É possível se apaixonar e viver intensamente o amor em
qualquer idade? Esta é a premissa do filme Elsa & Fred (EUA), direção de Michael Radford, uma comédia romântica com uma história de amor na terceira idade. Nova versão deste filme que em 2005 foi lançado com grande sucesso, uma produção Argentina.
Fred Barcroft ( Christopher Plummer) é um viúvo na faixa dos
80 anos, que se muda para um apartamento por imposição da filha Lydia (Márcia Gay Harden) e do genro. Fred é um
idoso mal humorado, hipocondríaco, fechado em seu mundo, pessimista e que só
enxerga na velhice uma fase desagradável da sua vida, que o leva a pensar na proximidade
da morte. Nesta mudança de domicílio, Fred conhece a sua vizinha Elsa (Shirley MacLaine), uma
senhora que é o oposto dele, a alegria personificada, dinâmica, imprevisível,
envolvente, que sorve todos os momentos da sua vida e apesar dos 80 anos, se
sente uma garota cheia de sonhos e vive a cometer loucuras em prol de viver de
forma intensa. O sonho de Elsa é ir a Roma para vivenciar a cena do filme ¨A
Doce Vida¨de Fellini, onde Anita Ekberg e Marcello Mastroianni protagonizaram
a antológica cena na praça da ¨Fontana di Trevi¨. Enfim, Elsa é um verdadeiro
livro de auto ajuda para Fred.
Duas pessoas completamente opostas em temperamento e
vivências de vida que se encontram na fase do outono tardio e apesar da idade,
se apaixonam e desejam viver intensamente este momento e aproveitar esta oportunidade que a vida lhes oferece.
Uma comédia romântica meiga e divertida, uma bela história
de amor com fundo melancólico. Emoção é a palavra exata no olhar deste casal
apaixonado. Reaprender a sorrir, a enxergar
encanto no final da vida, com urgência de viver; tema envolvente e encantador com ar melancólico.
Os atores Shirley MacLaine e Christopher Plummer têm uma
ótima química e atuação exemplar, com boa narrativa e fotografia e roteiro coerente.
Fica a reflexão sobre o tempo do amor, será que a paixão é
privilégio só dos jovens? Existe preconceito pois a idade avançada leva a
pensar na proximidade da morte e os subterfúgios que cada pessoa assimila diante
deste fato. Pessoas envelhecem mas continuam vivas e ardentes por dentro e
nunca é tarde para amar e transformar sonhos em realidade. Enfim, ¨não importa
como vivemos, mas a forma como resolvemos viver¨. Fica esta grande lição de
vida.