quarta-feira, 30 de setembro de 2015

COMO SE FOSSE A PRIMEIRA VEZ


Quando lembramos de uma comédia romântica inesquecível, Como Se Fosse a Primeira Vez (EUA/ 2004), direção de Peter Segal, se enquadra perfeitamente bem.
Henry Roth (Adam Sandler) é um veterinário mulherengo que mora no Havaí e consegue conquistar todas as garotas que deseja. Quando Henry se apaixona perdidamente por Lucy Whitmore (Drew Barrymore), o seu intuito é conquista-la, só que Lucy sofre de falta de memória curta, o que a faz esquecer diariamente tudo que ocorreu no dia anterior, eis a enrascada que Henry se meteu. Henry então resolve a cada dia conquistar a linda Lucy de forma inusitada, sempre relembrando algum fato do dia anterior. Imagine que suplício para a pessoa amada, no dia seguinte perceber que sua namorada não se lembra do que ocorreu entre eles até aquela data, ufa...
Comédia romântica inteligente, leve, divertida, com diálogos sagaz, em contexto bem diferente da maioria das comédias. Com roteiro original, ótima trilha sonora e uma fotografia que mais parece um passeio turístico pela linda ilha do Havaí.
E o atores Adam Sandler e  Drew Barrymore estão maravilhosos e carismáticos neste par romântico, o que leva a plateia a não esquecer quando Henry canta "Esquecida Lucy" para sua amada. Nos leva a entender o verdadeiro significado do amor, é uma conquista diária, uma planta a ser regada todos os dias para sobreviver as tempéries da vida.
Vale a pena passar uma tarde reassistindo esta doce comédia romântica. 


domingo, 27 de setembro de 2015

JUNTOS E MISTURADOS


Comédia romântica com a dupla de atores Adam Sandler e Drew Barrymore, o filme Juntos e Misturados (EUA/ 2014) direção de Frank Coraci,  é de  um humor leve e divertido.
Jim (Adam Sandler) é um viúvo com dificuldade em criar suas três filhas, que se encontra com Lauren (Drew Barrymore), recém-divorciada  e com dois filhos,  em um resort de luxo na África. Eles já se conheciam antes em situação inusitada e se detestaram. Agora terão que conviver neste resort e participar da programação em conjunto com os filhos. Será que esta dupla dará certo com tantos filhos? Ou surgirá uma oportunidade de se conhecerem melhor ?  Ocorrerá uma atração  entre este casal?
Com os clichês já conhecidos do público, um humor gratuito e engraçado onde a sutileza existe, mas não alcança o desejado. A  química ocorre com o  elenco formado por adultos e crianças, sempre gostoso o lado infantil da história.
Apesar da locação em local tão exótico, com brincadeiras e atrações locais, poderia ser mais explorado os cenários da África do Sul e seus safaris tão legais.
Os atores Adam Sandler e Drew Barrymore já são conhecidos por formarem par em outras boas comédias românticas como Afinado no Amor e Como se Fosse a Primeira Vez, vale a pena conferir.
Um filme para assistir em família no final de tarde, nada fora do comum mas sempre bom se divertir e dar boas gargalhadas com este par romântico. 


quarta-feira, 23 de setembro de 2015

NOCAUTE



Direção de Antoine Fuqua, o filme Nocaute (EUA) é um drama intenso  ligado ao esporte, no caso um lutador de box. Alternando drama com lutas de box, um filme frenético onde mostra a violência desse esporte, e ao mesmo tempo fala de poder, valores morais e da família, amor, perdas, frustrações, humildade e superação.
Com boa direção e roteiro interessante, apesar de clichês já esperado nesse estilo de filme; fotografia frenética, câmera trêmula nos personagens, as lutas parecem reais e a plateia vibra junto com os personagens. E a trilha sonora é muito significativa, acompanha e ajuda a reforçar os momentos dramáticos e das lutas, que parecem reais.
Billy Hope “the Great” ( Jake Gyllenhael) é um astro do box com suas 43 lutas invictas e tem na família o seu suporte emocional. No auge da fama, a tragédia destrói a vida de Billy, com a perda da sua esposa Maureen Hope (Rachel MacAdams) e a guarda da filha Leila (Oona Laurence). No ostracismo, sem o poder do dinheiro e suporte familiar, Billy terá que lutar pela sua redenção para reconquistar sua filha e voltar ao box. Contará para isso com a ajuda do técnico aposentado Titus Willis (Forest Whitaker), que o ensinará a lidar com regras e a comandar seu corpo e seu cérebro.
O elenco está excelente, uma química incrível, entrega total aos papeis em especial o ator Jake Gyllenhael como o lutador Billy Hope, um homem rude e inseguro, mas meigo sem exageros nos momentos dramáticos.  Uma pessoa com infância difícil, que veio de um orfanato e só aprendeu na vida a lutar, sua mulher  é que gerenciava toda sua vida , era o seu baluarte.
Apesar de ser o tipo de filme já conhecido do público, consegue superar a maioria pela condução  do drama  que aguça a curiosidade da plateia e a excelente atuação dos atores.




