Poético, envolvente. Estes adjetivos definem a animação japonesa O Conto da Princesa
Kaguya, direção de Isao Takahata.
Fugindo das animações
computadorizadas, o que surge na tela é a força do desenho aquarela, com traços finos, tipo
nanquim. O desejo é mostrar a arte de
desenhar, e a aquarela ganha vida devagarzinho, dando tempo ao espectador de
observar os detalhes, cenários perfeitos, delicadeza total, anexo a uma trilha
sonora gostosa de escutar na língua deles, daí a legenda.
Baseado no conto popular japonês “O Corte do Bambu”, conta a
lenda que um camponês encontrou um bebê dentro um tronco luminoso de bambu. Junto com a esposa passa a criar o bebê, que cresce rapidamente e passa a ser uma jovem
de beleza ímpar, cobiçada por ricos nobres e até pelo próprio rei. Mas a Princesa
Kaguya ( este é o seu nome) se sente deslocada e aprisionada no ambiente
suntuoso que seus pais a colocaram e não deseja riqueza ou casamento arranjado
por interesse, ela quer a liberdade e a
vida simples do campo e poder escolher o
amor de sua vida. Para isso Kaguya terá que enfrentar seus próprios medos e
assumir as consequências de suas escolhas.
Esta fábula com uma história mágica, de beleza visual ímpar,
com momentos melancólicos, outros de leveza cativante, uma obra de arte
admirável que prende a atenção dos adultos, levando à reflexão. E o final
é de uma grandeza inebriante, o que pode
acontecer a esta princesa que veio de outro mundo, para se adaptar a regras
sociais impostas pela sociedade?
Animação mais para o público adulto que através de um
desenho primoroso nos leva a refletir sobre o valor da felicidade,
da família, das escolhas e consequências
das ações. Do valor da liberdade individual e da injustiça e desigualdade
social. No mundo atual da tecnologia e
do progresso, este filme infantil tem o poder
de trazer a infância ao adulto.
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