quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

IDA




O belíssimo filme Ida, direção de Pawel  Pawlikoroski, é concorrente  ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro 2015 pela Polônia.
Com dois personagens marcantes e complexos, drama silenciosamente melancólico, de poucas palavras e muitos gestos sutis e olhares marcantes.
A noviça Anna ( Agata Trzebuchowska) não conhece o mundo fora do convento, viveu em orfanato e está prestes a cumprir seus votos como freira. A Madre superiora do convento (Halina Skoczynska) dar como ultimato a Anna conhecer sua até então desconhecida tia Wanda Cruz ( Agata Kulesza), e a partir daí Anna vai em busca de respostas para perguntas que antes não a incomodavam, inclusive que é judia, seu verdadeiro nome é Ida e que sua família foi capturada pelos nazistas.
O que antes era só paz e amor a Deus para Anna, agora como Ida vai conhecer o mundano, a Polônia pós guerra com suas feridas, a dor do holocausto e como seus pais viveram.
Sua tia Wanda é uma juíza comunista com hábitos mundanos, o cigarro inseparável e sua queda por homens, mas no íntimo uma mulher torturada por  segredos e conflitos internos.Tudo isso confronta com a felicidade que Ida sentia antes, pois só conhecia um mundo sem riscos que era perfeito para ela.
Drama denso, profundo onde a trilha sonora interage perfeitamente com a impecável fotografia em preto e branco, onde a beleza e a dor se condensam em sombras e um ambiente austero.
As duas atrizes de nome Agata com ótimas interpretações, duas mulheres fortes de belezas ímpar, uma interação perfeita para o cenário e texto.
“Você não tem medo de perceber que Deus não existe ao conhecer um mundo cruel?”, fala da tia Wanda a Ida. Fica como reflexão deste filme de pura arte que fala de religião, crença, escolhas e renúncia.






2 comentários:

  1. História muito bem contada. Interpretações primorosas das duas personagens, em tudo, antagônicas. Fotografia maravilhosa e trilha linda com direito a John Coltrane e Bach, como querer mais?

    ResponderExcluir
  2. História muito bem contada, com interpretações fantásticas pela interação entre duas personagens, em tudo, antagônicas, unidas na busca da verdade de suas histórias.

    ResponderExcluir