Com direção de Lorraine Levy, este filme francês
apresenta o drama de duas famílias, uma israelense e outra palestina, e a
descoberta de que seus filhos foram trocados numa maternidade ao nascer. Esta
descoberta acontece anos depois, quando um dos jovens faz exames para o serviço
militar, em Israel. O outro filho palestino, estuda medicina em Paris. Os
jovens são tão diferentes e ao mesmo tempo tão parecidos na forma de encarar o
mundo e suas questões, inclusive pela idade, e como enfrentar esta terrível
descoberta, como encarar uma nova identidade, um repensar sobre padrões ligados a religião e ao que se
acredita e até combate.
O filme coloca questões complexas,
como a rivalidade na região do Oriente Médio, de forma sutil, sem um
aprofundamento, puxando sempre para o
lado humanitário, na qual todos somos irmãos e o quanto é absurda esta guerra
de cunho político e fundamentalista entre regiões vizinhas.
O filme tem um toque feminino,
onde as mulheres, ao saber do problema, usam a sabedoria e a sensibilidade, sendo
as primeiras a encarar de frente a questão dos filhos trocados, até pelo fato
do significado de ¨ser mãe¨ e o desejo de conhecer seus filhos biológicos e as
famílias envolvidas, em especial a questão da descoberta do filho do outro, daí
o nome do filme.
Este é um filme interessante, um drama de ficção, sem
grandes aprofundamentos de cunho politico-religioso, onde os atores têm um
desempenho contido mas à altura do filme, que te envolve mas sem exageros dramáticos, do qual você sai com
vontade de dialogar sobre as questões éticas do nascer e do amor.
O Filho do outro é um filme muito bom - sutil, mas direto. Gostei da forma como foi conduzida a solução dos obstáculos político-social-religiosos, permeando, todo o tempo as questão afetivas entre as famílias e os rapazes trocados. A menos da atitude dos pais-homens e do irmão mais velho, paralisados, as mães exercem papel importantíssimo na dissolução do estranhamento mútuo. Excelente dica!
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