segunda-feira, 21 de setembro de 2015

DE CABEÇA ERGUIDA


Direção de Emmanuelle Bercot, o filme De Cabeça Erguida (França), no original La Tête Haute, abertura do Festival de Cannes 2015, um drama com  temática social sobre a delinquência infanto-juvenil e como o Estado  deve intervir nesses casos.
A juíza Florence Baque (Catherine Deneuve) acompanha o jovem Malony (Rod Paradot) por 10 anos, a partir dos seis anos de idade.  Criado em ambiente hostil com  mãe ( Sara Forestier) viciada em drogas, agressiva, com vários parceiros, Malony se torna um delinquente juvenil que rouba carros, agride pessoas e transgride regras sociais.  Com temperamento agressivo e explosivo, o garoto coloca a culpa de suas dificuldades na sociedade e não deseja mudança para si. Também um menino que ouvia da mãe que criou um monstro, o que se tornar? A juíza Florence o encaminha para o Centro de Recuperação de Delinquentes Juvenís e Yann ( Benoit Magimel) passa a ser seu tutor e enxerga em Malony o que ele foi no passado. Sobre esses personagens paira sentimentos de afeto mesmo que não sejam verbalizados.
Malony é obrigado pelo Estado a cumprir regras que nunca aprendeu no convívio familiar, esta é sua maior dificuldade pelo seu espírito  brutal e transgressor.
Um filme sombrio, angustiante para quem assiste, a observar nos atos do adolescente Malony, um retorno de como sua mãe sempre o tratou. Isso se evidencia até na fotografia escura, nos momentos que ilumina sentimos como se houvesse uma luz no final do túnel, este é o querer da plateia.
O adolescente escuta da mãe e da própria sociedade,  palavras duras e agressivas e torna-se o que já foi pré julgado a seu respeito. As idas e vindas no tribunal e nas estruturas carcerárias do Estado fazem parte da adolescência deste menor.
O maior interesse do filme é mostrar além do drama do adolescente, o outro lado da moeda, o sistema de reabilitação de jovens do Estado francês e como este pode e deve intervir em casos sociais de forma humanizada, colocando o menor acima de tudo.
Um filme de tensão, onde os atores conseguem passar a angústia e pressão que estão vivenciando, uma mensagem otimista sobre as obrigações do Estado com a sociedade, a começar em infância assistida.


quarta-feira, 16 de setembro de 2015

LOVE


           
                              

O filme Love (França)  é o tão esperado e polêmico drama erótico  com cenas de sexo explícito em 3D, do diretor Gaspar  Noé, conhecido pelo filme Irreversível (2002) onde ocorre uma cena de estupro  com Monica Bellucci. Love foi uma das maiores bilheterias do Festival de Cannes deste ano.
Murphy (Karl Glusman) é um jovem cineasta americano que mora em Paris ao lado da mulher Omi (Klara Kristin) e seu filho de 1 ano . A insatisfação com a vida atual o leva a frustração e depressão , e quando recebe o telefonema da mãe de sua ex-namorada e grande amor Electra (Aomi Muyock) que está desaparecida há meses, a angústia toma conta de Murphy e as lembranças com Electra afloram em sua mente. Uma viagem através do tempo  principalmente dos momentos de intimidade e sexo sem pudor do casal, com suas fantasias e fetiches.
Uma história de amor entre dois jovens, onde o sexo domina a relação. Já na primeira cena nos defrontamos com sexo frontal explícito, um choque para a plateia mas o objetivo do diretor é mostrar um sexo bem feito, como se fosse uma arte, preocupado com a iluminação e a fotografia, como a quebrar tabus ao mostrar um ato sexual na sétima arte, imagine em 3D. Até a metade do filme há  uma certa curiosidade do público, mas quando ultrapassa a linha tênue entre o belo e a luxúria, do amor sexual para o doentio com cenas repetitivas, banalizando o ato sexual com todo tipo de perversão, chega-se a ouvir risinhos da plateia em certas cenas.
O diretor teve  preocupação com a estética nas cenas eróticas do casal Murphy e Electra, inclusive a cena com a vizinha Omi é realmente bonita,  mas o ator Karl Glusman  não tem carisma nem emoção interior para segurar o filme em outros momentos. Imagino a dificuldade do diretor em encontrar atores para estes papeis, onde ficam tão expostos fisicamente.
Filme que fala de amor, traição, jogos sexuais, ciúme, insegurança e o quanto a insatisfação íntima pode leva a drogas e  perdas na vida.
Sem dúvida um filme audacioso com erotismo pornográfico, uma verdadeira maratona sexual, onde dois jovens apaixonados se perdem através do sexo, tornando-se um amor doentio. E para a plateia haja fôlego e paciência para assistir algo que deixa de ser excitante para se tornar melancólico e monótono.
Afinal o amor deve ser construído e cultivado em bases sólidas e o sexo é a mola complementar. Mas em excesso, quando beira a tara ao ponto de necessitar de fetiches, vários parceiros, drogas, perde-se a motivação do amor.
                                                                                                                                                         






