domingo, 30 de agosto de 2015

O PEQUENO PRÍNCIPE


Você corre o risco de chorar um pouco quando se deixa cativar...Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos.. estas  e outras mensagens  filosóficas  fazem parte do filme O Pequeno Príncipe (França),  direção de Mark Osborne.  Uma animação adaptada do livro homônimo de Antoine de Saint Exupéry, clássico da literatura infanto-juvenil, uma obra atemporal com seu personagem lendário que invade a imaginação de crianças e adultos.
O diretor consegue com um incrível roteiro adaptado  captar a história do Pequeno Príncipe que morava em um asteróide, o B612 e ao sair em viagem chega na Terra e conhece um piloto com um avião encalhado nas areias do deserto.  No filme existe a história paralela de uma garota que tem uma mãe controladora e a enche de atividades e horários rígidos. Ao mudar de bairro, esta menina vai ser vizinha de um velho excêntrico que é justamente o piloto da história do livro. A partir deste velho esquisito, a garota vai conhecer a história do Pequeno Príncipe. Interessante, duas histórias com reflexões que se adaptam muito bem.
Filme para a família, cativante, melancólico, verdadeira poesia imbuída de sutileza. Um deleite para as crianças que curtem a animação e reflexão para os adultos, principalmente para quem leu o livro. Fala de amor, cuidados, solidão, morte e a necessidade de não esquecer a criança que existe dentro de todos nós. Como diz o Pequeno Príncipe, “o problema  não  é  crescer, é esquecer”.
Na era de hoje onde o progresso e a tecnologia influenciam as pessoas  a valorizar menos as emoções e reforçar o ter, o filme resgata justamente a importância do ser, tão significativo para o ser humano e que leva ao crescimento pessoal.
Uma verdadeira imersão nesse universo fantasioso e encantador do Pequeno Príncipe, um resgate ao nosso doce personagem  que leva a reflexões inesquecíveis.
Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante... Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas - Antoine de Saint Exupéry.



quarta-feira, 26 de agosto de 2015

A DAMA DE DOURADO



Direção de Simon Curtis, o filme A Dama Dourada (Reino Unido) é uma cinebiografia da austríaca
judia Maria Altmann. Refugiada e sobrevivente do Holocausto, sua história é narrada neste drama.    
Em 1978 Maria Altmann (Helen Mirren) decidiu entrar com um processo contra o governo austríaco pela posse ilegal de 5 pinturas de propriedade de sua família, em especial o quadro “Women in Gold” de Gustav Klimt, que pertenceu a sua tia, inclusive é o auto-retrato de Adele Bloch-Bauer. Esta foi uma das milhares de obras de arte que os nazistas roubaram dos judeus durante a 2ª. Guerra Mundial. Para conseguir seu intento, a destemida Maria Altmann contou com a ajuda do jovem  idealista advogado Randol Schoenberg (Ryan Reynolds).
Um drama com tema histórico sério, narrado em flashbacks com realismo, mostra a perseguição dos nazistas ao povo judeu, levando à morte seus familiares e perda de bens materiais.A fotografia fortalece o enredo, as memórias antigas mudam de cor, e o presente tem um tom vivo e marcante.
A magnífica atriz Helen Mirren tem um desempenho impecável como esta mulher forte e carismática que foi obrigada a fugir de Viena na sua juventude, deixando para trás seus pais e familiares. E mesmo emocionalmente abalada pelas cruéis lembranças, vai em busca de justiça em um embate contra a estrutura do estado austríaco.
Com um roteiro enxuto que não apela demais para o drama, a plateia torce curiosa pelo desenrolar desta história incrível, para o êxito da façanha desta judia e seu jovem advogado. Uma volta de ambos às suas origens.
Maria Altmann faleceu em 2011 com 94 anos de idade. 


