domingo, 27 de julho de 2014

O MELHOR LANCE


Filme com direção do cineasta Giuseppe Tornatore,  O Melhor Lance (Itália) é  ambientado na elegância dos leilões da Europa com a grandiosidade das obras de arte. Uma mistura de drama, suspense e mistério do início ao fim. Direção com riqueza de detalhes, fotografia bonita e interessante, figurino de qualidade, uma boa narrativa com certa crítica ao mundo das artes e seus leilões. Para quem curte arte, leva ao deleite com sua estética e beleza ímpar.
A história gira o tempo todo em torno de Virgil  Oldman (Geoffrey Russ), um leiloeiro e especialista famoso no meio das artes. Homem de meia idade, fóbico, usa luvas o tempo inteiro, não apenas para manipular as obras de arte, como se suas mãos fossem uma continuidade de seus conhecimentos e precisasse preservá-las.
Ao conhecer Claire Ibbetson (Sylvia Hoeks), uma jovem única herdeira, portadora de agorafobia (medo de espaços públicos, áreas abertas), por esta razão não sai de casa nem permite que a vejam, cria-se uma situação constrangedora. Claire solicita ao especialista Virgil uma avaliação de todos os bens da sua mansão, mas sua doença torna-se uma faca de dois gumes, ao mesmo tempo que atrapalha o vínculo comercial , ocorre um certo mistério e elo emocional entre os dois personagens.
A partir desta premissa Virgil entra em uma trama cheia de mistérios e suspense, contando com a ajuda de Billy (Donald Sutherland), amigo e parceiro nos leilões de arte e de Robert (Jim Sturgess), restaurador de peças mecânicas, que o ajuda com conselhos em  relação a Claire. Cria-se então um clima de romance entre Virgil e Claire, unindo amor, arte e fobia.
Uma produção elegante e polida, diálogos cultos mostrando o sofisticado mundo dos leilões de arte da Europa, aliado a romance e mistério, mas o final torna-se muito óbvio e fictício, com uma reviravolta esperada mas inviável demais, o que enfraquece o filme. Como se algo tão grandioso se diluísse no final, tornando-se banal, perdendo a magia deste magnífico mundo das artes, como o previsível zombando da platéia.
Quem assume o filme como um todo é o ator Geoffrey Rush com o personagem elegante e carismático Virgil  Oldman, dando um show de interpretação e élan, com seus diálogos ligados a arte, se sobrepondo a trama, que no final ¨perde a inspiração e elegância¨.
Filme com drama, mistério, suspense e paixão, que consegue envolver e surpreender, onde as pistas vão sendo expostas a partir do momento que inicia-se a avaliação das obras de arte da mansão da jovem Claire. Mostra o significado e valor das obras de arte e as armadilhas do amor diante da grandeza da arte. 

4 comentários:

  1. Ainda que derrapando no "lance" final, num desfecho meio confuso, gostei muito desse filme - diferente, instigante e bonito.

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  2. Acho que o filme é um drama que trata de um engenhoso plano de vingança engendrado pelo amigo e comparsa - sempre menosprezado e tratado como inferior - do desonesto leiloeiro que faz fortuna avaliando obras originais como falsas e as arrematando através do comparsa por baixo valor.
    Só no final o espectador fica sabendo que tudo que acontece até então é cuidadosamente planejado com maestria e crueldade como represália pelo comparsa num verdadeiro "Cheque Mate".
    Só então a trama toma o seu sentido real e surpreendente.

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  3. Como costumo fazer com os que gosto, revi esse filmaço. Cada dia mais me convenço que holliwood foi.

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