domingo, 13 de setembro de 2015

BEIJEI UMA GAROTA



Direção de Noémie- Sagilo e Maxime Govare, o filme Beijei Uma  Garota  (França) é uma comédia despretensiosa  que leva a plateia a se divertir. Tem como tema central a zona de conforto nas relações afetivas e a bissexualidade.
Jéremie Deprez (Pio Marmai)  é um homem convicto da sua homossexualidade e mantém há 10 anos um relacionamento sério com Antoine (Lannick Gautry), pautado no amor e fidelidade. Tudo muda nesta relação quando Jéremie conhece a linda jovem sueca Adna (Adrianna Gradziel ) e tem uma noite de sexo com ela. A partir daí Jéremie fica perturbado quanto a sua sexualidade e seu relacionamento estável com Antoine, e tenta descobrir o porque desta atração pela bela Adna.
Com este excêntrico triângulo amoroso, o confuso Jéremie cada vez mais se afasta do seu companheiro e se aproxima de Adna.  Para sua trapalhada amorosa, Jéremie  conta com a ajuda de seu sócio e melhor amigo Charles (Franck Gastambide), um mulherengo que leva o amigo para boites e shows eróticos de mulheres, como que isso fosse ajudar Jéremie a descobrir se gosta dos dois sexos.
Com humor leve, piadas sempre voltadas para o preconceito, muitas vezes invertido, como no caso dos pais de Jéremie, que aceitam a homossexualidade do filho e torcem para o namoro com Antoine, como se fosse preconceito o filho gostar de uma mulher. Com clichês comuns a comédias românticas, o filme não desperta para a reflexão, se contenta com o riso da plateia com suas piadas na maioria preconceituosas.
Uma comédia onde a simplicidade e o casamento gay são colocados de forma divertida e agradável.




quarta-feira, 9 de setembro de 2015

DIÁRIO DE UMA CAMAREIRA



Direção  de Benoit  Jacquot, o filme Diário de uma Camareira (França) é um drama de época ambientado em 1900, um olhar crítico a uma época de opressão  à mulher em todos os níveis sociais.
Célestine (Léa Seydoux) é uma jovem criada de beleza ímpar, e sua dificuldade de permanecer nos empregos  em Paris  vem justamente da altivez e não aceitação da forma desrespeitosa como sempre é tratada.
Diante da necessidade financeira, Célestine decide trabalhar como camareira na residência dos Lanlaire, no interior da França. Neste novo emprego ela é tratada com desdém e humilhação pela Madame Lanlaire (Clotilde Mollet), enquanto seu patrão tenta seduzi-la a qualquer custo. Ela só conta com o apoio do jardineiro Joseph (Vicent Lindon), que trabalha há muitos anos com esta família, e ocorre uma atração entre esses dois personagens.
Este drama mostra a exploração das criadas nesta época em relação aos inúmeros trabalhos domésticos,  maltratos e assédio  sexual dos patrões, que era do conhecimento de todos e aceitação da sociedade em geral. O ódio é ostentado em todas as classes sociais, visíveis nos diálogos e olhares de rancor, puro maquineismo.
Em ambiente clássico, a fotografia com cores pasteis e momentos escuros, a mostrar a rigidez dos lares, closes frequentes no rosto da protagonista Célestine, uma pessoa amargurada e rebelde, que não aceita o despudor da época. A atriz Léa Seydoux  com sua beleza enigmática explora bem os nuances desta jovem, mas falta certa emoção, como se não deixasse perceber o que realmente sente.
Drama com tema interessante porém arrastado,  onde o expectador fica esperando um desfecho e não chega ao clímax.

