Primeiro longa com direção de Camilo Cavalcante, o filme A História da
Eternidade (Brasil) é um drama ambientado em vilarejo árido do sertão
pernambucano. Três mulheres, três gerações com seus anseios e desejos
reprimidos pela dor e preconceito.
A jovem Alfonsina (Débora Ingrid) de 15 anos sonha conhecer
o mar, a única mulher em uma família de homens, e é tratada de forma
machista pelo pai. Só quem a compreende é seu tio Joãozinho (Irandhir Santos),
um ator mambembe que ajuda a sobrinha a construir seus sonhos e devaneios. Querência
(Marcelia Cartaxo), 40 anos, uma mulher solitária que reluta o amor de um
sanfoneiro cego. E a idosa Das Dores (Zezita Matos), cujo neto vem de São Paulo
fugido e encontra na casa da avó o abrigo e o colo necessário.
O ator Irandhir Santos tem uma atuação marcante no papel do
tio de Alfonsina, um artista perdido no meio do sertão bravio e a dificuldade
de ser compreendido pelos moradores do vilarejo.
Uma obra baseada no amargor do sertão, onde a poeira, a miséria
e a aridez dá vazão às emoções dos personagens femininos. Um bom trabalho do
diretor, que em 2003 fez um curta com o mesmo título. Boa direção de arte e o que mais impressiona é a excelência da
fotografia nos detalhes e meandros. E as músicas de Dominguinhos parece um choro através da
sanfona do apaixonado cego, perdido no amor por Querência
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