sábado, 9 de maio de 2015

CHUVAS DE VERÃO (Brasil) - MOSTRA + 60


O filme Chuvas de Verão (Brasil/1978), direção do cineasta Carlos Diegues, é um drama ambientado no subúrbio carioca e mostra os acontecimentos nesta comunidade durante cinco dias.
Anos 70, o viúvo Afonso (Jofre Soares) se aposenta  e as comemorações começam com os colegas de trabalho e continuam na comunidade em que mora, os vizinhos fazem uma festa com direito a faixa escrito “Viva o Ócio”. Feliz e realizado com a nova situação, a aposentadoria como um ciclo de vida que termina e início de outro estilo de viver como  uma nova existência, assim se sente Afonso, a começar pelo pijama que passa a usar.
Em cinco dias Afonso conhecerá e vivenciará fatos que durante uma vida inteira lhe foi negado, como proteger em sua casa um foragido da polícia codinome Lacraia, namorado de sua empregada Lurdinha (Cristina Aché); conviver com seus vizinhos como o bisbilhoteiro Juraci (Paulo Cezar Pereio); os problemas familiares de sua filha (Marieta Severo) e seu genro Dr. Geraldinho (Daniel Filho) e se apaixonar pela sua vizinha D. Isaura (Miriam Pires).
Filme revolucionário para a época inclusive pela cena de nudez e amor entre os personagens de Jofre Soares e Miriam Pires, e temas tabus desta época como nudez no cinema, o amor e sexo na terceira idade. Por sinal, a cena mais bonita do filme, puro lirismo, realização e felicidade.
A trilha sonora tem músicas dos anos 70 de Herivelto Martins, Paulinho da Viola, Roberto e Erasmo Carlos.
Este drama fala de solidão na velhice, amizade e companheirismo. Leva à reflexão sobre o uso do tempo após uma vida inteira dedicada ao trabalho. E a questão: existe idade para o amor? Recomeçar sempre é possível e o amor tem o poder de rejuvenescer as pessoas.
Ganhador do Troféu Candango de Melhor Montagem, Melhor Atriz Coadjuvante (Miriam Pires), Melhor Ator Coadjuvante (Paulo César Pereio) e Melhor Cenografia no Festival de Brasília 1978.

A vida não é como as águas do rio que passam sem descanso, nem como o sol que vai e volta sempre. A vida é uma chuva de verão súbita e passageira que se evapora ao cair”.


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