quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

MOMMY



Este jovem e genial cineasta Xavier Dolan, conhecido por filmes com Eu Matei Minha Mãe, nos presenteia com este excelente drama Mommy (Canadá), como diretor, produtor e roteirista.
Filme ficcional, passado em 2015 quando é promulgada uma lei no Canadá, permitindo que pais com filhos problemáticos tivessem a possibilidade de interná-los em hospital público.
Conta a suposta história de Diane Després, vulgo Die (Anne Dorval), mãe do adolescente Steve (Antoine-Olivier Pilon), um rapaz com TDAH ( Distúrbio de déficit de atenção com Hiperatividade), um transtorno neurobiológico que aparece na infância e acompanha o indivíduo por toda vida, que mistura desatenção, inquietude motora e mental e impulsividade, podendo levar à violência em alguns casos. Envolvido em furtos e outros atos criminosos, Steve precisa de apoio terapêutico e Diane decide cuidar sozinha do seu filho,  apesar de suas dificuldades emocionais e financeiras. Termina contando com a ajuda da nova  vizinha Kyla(Suzanne Clément), que é professora.  Kyla envolve-se com mãe e filho, mas ela também tem questões emocionais a resolver. Enfim, três pessoas que precisam de ajuda terapêutica tentando se ajudar e se equilibrar.
Um drama profundo, impactante e excepcionalmente excessivo que sai do rotineiro; um conjunto de ações, cores e músicas com atuações excelentes deste trio de atores com personagens complexos, desestruturados em situações extremistas, modulando o tempo inteiro alegria versus dor.
Roteiro bem esquemático, fotografia absorvente, imagine a tela em formato 1:1 (instagram) que nos dá a  sensação de aprisionamento e fobia, claustrofóbico em resolver situações. De repente muda-se o formato, levando a plateia à sensação de liberdade, um abrir para a vida e seus problemas, momento mágico. Trilha sonora excepcional, atentem-se à cena da cozinha quando eles dançam ao som da música de Celina Dion.
Filme com cenas fortes e impactantes que vão direto ao âmago da plateia e nos leva a refletir sobre relações e a falta de limite e equilíbrio entre pessoas, como esta mãe Die que por amor decide assumir um filho problemático, mas sem ter a devida capacidade emocional desta sobrecarga em sua vida. O amor existe mas as dificuldades testam este sentimento o tempo todo.
Filme lindo e incomodativo, um verdadeiro soco no estômago, que ficará no nosso pensamento e nos levará à reflexão sobre nossas relações e limitações.
Premio do Júri do Festival de Cannes 2014; escolhido para representar o Canadá no Oscar de Melhor Filme Estrangeiro 2015.



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