domingo, 23 de agosto de 2015

HAPPY HAPPY



O filme Happy  Happy (Noruega), direção de Anne Sewitsky, é um drama intimista, melancólico e sombrio que fala de família e relações conjugais.
Kaja (Agnes Kittelsen)  é uma mulher carente e insegura que valoriza a família e  tem necessidade de se sentir amada e amparada pelas pessoas, em especial o seu marido Eirik ( Joachim Rafaelsen). Este por sua vez não é chegado a afetividade, trata sua esposa Kaja com desprezo e desatenção e ainda incentiva o filho deles na forma de tratar a mãe.
A chegada de um casal vizinho que aluga a casa ao lado, é motivo de entusiasmo para Kaja, ávida por amizade e carinho. O casal Elisabeth (Maibritt Saerens) e Signe (Henrik Rafaelsen) é o oposto do outro casal, o que para Kaja significa um casal perfeito. Mas com a convivência  os segredos vão sendo revelados e a verdade vem à tona.
Ambientado em região bastante fria, com muita neve, a fotografia clara até demais em certas cenas, mostra que morar em um lugar inóspito influencia na personalidade das pessoas; a cor varia de acordo com a situação dos casais. E um quarteto de vozes intercala as cenas, com músicas que calam fundo com a vivência dessas pessoas.
A atriz Agnes Kittelsen tem ótimo desempenho como Kaja, e a plateia espera ansiosa que Kaja  encontre força e coragem para ser feliz. Os filhos dos casais contracenam brincadeiras relacionadas ao racismo e preconceito de forma ofensiva e incomodativa, simplesmente desnecessário.
Um drama com momentos lúdicos que nos leva à reflexão sobre as relações familiares, em especial a conjugal; fala de individualidade e liberdade pessoal, luxúria, da insatisfação de muitos casais que se perdem achando que os outros são  mais felizes. Fala de renúncia, egoísmo, raiva e até vingança que os próprios casais impõem nas relações, e chegam até a ser cruéis com quem ama, por conhecerem a fundo aquela pessoa, com suas limitações e insegurança. E como esses mesmos casais fantasiam para a sociedade uma felicidade plena.
Mas o filme não julga os personagens com seus mistérios e necessidades íntimas. Para quem curte esse estilo, lento e reflexivo.

https://no.wikipedia.org/wiki/Anne_Sewitsky

terça-feira, 18 de agosto de 2015

GEMMA BOVERY- A VIDA IMITA A ARTE


Gemma Bovery – A Vida imita a Arte (França), direção de Anne Fontaine é uma comédia dramática inspirada no clássico da literatura francesa “Madame Bovary “, do escritor Gustave Flaubert.
Com uma história interessante é um filme leve, agradável e elegante, ambientado em região da Normandia com belas paisagens, seus bosques, casarões  antigos  e  costumes tradicionais, em fotografia clara e com nuances, ao som de trilha sonora agradável.
Martin Joubert (Fabrice Luchini) mora nesta região da França com sua esposa Valérie Joubert (Isabelle Candelier), e como padeiro mantêm um contato diário com a comunidade, com  seus deliciosos pães e croissants.
Quando  Gema Bovery (Gemma Arterton) se muda para esta região com seu  marido Charlie Bovery (Jason Flemyng), a sua beleza aliada ao seu nome, transporta Martin Joubert para o mundo da literatura, através do livro Madame Bovary de Flaubert, do qual Martin é aficionado desde a juventude. Martin  se sente atraído e fascinado por Gemma Bovery, e passa a acompanhá-la de longe, descobrindo sua vida irregular e comparando-a  a personagem da literatura e sua vida de escândalos.
Narrado pelo personagem Martin Joubert, interessante observar o jogo constante de palavras e frases da literatura com a realidade do filme. 
A Gemma desta comédia  com sua beleza sensual e livre é sempre comparada a Madame Bovary, e a atriz Gemma  Arterton alcança no quesito beleza, mas deixa a desejar na dramaticidade, um natural que extrapola. Já o ator Fabrice Luchini está perfeito como  o padeiro de meia idade obcecado pela obra de Flaubert e seu olhar constante de fascinação pela linda Gemma. Interessante  as cenas em que Martin Joubert manuseia a massa dos pães e ensina a Gemma  esta arte.
Com humor leve e superficial, a comédia mostra como os estrangeiros enxergam a França através dos seus famosos pães e vinhos nobres, e o quanto isto incomoda os franceses.


