Direção e roteiro do diretor Abel Ferrara, o filme Bem-Vindo
a Nova York (EUA) é um drama de qualidade, que mostra ao espectador o
personagem central de forma ampla e apaixonante, em uma situação complexa, o
retrato real e frio de um homem doentio, obcecado pelo sexo de forma degradante
e imoral.
Inspirado no processo judicial famoso de Dominique
Strauss-Kahn, economista e político francês , Presidente do Fundo Monetário
Internacional (FMI), que em 2011 tentou estuprar a camareira de um hotel em
Nova York. Este fato foi um verdadeiro escândalo, que o levou a desistir da
candidatura à Presidência da França, como também perdeu o cargo e o prestígio
que tinha na alta cúpula da Política Externa.
O ator Gérard Depardieu interpreta o personagem central, Mr.
Devereaux, um grande economista presidente de um banco internacional, que
utiliza seu poder para subjugar as mulheres, sempre à volta com prostitutas,
até no ambiente de trabalho. Personagem nojento, degradante, que se desvenda
totalmente ao público, sem medo do que irão pensar, sem receio de ser
desrespeitoso, com seu corpo obeso, suado, em orgias tão reais, que
impressiona. Gérard Depardieu está
impecável que até parece que nem atua, que é o próprio personagem. A atriz Jacqueline Bisset interpeta a esposa de Mr.
Devereaux, também à altura do seu parceiro; a esposa que não compreende a
situação mas o aceita do jeito que é por 20 anos, que conhece profundamente seu
marido e sabe que ele é capaz de atos libidinosos, como o ocorrido no escândalo
em nova York.
No início do filme há um discurso de Gérard Depardieu sobre
o que pensa dos políticos e do jogo do poder, o que já instiga o público sobre
o que vem a seguir.
Filme grotesco mas sensacional, fotografia impecável,
roteiro bem adaptado, mostra o poder do homem público que se considera um
semi-deus, acima de tudo e de todos, que tudo pode, sem medo ou receio de
humilhar e pisar nos que estão à sua volta, que utiliza o sexo de forma
doentia; é o pecador e o pecado sempre juntos, sem culpas ou remorso.
Um mundo amoral, onde o dinheiro e o poder tudo compra, onde
tudo é aceitável pelo próprio personagem doentio, degradante, como também pela
sua família e seus subalternos. Difícil para nós, pobres mortais, imaginar que este mundo imoral é real.
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