O filme Para Sempre Alice (EUA/França), direção de Richard Glatzer
e Wash Westmoreland, é uma adaptação do romance homônimo de Lisa Genova, um
drama que fala de forma franca e atual de uma doença que acomete as pessoas da
terceira idade, o Mal de Alzheimer.
A Dra. Alice
Howard (Julianne Moore) é uma conceituada professora de linguística da
Universidade de Harvard, com livros publicados e acostumada a conferir
palestras pelo mundo, inclusive com teses nesta área. Uma pessoa segura, culta
e que consegue conciliar seu universo acadêmico com sua família.
Ao completar 50 anos Alice se defronta com o Mal de
Alzheimer precoce e acostumada a manter controle total sobre sua vida, inicia
uma grande luta para manter seu raciocínio e suas conquistas pessoais. Seu
marido Dr. John Howard (Alec Baldwin) terá que lidar com esta nova situação
conjugal, e em reunião de família tudo é exposto aos seus filhos, Anna (Kate
Borworth), casada e mais velha que tenta no momento a gravidez; o estudante de Medicina Tom (Hunter
Parrish) e a mais nova Lydia (Kristen Stewart), com quem Alice tem problemas de
relacionamento, pois não aceita que a filha siga um caminho diferente dos
outros.
Um drama tocante, sensível mas sem apelos emocionais, mostra a
fragilidade de uma pessoa com o Mal de Alzheimer e o quanto esta doença modifica
a dinâmica da família. O Mal de Alzheimer é uma doença neuro degenerativa que
provoca o declínio das funções intelectuais, reduzindo a capacidade de trabalho
e relação social, interferindo no comportamento e personalidade da pessoa, que
se torna dependente da ajuda de terceiros. Os lapsos de memória a tornam
civilmente incapaz.
Com um tema tão forte, este filme é de uma sensibilidade
incrível e a atriz Julianne Moore, vencedora do Oscar 2015 de Melhor Atriz, foi
muito corajosa em interpretar este papel. Ela é a figura central do filme e a
todo instante demonstra o merecimento deste prêmio.
Alice tem percepção do quanto as palavras são fundamentais
na sua vida, a sua auto imagem está sendo apagada pela doença , como ela mesma
diz ‘vejo as palavras na minha frente e não consigo usá-las. Não sei quem sou e
o que vou esquecer’. Alice decide então viver o momento presente e usa como método pessoal,
anotações para um futuro incerto.
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