Drama coreano, direção do cineasta Hong Sang-Soo, conhecido
por filmes como A Visitante Francesa (2012) e Hahaha (2010).
Filha de Ninguém é um filme simples e que fala de solidão, mudanças interiores,
auto estima e amores proibidos, através da personagem principal, a bela jovem
Haewon (interpretado pela linda atriz Jeong Eun-Chae).
Logo no início assistimos o encontro de Haewon com sua mãe
Jinju (Kim Ja-Ok), em tom de despedida, pois sua mãe vai se mudar para o Canadá, tão
longe de Seul, a cidade que Haewon mora. As duas passam a tarde juntas,
passeiam, conversas informais, lembranças de fatos do passado, mas observamos
uma certa melancolia nesta jovem, carente de afeto e agora, com a separação de
sua mãe, isto fica mais forte.
Haewon é estudante de cinema e tem um caso extra conjugal com
seu professor de arte cênica Seongjun (Lee Seon-Gyoon), casado e bem mais velho
do que Haewon. Ele nutre um afeto e
paixão pela jovem estudante, mas está sempre preocupado em esconder de todos o
seu romance, inclusive dos seus alunos e colegas de Haewon.
Filme banal, simples nas situações apresentadas no cotidiano
dos personagens, onde não há pretensão de analisar ou refletir os problemas
apresentados, mas o objetivo maior é mostrar o sofrimento da protagonista, a
sua solidão e baixa auto estima, que ela tenta superar através da bebida.
Difícil para Haewon trabalhar o desapego, de um lado seu vínculo materno, e do
outro, o vínculo afetivo com o homem que ama, um amor proibido.
Filme fala de moralismo, de tradição, de conflitos íntimos,
sempre mais exposto que refletido. Através de diálogos informais, a jovem
Haewon está sempre em evidência, e vive o seu dia a dia, como ela mesma afirma, ¨viver
é morrer¨.
E o professor Seongjun, que fica sempre na zona de conforto, não assume o que deseja, prefere viver o dilema do medo, de encontros furtivos, de
preocupações com o julgamento alheio.
Momento triste e bonito quando os dois escutam um trecho da
7ª. Sinfonia de Beethoven, mostrando toda a solidão, abandono e tristeza do
casal. E Haewon afirma: ¨Escutar uma música dessa é melhor que ler 100 livros¨,
como se aquela música representasse todo o sentimento de tristeza e melancolia do casal.
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