay) e Kate Mercer (Charlotte Rampling)  na expectativa de celebrar  45 anos de casados, que culminará em uma festa com os amigos no sábado.
Na segunda feira, Geoff  recebe a notícia que o corpo do seu primeiro amor foi encontrado congelado nos Alpes  Suíços. Essa notícia abalará a relação de amor e cumplicidade deste casal, como também a forma do olhar no outono de suas vidas. Para Kate, uma grande decepção e para Geoff, um resgate de uma época atormentada  da sua juventude.
Como um casamento de 45 anos pode ser abalado por lembranças tão antigas, ao ponto de gerar uma crise neste casal e mudança no comportamento de ambos?
Recordar lembranças tão antigas será um resgate para este casal após tantos anos de silêncio, para o bem ou para o mal, necessários para o fortalecimento da confiança de ambos.





segunda-feira, 23 de novembro de 2015

MISTRESS AMÉRICA




Mistress América (EUA) é um filme cult , direção de Noah Baumbach, que segue a mesma linha do seu filme anterior “Frances Ha”.
Com diálogos inteligentes, divertido e acelerado, com certa ironia fala do papel da mulher na sociedade contemporânea, de amizade entre mulheres, aprendizagem mútua e como construir  sua história de vida. “Toda história é  uma história de traição”, com este lema mostra lições de vida de mulheres com ânsia de viver e realizar algo concreto,  com seus defeitos e virtudes como toda pessoa comum.
Tracy (Lola Kirke) nos seus 18 anos é uma caloura de Literatura na Faculdade de Nova York, com dificuldade de adaptação, que se sente isolada nesta grande metrópole. Sua mãe então propõe conhecer Brooke (Greta Gerwig), a filha de seu futuro padrasto. Este encontro gera uma química e sintonia imediata entre as duas jovens. Brooke, no auge dos seus 30 anos, tem a vivência e energia que Tracy procura, inclusive estimula Tracy a escrever um conto sobre a personagem de Brooke, eis o título do filme.
Brooke por sua vez, encontra em Tracy a plateia que precisava para se reafirmar. Será que a segurança  que a descolada Brooke demonstra, conseguirá se sustentar nos questionamentos da jovem Tracy?
Trilha sonora coerente com o roteiro do filme, boa fotografia, a plateia tem que sintonizar com a incoerência e expectativas de vida, crescimento e amadurecimento  profissional de duas jovens em gerações diferentes. Estilo de filme alternativo para quem se propõe a curtir comédia  moderna.


quarta-feira, 18 de novembro de 2015

HIPÓCRATES



A comédia dramática Hipócrates (França), direção de Thomas Lilti, assim como o título confirma, o Pai da Medicina,  é ambientada dentro de um hospital em Paris. Fala de Medicina, as dificuldades da profissão e os dilemas dos médicos em situações que fogem ao seu controle e a falta de estrutura do sistema de saúde na França. Fala de preconceito racial e como os médicos imigrantes são rebaixados como profissionais.
O jovem Benjamin (Vincent Lacoste) é um  estudante de Medicina e inicia seu internato em um hospital de Paris, onde seu pai Prof. Barois (Jacques Gamblin) ocupa um alto posto médico. Benjamin trabalha com Abdel Rezzak (Reda Kateb), médico residente imigrante, e como tal é obrigado a trabalhar como interno junto aos estudantes.
Quando Benjamin executa um procedimento incorreto no paciente Tsunami (Thierry Levaret) e este morre, a equipe tenta encobrir o seu erro. A partir daí Benjamin terá que lidar com suas dificuldades e ética médica em relação à profissão, e  entra em crise existencial.
Este longa com certo humor negro, faz crítica ao sistema de Saúde da França. A falta de equipamentos e materiais,  a falta de competência e abuso dos internos, pouca supervisão dos superiores, fica bem evidente no filme. Câmera na mão, parece que estamos em um seriado sobre um dia em um hospital. A Medicina é até vista "como uma maldição", como diz o médico Abdel Rezzak,  quando deve ser uma devoção.
Um filme regular, falta  empatia e emoção no personagem Benjamin protagonizado pelo jovem ator Vincent Lacoste.  E por ser  passado em ambiente claro, muitos diálogos ficam inteligíveis pela claridade.  