 

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

RICKI AND THE FLASH : DE VOLTA PARA CASA


O filme  Ricki and The Flash, direção de Jonathan Demme é uma comédia dramática e tem na atriz Meryl Streep seu principal alicerce.
Ricki (Meryl Streep) é uma cantora de rock cinquentona  falida, que se apresenta com sua banda The Flash em barzinhos da cidade. Ricki abriu mão da família na sua juventude para apostar na carreira artística, e seus três filhos foram criados longe da mãe.
Quando seu ex-marido Pete (Kevin Kline) telefona e pede sua ajuda, pois sua filha Julie (Mamie Gummer) se encontra em profunda depressão desde que seu marido a abandonou, Ricki decide ajudar a filha. Mas para isso terá que deixar seu orgulho de lado e aprender a lidar com antigas mágoas e ressentimentos dos três filhos, por tê-los abandonado na infância. Mas também é a oportunidade dessa mãe de demonstrar  aos filhos que ainda os ama, apesar de sua atitude radical na juventude.
Filme que fala de escolhas de vida, o peso das mágoas na vida das pessoas e a importância de encarar de frente suas atitudes perante as pessoas que ama. Fala de preconceitos e aceitação das pessoas como elas realmente são.
O roteiro de Diablo Cody (responsável por Juno) é superficial e tenta conciliar problemas sérios com certo humor. Mas a proposta é abordar  situações e desconfortos familiares, sem se aprofundar ou tentar resolvê-los. E como a maioria das comédias, os clichês previsíveis fazem parte do enredo. A trilha sonora é puro rock, com músicas de Lady Gaga, Pink, Bruce Springsteen e a própria Meryl Streep canta as músicas com ótima voz, firme e melodiosa.
A camaleônica atriz Meryl Streep está excelente como a cinquentona rouqueira Ricki, cheia de mágoas e falhas, e que no fundo não sabe lidar com situações que ela própria criou.  E faz um ótimo par com o ator Kevin Kline como  seu ex-marido Pete. Curioso também assistir mãe e filha na vida real (Meryl Streep e Mamie Gummer) interpretando papel similar.
Um filme  agradável de assistir, com boa música e um recado sem aprofundamento.


quarta-feira, 2 de setembro de 2015

HOMEM IRRACIONAL


Homem   Irracional (EUA),  escrito e dirigido por WoodyAllen, é a cara do genial cineasta.
Misto de drama com suspense e humor  negro, ao mesmo tempo que diverte, aguça a curiosidade da plateia, envolvendo questões filosóficas de julgamento, afinal  o que é certo ou errado?
Um ótimo roteiro, fotografia clara ambientada em cidade praiana dos Estados Unidos, diálogos verborreicos divagando sobre o limite entre a moral e a leviandade. A trilha sonora um show à parte, uma mistura de jazz com um piano gostoso, que empolga o suspense.
O conceituado professor de filosofia Abe Lucas (Joaquin Phoenix), conhecido por seus livros e conceitos famosos, é a nova sensação de um campus universitário, quando decide dar aulas de verão.  Em plena crise existencial, desmotivado  da vida e desacreditado de suas ideias, Abe Lucas fascina seus alunos, em especial Jill (Emma Stone), uma aluna aplicada que torna-se sua amiga confidente. Esta por sua vez, atraida pelo seu intelecto, se apaixona pelo professor.
Abe passa a ser alvo de críticas e elogios na comunidade universitária, inclusive tem um caso com Rita (Parker Posey), uma professora casada.
Ao tomar conhecimento da forma arbitrária como o juiz Spangler (Tom Kemp) prejudica pessoas, Abe começa a questionar sobre as questões que envolvem moral e culpa, e tenta idealizar um crime perfeito. Isso traz um novo ânimo na sua vida, como se pudesse colocar em prática seus pensamentos filosóficos.
O ator Joaquin Phoenix está excelente no papel do protagonista Abe Lucas, o professor descrente de suas ideias filosóficas.
Afinal, existe o crime perfeito, tudo é permitido quando o objetivo é uma causa nobre? Divertidamente sombrio, eis a química do filme.