segunda-feira, 29 de julho de 2013

ALÉM DO ARCO-ÍRIS




Com direção de Agnés Jaoui com parceria com seu marido Jean-Pierre Bacri, ambos atores também deste filme Além do Arco-Íris, onde interpretam os personagens Marianne e Pierre. A diretora é responsável por filmes como Uma questão de Imagem e O gosto dos Outros, que valem a pena assistir.
Este drama francês tem características de uma fábula ou conto de fadas, a partir das cores, do ritmo e das tramas  relacionadas, com várias personagens e histórias que se entrelaçam. Era uma vez...uma jovem romântica que acreditava no amor e sonhava encontrar seu príncipe encantado; um homem separado, amargurado, pessimista e racional, que não conseguia manter uma relação afetuosa com os familiares, e vivia atormentado por acreditar que tinha dia marcado para morrer, conforme previsão de uma vidente; um jovem músico e compositor gago que não acreditava no seu talento e que não se entendia com seu pai; uma mulher de meia idade que persistia no sonho de ser atriz; uma garotinha que acreditava em Deus e que não aceitava a separação dos pais...era uma vez...
Em todas as histórias há uma mistura do real com as fábulas, os contos de fadas e outras histórias infantis, com certo humor satírico e um romantismo que em certos momentos beira o ridículo, que nos diverte e faz sugerir que a realidade é bem diferente das fábulas, e que é preciso amadurecer e separar o real do imaginário. Mas que muitas vezes não enxergamos os sinais que a vida nos fornece e preferimos nos enganar, enxergando  ¨principe por sapo¨, ou melhor dizendo no real, gato por lebre.
Já nos créditos iniciais do filme observamos as cores e a fotografia, que nos leva a questionar se o filme se passa na vida real ou é uma fábula, com uma trilha sonora que combina com os flashes e diálogos, e com os personagens simples, uns românticos, outros realistas, e por aí vai se formando cada trama desenvolvida.a
A diretora usa a temática dos contos como Cinderela, Chapeuzinho Vermelho, para realizar um filme diferente, mas cuja  abordagem tem relação com a vida moderna, com toda a realidade que nos norteia, com imagens e conceitos sobre o amor, a família, amizade, insegurança e maturidade. Um momento super interessante quando o mocinho (príncipe ou sapo?) para acordar a jovem ( ou princesa?) Laura, dá uma bofetada na cara dela. Sente-se pena ou ela mereceu  para acordar do sonho que criou para si?
Os atores Agnes Jaoui, Jean-Pierre Bacri, AgatheBonitzer (no papel de Laura), Benjamin Biolay e Arthur Dupont têm uma boa química, onde todos os personagens têm um peso praticamente igual no decorrer do filme.
Um tipo de filme que ao término sentimos um gostinho amargo  e gostoso da realidade da vida, justamente por se diferenciar de filmes padrões, por nos levar a utilizar nossas próprias ideias para entendimento do real e do imaginário, vai depender do conceito de cada pessoa. Será que a vida pode ser um conto de fadas, eis a questão. Afinal, a vida está aí para ser vivenciada nos seus detalhes com valores pessoais e reais. E que não é nenhum conto de fadas, mas a beleza e o conteúdo depende do olhar de cada um.





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