O filme Happy Happy
(Noruega), direção de Anne Sewitsky, é um drama intimista, melancólico e
sombrio que fala de família e relações conjugais.
Kaja (Agnes Kittelsen)
é uma mulher carente e insegura que valoriza a família e tem necessidade de se sentir amada e amparada
pelas pessoas, em especial o seu marido Eirik ( Joachim Rafaelsen). Este por
sua vez não é chegado a afetividade, trata sua esposa Kaja com desprezo e
desatenção e ainda incentiva o filho deles na forma de tratar a mãe.
A chegada de um casal vizinho que aluga a casa ao lado, é
motivo de entusiasmo para Kaja, ávida por amizade e carinho. O casal Elisabeth
(Maibritt Saerens) e Signe (Henrik Rafaelsen) é o oposto do outro casal, o que
para Kaja significa um casal perfeito. Mas com a convivência os segredos vão sendo revelados e a verdade
vem à tona.
Ambientado em região bastante fria, com muita neve, a
fotografia clara até demais em certas cenas, mostra que morar em um lugar
inóspito influencia na personalidade das pessoas; a cor varia de acordo com a
situação dos casais. E um quarteto de vozes intercala as cenas, com músicas que
calam fundo com a vivência dessas pessoas.
Um drama com momentos lúdicos que nos leva à reflexão sobre
as relações familiares, em especial a conjugal; fala de individualidade e
liberdade pessoal, luxúria, da insatisfação de muitos casais que se perdem
achando que os outros são mais
felizes. Fala de renúncia, egoísmo, raiva e até vingança que os próprios casais
impõem nas relações, e chegam até a ser cruéis com quem ama, por
conhecerem a fundo aquela pessoa, com suas limitações e insegurança. E como
esses mesmos casais fantasiam para a sociedade uma felicidade plena.
Mas o filme não julga os personagens com seus mistérios e necessidades íntimas. Para quem curte esse estilo, lento e reflexivo.
Mas o filme não julga os personagens com seus mistérios e necessidades íntimas. Para quem curte esse estilo, lento e reflexivo.
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