domingo, 16 de agosto de 2015

NA PRÓXIMA, ACERTO NO CORAÇÃO


Direção de Cédric Anger, o filme Na Próxima, Acerto no Coração (França) é um suspense  policial baseado em história real.
Logo no início do filme já sabemos que o filme é “baseado em um dos mais estranhos casos criminais franceses”, realmente uma história  dramática fora do comum, com um suspense  instigante.
Passado em Oise, França no ano de 1978. Franck Neuhart (Guillaume Canet) é um gendarme, um policial de corporação especial francesa, encarregado de manter a ordem pública. Ao mesmo tempo ele é um serial killer que mata a sangue frio jovens mulheres indefesas. Procurado pela polícia, o próprio Franck faz parte da investigação  do caso.
O objetivo do filme é mostrar a personalidade desta pessoa pacata, que trabalha para a comunidade e ao mesmo tempo a destrói. O que leva este homem a uma ânsia incontida de matar, e que ao mesmo tempo sofre e até se penitencia pelos seus atos tão cruéis? E o diretor consegue mostrar o lado sombrio deste policial, com um ótimo roteiro e trilha sonora com músicas em excelência.
Há uma aura de mistério em torno do personagem principal Franck Neuhart, com ótima atuação do ator Guillaume Canet. A câmera em flashes pelo seu rosto mostra a ambiguidade de sentimentos que cerca o personagem, inclusive nas cenas de amor com a bela Sophie (Ana Girardot), que é apaixonada por ele.
Este filme consegue manter a curiosidade da plateia até o final, tentando decifrar a personalidade doentia de  Franck Neuhart. Vale a pena conferir.


quarta-feira, 12 de agosto de 2015

QUE MAL EU FIZ A DEUS?


Que Mal Eu Fiz a Deus? (França) é o tipo do filme que tem a intenção de fazer  a plateia se divertir. Com direção de Philippe de Chauveron, esta comédia sucesso na França, levou milhões de espectadores ao cinema.
Com piadas inteligentes, fala de um tema atual, a imigração de estrangeiros na Europa e o preconceito dos franceses. Com clichês repetitivos e previsíveis, esta comédia é um deboche com seu humor sarcástico e até ofensivo, mas surpreende ao conseguir  leveza e levar o público a gargalhadas sem constrangimento, eis a fórmula de sucesso do filme.
Claude e Marie Verneiul (Christian Clavier e Chantal Lauby) é um casal de franceses conservadores, católicos e preconceituosos, que têm o desgosto de ver as suas três filhas casadas com imigrantes judeu, chinês e argelino. E eles apostam todas as fichas no casamento da sua 4ª. filha Laure (Élodie Fontan) em uma cerimônia  religiosa tradicional. Acontece que o futuro genro é um africano da Costa do Marfim, cujos pais também são conservadores e preconceituosos.
Os atritos quando o casal se reúne com filhas e genros são hilários, como se os franceses fossem superiores a outras etnias. O casal Verneiul  representados pelos atores Chistian Clavier e Cantal Lauby  estão ótimos, destilando pura ironia. Enfim, muito besteirol, piadas repetitivas e pasteurizadas, mas a palavra chave é diversão. E isso acontece com a plateia, que rir sem se constranger, fundamental!



domingo, 9 de agosto de 2015

ALIYAH



Direção  e roteiro  de  Elie Wajeman, o filme  Aliyah (França) é um drama intimista com um tema interessante. Como o próprio  título do filme diz, Aliyah significa em hebraico,  a imigração dos judeus para israel.
Alex (Pio Marmai) é um francês de 27 anos de origem judaica, que mora em Paris e não consegue dar um rumo à sua vida. Quando seu primo o convida para abrir um restaurante em Tel Aviv, Alex vê a possibilidade de mudança. Mas para isso terá que conseguir um passaporte judeu para  morar em Israel, e como é filho de judeus, resolve investir neste novo projeto de vida.
Alex terá que lidar com questões familiares, como o domínio do seu irmão Isaac (Cédric Kahn) sobre ele, deixar para trás sua antiga namorada Esther (Sarah Le Picard) e não investir em  Jeanne (Adéle Haenel), um novo amor que surgiu.
Apesar de Israel não ter o significado de pátria para Alex, sua decisão é puramente financeira . Na realidade, Alex busca algo que nem ele mesmo tem ideia do que seja, pois falta uma motivação maior para mudar seu estilo de vida errônea. Ele deseja tomar as rédeas de sua vida e imagina que seu sonho poderá se concretizar em Israel.
Com um bom tema, fotografia nítida e clara, câmera focada nas expressões do protagonista de forma natural, atores com boa performance, bons diálogos, mas falta certa emoção e tensão na história deste drama.  A gente sai do filme com a vaga sensação que faltou algo a dizer.




