Direção de Vicente Amorim, o filme Irmã Dulce é baseado na cinebiografia desta religiosa conhecida como ¨o Anjo Bom da Bahia¨, e o drama narra sua luta e ativismo social desde a juventude até a construção das Obras Sociais de Irmã Dulce.
Com boa direção, roteiro coerente e boa fotografia, conhecemos a vida desta grande mulher
defensora dos miseráveis, que dedicou sua vida aos doentes e à pobreza indo de
encontro ao preconceito, a desconfiança da sociedade, a indiferença dos
políticos e até aos dogmas da Igreja Católica.
Ainda menina Maria Rita (assim era seu nome de batismo) já
lotava a casa de seus pais acolhendo doentes. Ao tornar-se religiosa, continuou
sua peregrinação pelas ruas da periferia, sempre em prol dos pobres e dos
doentes, mesmo sem autorização da Igreja.
O primeiro ambulatório que criou foi no galinheiro do
Convento de Santo Antônio, seu santo de devoção.
Indicada ao Premio Nobel da Paz em 1988 por seu trabalho
humanitário, deixou como legado as Obras Sociais Irmã Dulce, com Hospital, creches,
Centros Educativos e Asilo.
Em 2011 foi beatificada pela Igreja Católica e segue o
processo de canonização para torná-la a 1ª. Santa Brasileira.
No elenco grandes atrizes, como Bianca Comparato que
interpreta Irmã Dulce na juventude, com seu jeito similar na voz arquejante,
incrivelmente parecida. E na fase dos 40 anos já
consagrada e admirada por suas ações mas sempre com seu jeito simples, temos a grande atriz Regina
Braga, com seu magnetismo espiritual que impressiona, sem exagerar na dose.
E outras atrizes dão um peso no drama, como Glória Pires como a mãe Maria Rita
e Zezé Polessa como sua irmã. Em papel pequeno aparece o ator Luiz Carlos
Vasconcelos como Dom Eugênio Salles.
Ver no final do filme a própria Irmã Dulce nos dá uma
sensação da personificação do Bem e nos leva a refletir sobre a pobreza, a
condição de muitas pessoas nas comunidades carentes e de quem é a real
responsabilidade pela miséria? Pois como dizia Irmã Dulce ¨Miséria é a falta de
amor entre os homens¨. E assim ela mudou o rumo da história e quebrou
paradigmas, com sua coragem e amor ao próximo, dando conforto, comida e
cuidados de saúde aos mais necessitados e oprimidos.
Irmã Dulce morreu aos 78 anos, deixando um legado de
assistencialismo guiado pelo amor e pela Fé. No final da sessão, aplausos da
plateia tocada por uma vida inteira de entrega total à caridade e amor ao próximo,
esta é a nossa Irmã Dulce.
¨Quando nenhum hospital quiser aceitar algum paciente, nós
aceitaremos. Essa é a última porta e por isso eu não posso fechá-la¨.
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