A comédia romântica O Crítico (Argentina) com direção de
Hernán Guerschuny é uma paródia inteligente, leve mas com certa sofisticação,
com metalinguagem que homenageia o cinema e, em especial, o personagem do
crítico da sétima arte, de forma satírica. Observamos através dos diálogos a
criação do cinema, o trabalho dos roteiristas, produtores e principalmente dos
críticos, que muitas vezes vai de encontro ao desejo da indústria
cinematográfica e até do público.
Victor Tellez (Rafael Spregelburd) é um respeitado crítico
de cinema solitário, um cara mal humorado, pessimista, arrogante, que só
acredita na sétima arte do passado, acha que ¨o cinema já morreu¨ pois só visa fins comerciais e odeia comédias românticas com seus clichês conhecidos e na opinião dele, cansativos. Simpático e exagerado, é
o tipo de pessoa que coloca a razão sempre acima da emoção, mas termina caindo na
sua própria armadilha.
Ao procurar um apartamento para alugar, Victor conhece a
bela turista Sofia (Dolores Fonzi), que abalará suas convicções. Por estar
apaixonado, Tellez passará por situações
que ele próprio se sentirá ludibriado e irá contra o que realmente acredita.
Os atores Rafael Spregelburd e Dolores Fonzi como Victor Tellez e
Sofia têm uma boa atuação e surpreende a beleza de Dolores, lembra a atriz Ana
Paulo Arósio.
Irônico e satírico, mostra o pedestal que certos críticos se
colocam e como sofrem os que dependem da crítica, que pode erguer ou derrubar
uma película. Como diz um jovem produtor a Tellez: ¨Demorei 3 anos para
executar o meu filme e bastou 3 minutos para você destruí-lo¨.
Com mensagens criativas e românticas, mostra que certos
clichês têm apenas o objetivo comercial e oprimem a mente da plateia.Só que a
vida também é feita de clichês, e quando a gente se apaixona, haja momentos
bobos e belos. A cena final é significativa e coerente com o filme.
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