quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

DIVÃ


Baseado na peça teatral homônima, o filme Divã (2009) é uma comédia dramática bem elaborada, com direção do cineasta José Alvarenga Jr.
Conta a história de Mercedes (Lília Cabral), uma mulher de meia idade que se considera realizada e feliz com seu casamento duradouro e filhos já criados, e uma dia, por curiosidade, decide entrar em um consultório de um psiquiatra. Ao decidir fazer psicoterapia, descobre que sua vida não é o mar de rosa que pensava ser, o casamento já não a satisfaz, os filhos já criando autonomia, percebe que pouco fez por si, para se sentir segura e feliz. 
Com um bom roteiro, ideia inteligente e o excelente trabalho da atriz Lília Cabral, esta comédia revela-se tocante, envolvente, engraçada, sem apelar ou forçar barras.
É interessante o foco da câmera diretamente na atriz Lília Cabral quando em psicanálise, de forma soberba ela consegue segurar o filme, que com certeza não seria o mesmo sem sua performance impecável. Merecidamente ganhou o Prêmio do Cinema Brasileiro/ 2010 de Melhor Atriz.
Os outros atores desta comédia como José Mayer, Cauã Reymond, Reynaldo Gianecchini têm uma boa interpretação, em papeis menores, pois realmente o que importa no filme é mostrar Mercedes enfrentando os seus demônios, que nem ela mesma sabia existir.
Filme leve, divertido, tocante, com certeza há uma identificação das mulheres em geral, com ensinamentos certeiros. Que as mulheres em todas as fases da vida, principalmente na meia idade, têm que aprender a enfrentar suas questões pessoais, correr atrás do que se foi e tentar mudar o que puder, um momento de descoberta que pode levar a mudanças em todos os sentidos. Recomeçar sempre é possível, na vida os acontecimentos são inevitáveis, o importante é a aprendizagem e o que fazer para mudar o que muitas vezes se prefere esconder por baixo do tapete da sala.

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