Filme nos leva à contemplação do
Amor Pleno, amor de mulher, amor à natureza, amor à Deus, amor ao próximo. Do
diretor Terrence Malick, é um filme em forma de poesia onde o amor pela
natureza divina supera a tudo e a todos.
Este melodrama em forma de
narrativa onde há poucos diálogos, muita fotografia e luz, nos abre a
possibilidade através de uma tela
de cinema, de reflexão através da nossa sensibilidade. Bem diferente dos filmes que estamos acostumados a assistir, onde a
beleza e a poesia se encontra embutido, com a fotografia de uma força ímpar.
Com o Amor Pleno sentimos uma simbologia que o diretor deseja expressar através
da beleza interior e da natureza. Para quem assistiu o filme A Árvore da Vida,
sente-se logo como uma continuidade do filme anterior, porém menos denso e mais
direto.
A fotografia do mexicano Emmanuel Lubezki é de um primor que nos envolve e o principal conteúdo do filme,
tornando-se as imagens verdadeiros protagonistas do filme, detendo toda a potência da película.
A narração envolve a relação
amorosa de um casal, Marina ( Olga kurylenko) e Neil (Ben Affeck), que se
conhecem em Paris, se apaixonam e ela decide ir morar numa cidadezinha dos
Estados Unidos, levando sua filha. O interesse do diretor é mostrar o amor de
uma mulher por um homem e a inquietude deste amor, o desgaste da rotina e do
casamento até a separação. Neil se envolve com uma antiga namorada Jane (Rachel McAdams), mas nunca esquece
Marina.
Paralelo há um padre
protagonizado por Javier Bardem, seu amor a Deus e ao próximo, seu sofrimento
interior ao sentir o padecer das pessoas e o constante questionamento da sua
fé diante de tantas injustiças.
Quem conhece a trajetória do
diretor Terrence Malick, com 40 anos de
carreira e 6 filmes, como A Árvore da Vida (2011), Além da Linha Vermelha (1998), Cinzas no
Paraíso (1978), o tempo para realizar cada filme, este foi o filme mais rápido de sua
carreira, demorou apenas 2 anos em relação ao anterior. Imagine o que se
espera deste filme em forma de poesia, saindo do gênero comum de filmes com
história e enredo.
Ben Affeck quase não dialoga no
filme, enquanto a linda atriz ucraniana Olga Kurylenko narra em francês, está
belíssima em cena e com excelente atuação. E a maravilhosa fotografia ajuda a nos
enlevar na poesia e no âmago dos atores.
Javier Bardem narra um pároco em
crise cristã no seu idioma espanhol, e dá um peso à narrativa que impressiona.
Filme de imagens que pesam mais
que os atores, em que a natureza deslumbrante consegue registrar sentimentos de
amor, de espiritualidade, de fé , de desesperança, de descrença, de uma beleza intrínseca inigualável.
Ideal para ser assistido em tela
grande e no silêncio da plateia, curtir a contemplação da vida através de
registros, fotos e impressões de imagens. Imperdível para quem curte este tipo
de filme de reflexão, para se emocionar e guardar momentos indescritíveis.
Meu amor não foi pleno nesse filme. Agradaram-me fotografia e o gestual espontâneo, dançante, de alguns personagens mas, não consegui nem mergulhar na história nem me emocionar, como tanto gosto.
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