domingo, 15 de novembro de 2015

A COLINA ESCARLATE



O filme A Colina Escarlate (EUA) tem a direção de Guillermo Del Toro, conhecido por filmes  de terror fantástico, em especial O Labirinto do Fauno.
A jovem iniciante escritora Edith Cushing (Mia Wasikowska) vive em Londres com seu pai (Jim Beaver), um rico empresário . Apesar de ter muitos pretendentes, Edith, órfã de mãe desde pequena,  apenas se dedica a seu pai e a escrever histórias sobre fantasmas.
Ao conhecer o jovem Sir Thomas Sharpe (Tom Hiddleston), Edith se apaixona perdidamente por ele. Edith decide largar tudo e ir morar na Europa com Sir Thomas e sua irmã lady Lucille Sharpe (Jessica Chastain) em uma mansão em ruínas, numa região chamada colina escarlate.
Nesta casa mal assombrada  que parece ter vida própria, Edith será vítima da crueldade de sua cunhada  com a conivência do seu irmão, e passará a ter muitos pesadelos e alucinações, até descobrir os segredos escondidos por muitos anos nesta casa. 
Um romance de terror gótico cheio de simbolismos, cenário tecnicamente perfeito, uma casa horripilante com visual apurado; um ambiente mórbido, onde os fantasmas e outras criaturas permanecem e aparecem para a jovem Edith. O figurino é magnífico, as roupas com suas cores tem haver com os personagens, e a fotografia  brinca com o delírio e a alucinação. Enfim, um grande espetáculo estético numa relação de amor e obsessão neste triângulo amoroso.
A atriz Jessica Chastain  está esplendida no papel de Lady Lucille Sharpe, a irmã fria e cruel de Sir Thomas Sharpe.
O filme tem um ar clássico, com diálogos inteligentes  e um tom nostálgico, onde o suspense margeia os mistérios  da mansão mal assombrada.


quarta-feira, 11 de novembro de 2015

GRACE DE MONACO



O filme Grace de Mônaco (França/EUA/Bélgica) é um drama baseado em fatos reais  e ambientado na década de 1960, quando  Grace Kelly já tinha 5 anos de casada com o Príncipe Rainier III de Mônaco.
Nesta época  o casamento de Grace Kelly (Nicole Kidman) estava em crise; ela insatisfeita com a vida vazia e fútil que levava e o Príncipe Rainier III (Tim Roth) vivenciando um confronto político com a França, pois Charles de Gaulle queria que  Mônaco pagasse impostos para a França, senão invadiria  este principado.
Quando Grace Kelly recebe a visita de Alfred Hitchcock convidando-a para ser a protagonista de seu próximo filme, ela fica tentada a aceitar o convite.
Com um figurino impecável e deslumbrante, ótima atuação de Nicole Kidman, bonita fotografia onde mostra a opulência dos palácios e a linda cidade de Mônaco com seu formato ímpar, suas serras e mar de um azul privilegiado.
O longa mostra a lindíssima e popular atriz de Hollywood Grace Kelly como mártir e heroína ao mesmo tempo, com diálogos superficiais, sem se aprofundar nas questões nem no relacionamento do casal, soando meio artificial.
É meio estranho a Grace Kelly insegura e vulnerável  no seu casamento, de repente decidir encarar o seu papel de princesa, esposa e mãe de dois filhos, ajudando o esposo no impasse entre a França e Mônaco. E o Padre Frank Langella (Francis Tucker), confidente e grande amigo de Grace Kelly, muito a ajudou neste processo.
O tipo de filme que a plateia espera mais e em parte se decepciona, muito aguardado no Festival de Cannes 2014, sendo  bastante criticado. Apesar de meio novelesco, vale a pena assistir e conhecer essa figura charmosa e enigmática desta linda mulher que decidiu viver um conto de fadas, se é que ele existe.



segunda-feira, 9 de novembro de 2015

OS 33


Direção da mexicana Patricia Riggen, o filme Os 33 (EUA/Chile) é baseado no livro de Hector Tobar e conta a história real dos 33 mineiros que foram soterrados em uma mina no Chile.
Agosto de 2010, Capiapó, Chile. Esta tragédia bastante conhecida e divulgada no mundo inteiro, onde 33 mineiros ficaram presos e soterrados em uma mina a 700 metros abaixo do nível do mar por 69 dias. O racionamento de àgua e comida, o calor excessivo, a tensão e stress dos mineiros em local chamado refúgio, liderados por Mario Sepulveda (Antonio Banderas) é colocado de forma emocionante, ao mesmo tempo que conta as subtramas  da vida desses homens. O ministro da Energia do Chile, Laurence Golborne (Rodrigo Santoro), com sua persistência  e humanidade, muito ajudou no processo para o sucesso dessa empreitada que parecia impossível, onde o tempo e problemas técnicos  iam contra o êxito dessa missão comandada pelo engenheiro Andre Sougarret (Gabriel Byrne).
Um drama feito com emoção através de fatos reais, surpreendente e angustiante em muitos momentos. Efeitos visuais tecnicamente bem feitos, de um lado  vemos a saga desses mineiros chilenos, e por outro a omissão do governo chileno e da empresa mineradora.  Interessante observar a forma como o povo latino reage a esta catástrofe, a comoção da população e a dor dos familiares e amigos, tendo ao fundo uma trilha sonora latina com instrumentos de sopro, muito legal.
Os atores  em geral fazem um bom trabalho de interpretação e a atriz Juliette Binoche faz uma pequeno papel como Maria Segovia, a irmã de um dos mineiros soterrados.
Nos créditos finais, muito bacana conhecer os verdadeiros heróis que não se deixaram derrotar por uma tragédia de tão grande proporção.