quarta-feira, 5 de agosto de 2015

EU TU ELES



O filme Eu Tu Eles (Brasil /2000), direção de  Andrucha Waddington, é uma comédia dramática baseada na história real da roceira Maria Marlene Silva Saboia, que vivia no sertão do Ceará com 3 maridos na mesma casa.
A jovem bóia-fria Darlene (Regina Casé), vive com o velho Osias vulgo “Ziza” ( Lima Duarte) no alto sertão, mas está grávida de outra pessoa. Aposentado, Osias adora passar o dia na rede e curtindo sua rocinha, enquanto Darlene trabalha nos canaviais. Zezinho (Stenio  Garcia), primo de Ziza,  é apaixonado por Darlene e vai morar com eles.
O segundo filho de Darlene é a cara de Zezinho, mas os primos se entendem, pois Osias  adora os quitutes que Zezinho cozinha.
A chegada do jovem  Ciro (Luis Carlos Vasconcelos) que trabalha  com Darlene nos canaviais, vai trazer confusão  neste triângulo amoroso, ainda mais quando Darlene fica grávida novamente.
O velho Osias é o provedor  da casa e como tal, dar as ordens  e usufrui da situação à sua maneira. Todos o servem  e ele faz a vontade de Darlene e a todos ajuda, mas no final a última palavra é sempre dele.
Filme nacional com cenário rural brasileiro, mostra a simplicidade e os costumes das pessoas do sertão nordestino. Fala de machismo, da submissão da mulher que tenta romper preconceitos, convivendo  com 3 homens ao mesmo tempo. Com uma trilha sonora envolvente e ótima fotografia, o grande destaque desta obra é o trio de atores com interpretações  exemplares. Apesar do tema e dos diálogos bem humorados, existe certa poesia no ar.
O tipo do filme que o espectador assiste várias vezes e sempre dá boas gargalhadas. Vale a pena repetir a dose!!!


domingo, 2 de agosto de 2015

MAGIC MIKE XXL




Três anos  depois da produção com o mesmo tema, o filme Magic Mike XXL (EUA), produção de Gregory Jacobs, reúne alguns atores do elenco anterior e desta vez a trupe  está mais solta e maliciosa.
Mike (Channing Tatum) tem uma firma de móveis artesanais e decide largar tudo para fazer parte da última turnê, com o grupo de amigos  dançarinos que ele  decidira largar há 3 anos atrás.
O destino é Myrtle Beach, em Miami, onde acontecerá a convenção stripper. Será a última apresentação do grupo e lá vão eles, liderados por Richie (Joe Manganiello) e com Tarzan (Kevin Nash), o bonitão Ken (Matt Bomer) e Tito (Adam Rodriguez).
Durante esta divertida “road trip” várias situações irão trazer boas  risadas, e velhas recordações e amizades serão repensadas.
O ator Channing Tatum está bem  soltinho no filme e é o que tem melhor performance no palco, realizando umas danças legais, relacionado com a sua profissão de carpinteiro. A atriz Andie MacDowell faz uma pequena participação no filme, numa cena divertida.
Um filme meramente para entretenimento, com músicas deliciosas e a dança como palco central desses "boys" que utilizam a sensualidade e o erotismo sem pudor.
Com enredo tosco, filme voltado para o público feminino  que curte ver homens streppers  musculosos dançando e como o próprio título já diz, tudo XXL. A coreografia do final é bem interessante e até engraçada. Não espere nada mais que isso.