O novo filme do cineasta Bruno Barreto, intitulado Flores Raras, baseado no livro ¨Flores Raras e
Banalíssimas¨de Carmen Lucia Oliveira, com roteiro de Matthew Chapman e Julie
Sayres, retrata a história real de amor entre a grande poetisa norte americana
Elizabeth Bishop ( Miranda Otto) e a famosa arquiteta autodidata e paisagista brasileira Lota de Macedo Soares (Glória Pires).
A história se passa no Rio de
Janeiro dos anos 50-60 e tem como pano de fundo da época a efervescência
política, o governo de Carlos Lacerda e
o golpe militar, e a influência desses fatos na vida das pessoas.
O filme mostra o período em que a
poetisa norte americana Elizabeth Bishop decide vir para o Brasil a convite de sua
antiga amiga de escola, Mary (Tracy Middendorf), que é namorada e mora junto com a
arquiteta Lota de Macedo Soares, mas cujo romance se encontra em falência.
Quando Lota conhece Elizabeth ocorre inicialmente uma antipatia mútua, duas mulheres de personalidades e mundos tão diferentes. Elizabeth é uma pessoa frágil, de infância sofrida, introspectiva, carente, insegura, tímida ao extremo, enquanto Lota é o oposto,uma mulher forte e determinada, arrogante, que sabe e fala o que quer. Os opostos se atraem, e é justamente estas contradições e perfis que levam a uma paixão arrebatadora e um amor pleno, e Lota e Elizabeth decidem morar juntas no refúgio de Lota em Petrópolis, conhecido como Samambaia. Para conciliar o convívio das duas mulheres com Mary, Lota decide adotar um bebê, o grande sonho de Mary, e desse jeito consegue contornar a vida a três e viver o grande amor com Elizabeth, que durou por mais de 14 anos.
Quando Lota conhece Elizabeth ocorre inicialmente uma antipatia mútua, duas mulheres de personalidades e mundos tão diferentes. Elizabeth é uma pessoa frágil, de infância sofrida, introspectiva, carente, insegura, tímida ao extremo, enquanto Lota é o oposto,uma mulher forte e determinada, arrogante, que sabe e fala o que quer. Os opostos se atraem, e é justamente estas contradições e perfis que levam a uma paixão arrebatadora e um amor pleno, e Lota e Elizabeth decidem morar juntas no refúgio de Lota em Petrópolis, conhecido como Samambaia. Para conciliar o convívio das duas mulheres com Mary, Lota decide adotar um bebê, o grande sonho de Mary, e desse jeito consegue contornar a vida a três e viver o grande amor com Elizabeth, que durou por mais de 14 anos.
Com uma excelente fotografia,
vemos a construção da obra do Aterro do Flamengo, um dos cartões postais do Rio de Janeiro, idealizado por Lota no
governo de Carlos Lacerda (Marcelo Airoldi), de quem era amiga pessoal e tinha
influência e poder durante o seu mandato. Com o golpe militar em 1964, Lota é
obrigada a afastar-se das questões políticas que estava envolvida e neste
período também sua companheira Elizabeth decide retornar para os Estados
Unidos, estes fatores a levam à depressão.
A atriz australiana Miranda Otto
está incrivelmente verdadeira e fiel ao seu personagem, uma mulher frágil,
insegura, carente, na pele de Elizabeth Bishop, como ela mesmo afirma ¨sempre se sentiu sem um lar¨, de uma
inspiração e fragilidade que comove a platéia. E a atriz Glória Pires interpreta muito bem a arquiteta Lota de Macedo Soares, uma mulher dominadora, determinada e atuante, à frente do seu
tempo, que não aceita derrotas e torna-se uma força motriz para a frágil
Elizabeth. Inclusive nesta fase no Brasil Elizabeth ganhou o Premio Pulitzer de
Literatura pelo livro ¨Norte e Sul¨, foi sua fase mais exuberante de grande
poetisa e escritora.
O filme tem sequências de diálogos e
gestos de ternura e amor, belos entrelaçamentos que enchem a tela e o nosso olhar, nos instigando a
desejar conhecer a vida dessas duas grandes mulheres tão à frente do seu
tempo.
Os atores Marcelo Airoldi e Tracy
Middendorf nos papeis respectivamente de Carlos Lacerda e Mary, complementam
dignamente o elenco, como um contraponto na história de Lota e Elizabeth.
Um filme agradável de assistir,
cuja pretensão não é polemizar a questão da homossexualidade, mas mostrar de
forma delicada e sutil uma corajosa história verídica de amor entre duas
mulheres importantes cada uma na sua área, de personalidades opostas, mas cuja
paixão e amor foi capaz de diminuir distâncias territoriais e emocionais.
Muito bom assistir esse "Flores raras" (e nada banais). Filme em que imagem, som, interpretações, tudo, foi realizado de forma esmerada.
ResponderExcluirHistórias de vida muito ricas em emoção, coragem, realizações profissionais e afetivas.
Querer "happy end" já é demais.
Márcia, repasso um endereço que recebi com muitas informações - vida, obra, texto, fotos, vídeos e muito mais sobre Lotta de Macedo Soares.
http://www.institutolotta.org/
Obrigada Nicia. Fiquei curiosa e lí vários textos sobre Lota e a grande poetisa Elizabeth Binosh. Vou entrar no site.
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