domingo, 23 de agosto de 2015

HAPPY HAPPY



O filme Happy  Happy (Noruega), direção de Anne Sewitsky, é um drama intimista, melancólico e sombrio que fala de família e relações conjugais.
Kaja (Agnes Kittelsen)  é uma mulher carente e insegura que valoriza a família e  tem necessidade de se sentir amada e amparada pelas pessoas, em especial o seu marido Eirik ( Joachim Rafaelsen). Este por sua vez não é chegado a afetividade, trata sua esposa Kaja com desprezo e desatenção e ainda incentiva o filho deles na forma de tratar a mãe.
A chegada de um casal vizinho que aluga a casa ao lado, é motivo de entusiasmo para Kaja, ávida por amizade e carinho. O casal Elisabeth (Maibritt Saerens) e Signe (Henrik Rafaelsen) é o oposto do outro casal, o que para Kaja significa um casal perfeito. Mas com a convivência  os segredos vão sendo revelados e a verdade vem à tona.
Ambientado em região bastante fria, com muita neve, a fotografia clara até demais em certas cenas, mostra que morar em um lugar inóspito influencia na personalidade das pessoas; a cor varia de acordo com a situação dos casais. E um quarteto de vozes intercala as cenas, com músicas que calam fundo com a vivência dessas pessoas.
A atriz Agnes Kittelsen tem ótimo desempenho como Kaja, e a plateia espera ansiosa que Kaja  encontre força e coragem para ser feliz. Os filhos dos casais contracenam brincadeiras relacionadas ao racismo e preconceito de forma ofensiva e incomodativa, simplesmente desnecessário.
Um drama com momentos lúdicos que nos leva à reflexão sobre as relações familiares, em especial a conjugal; fala de individualidade e liberdade pessoal, luxúria, da insatisfação de muitos casais que se perdem achando que os outros são  mais felizes. Fala de renúncia, egoísmo, raiva e até vingança que os próprios casais impõem nas relações, e chegam até a ser cruéis com quem ama, por conhecerem a fundo aquela pessoa, com suas limitações e insegurança. E como esses mesmos casais fantasiam para a sociedade uma felicidade plena.
Mas o filme não julga os personagens com seus mistérios e necessidades íntimas. Para quem curte esse estilo, lento e reflexivo.

https://no.wikipedia.org/wiki/Anne_Sewitsky

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