segunda-feira, 8 de julho de 2013

ANTES DA MEIA NOITE




Este filme Antes da Meia Noite é o último da trilogia, o 1º.  Antes do Amanhecer em 1995, e o 2º. Antes do Por do Sol em 2004. Isso por si só já torna-se um motivo em assistir o filme, observar o desenvolvimento etário e a performance dos atores Ethan Hawke e Julie Delpy  interpretando os personagens principais Jesse e Celine, respectivamente. E o diretor Richard Linklater sabe trabalhar bem este clima de romance, cultivando a cada final de filme a curiosidade do espectador. É como se mostrasse os filmes em 3 atos e neste último confirmasse que o amor decidiu a vida deles.  Vale ressaltar que o filme Antes do Amanhecer recebeu o troféu Leão de Prata de Melhor Diretor. E o filme Antes do Por do Sol foi indicado ao Oscar 2004 por Melhor Argumento adaptado.
No primeiro filme, este casal de atores vivem um romance de um dia em Viena na fase dos 20 anos, quando se conhecem em um trem, como uma paixão fulminante de adolescência. No 2º. filme, nove anos depois eles se reencontram em Paris, onde Jesse está promovendo o seu livro, e vivem mais um dia em clima de paixão reprimida pelo tempo.
Já neste melodrama atual,  nove anos depois do segundo encontro, Jesse e Celine estão casados,  têm 2 meninas gêmeas adoráveis, moram em Paris e Jesse tem um filho do primeiro casamento, chamado Hank (interpretado por Seamus Davey-Fitzpatrick) que mora em Chicago, e a distância já é um dilema para o pai, por não poder participar da adolescência do filho.
Jesse é romancista e é convidado a passar férias na Grécia na residência de outro escritor, e o filme é passado neste local, eles contracenam neste cenário de magnífica beleza natural, nas praias e ruínas da Grécia. Jesse e Celine vivem um momento conturbado que necessita de decisões, Jesse a querer morar em Chicago para ficar mais perto do filho Hank, e Celine em vias de aceitar um trabalho junto ao governo francês, já que optou cuidar das filhas após o nascimento delas.
 Este filme mostra a realidade e o desgaste do casamento, com suas fases, suas frustrações, desencantos, brigas banais, enfim desgaste natural do tempo nas relações afetivas.
O diretor aposta na atuação dos intérpretes de forma simples e natural através de diálogos para construir este filme, que fala sobre o amor, o desgaste originado da convivência diária, de uma maneira real e amadurecida, como se tivessem passado da fase inconseqüente da juventude, da paixão  para a meia idade, e neste fase tivessem perdido o encantamento do amor.
Os atores nesta fase dos 40 anos continuam com a mesma química de 20 anos atrás, estão lindos e charmosos e têm uma ótima atuação.A atriz Julie Delpy consegue manter uma naturalidade e jovialidade incrível, numa atuação primorosa. O momento que eles estão contemplando o por do sol que vai se pondo e ela vai afirmando: está sumindo, está sumindo...como a relembrar o amor antigo e a querer reencontrar o amor atual, como a querer retornar a momentos que já se foram, como se pudesse voltar no tempo e esquecer os  problemas diários da vida de casal. Este momento é bem significativo.
O filme deseja mostrar de forma realista que a vida não é um mar de rosas ou um conto de fadas, assim como foi o encontro deste casal, que o amor tem que ser cultivado no dia a dia para manter vivo o romantismo. O filme constitui-se de DR (discutir relação) o tempo todo, isso o torna cansativo e até tedioso, principalmente para quem espera outros encontros como os filmes anteriores.
Saímos do filme com um gosto amargo na boca da realidade da vida, mas certos de que sempre existe como encontrar um atalho quando duas pessoas se amam e querem tentar ser felizes.
Será que o diretor daqui há 10 anos fará a continuação deste filme com o casal no outono de suas vidas? Espero que isto aconteça, pois sabemos que a vida real é esta, cheia de motivações, de paixões, mas as pedras fazem parte do caminho, e saber arrumá-las com sabedoria faz parte do conceito de amar.







5 comentários:

  1. Adorei Sentido filme,Mostrado-nos Realidade Amor na vida casal.Alegrias e Tristezas,com a Sabedoria de Saber cultivar o Amor,que só aprendemos com amadureçimento e Vivênçia.
    Marcia,parabens,estou orgulhosa seu trabalho.Deve sr lindo esse filme.
    Bjs.obrigada,envie sempre,aumentar minha cultura,

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  2. Valeu, Sueli. Cinema é uma arte motivadora.

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  3. Adorei seus comentarios sobre este filme, fiquei realmente com muita vontade de assistir... e ratificar mais uma vez que o as formas de amar mudam com o tempo, e mesmo estando na Grecia, Paris onde quer que seja, é igual para todos.
    Parabens!!!

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  4. Torço, mesmo, para que o diretor não desista do quarto filme. Imagine que ele contou com apenas duas horas para fazer Jesse retratar o interior conturbado de muitas mulheres, suas dúvidas, inseguranças por vezes, até, tolices e, cá para nós, Jesse é um cara incomum. Os diálogos são primorosos, inteligentes, sutis e com um ritmo muito bom. Pode-se dizer que o ajuste é meio conturbado, mas é um bate bola dos melhores, em que não há espaço para desrespeito ou grosserias. É como a gente costuma dizer aqui no Rio: "que nem freio de arrumação em ônibus cheio".

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