quinta-feira, 8 de agosto de 2013

AMOR PLENO



Filme nos leva à contemplação do Amor Pleno, amor de mulher, amor à natureza, amor à Deus, amor ao próximo. Do diretor Terrence Malick, é um filme em forma de poesia onde o amor pela natureza divina supera a tudo e a todos.
Este melodrama em forma de narrativa onde há poucos diálogos, muita fotografia e luz, nos abre a possibilidade através de uma tela de cinema, de reflexão através da nossa sensibilidade. Bem diferente dos filmes que estamos acostumados a assistir, onde a beleza e a poesia se encontra embutido, com a fotografia de uma força ímpar. Com o Amor Pleno sentimos uma simbologia que o diretor deseja expressar através da beleza interior e da natureza. Para quem assistiu o filme A Árvore da Vida, sente-se logo como uma continuidade do filme anterior, porém menos denso e mais direto.
A fotografia do mexicano Emmanuel Lubezki é de um primor que nos envolve e o principal conteúdo do filme, tornando-se as imagens verdadeiros protagonistas do filme, detendo toda a potência da película.
A narração envolve a relação amorosa de um casal, Marina ( Olga kurylenko) e Neil (Ben Affeck), que se conhecem em Paris, se apaixonam e ela decide ir morar numa cidadezinha dos Estados Unidos, levando sua filha. O interesse do diretor é mostrar o amor de uma mulher por um homem e a inquietude deste amor, o desgaste da rotina e do casamento até a separação. Neil se envolve com uma antiga namorada  Jane (Rachel McAdams), mas nunca esquece Marina.
Paralelo há um padre protagonizado por Javier Bardem, seu amor a Deus e ao próximo, seu sofrimento interior ao sentir o padecer das pessoas e o constante questionamento da sua fé diante de tantas injustiças.
Quem conhece a trajetória do diretor Terrence Malick,  com 40 anos de carreira e 6 filmes, como A Árvore da Vida (2011), Além da Linha Vermelha (1998), Cinzas no Paraíso (1978), o tempo para realizar cada filme, este foi o filme mais rápido de sua carreira, demorou apenas 2 anos em relação ao anterior. Imagine o que se espera deste filme em forma de poesia, saindo do gênero comum de filmes com história e enredo.
Ben Affeck quase não dialoga no filme, enquanto a linda atriz ucraniana Olga Kurylenko narra em francês, está belíssima em cena e com excelente atuação. E a maravilhosa fotografia ajuda a nos enlevar na poesia e no âmago dos atores.
Javier Bardem narra um pároco em crise cristã no seu idioma espanhol, e dá um peso à narrativa que impressiona.
Filme de imagens que pesam mais que os atores, em que a natureza deslumbrante consegue registrar sentimentos de amor, de espiritualidade, de fé , de desesperança, de descrença, de uma beleza intrínseca inigualável.
Ideal para ser assistido em tela grande e no silêncio da plateia, curtir a contemplação da vida através de registros, fotos e impressões de imagens. Imperdível para quem curte este tipo de filme de reflexão, para se emocionar e guardar momentos indescritíveis.
Fica uma ressalva, para quem curte filme de enredo e ação, sairá insatisfeito e entediado com certeza.Vale a pena conferir!!  



Um comentário:

  1. Meu amor não foi pleno nesse filme. Agradaram-me fotografia e o gestual espontâneo, dançante, de alguns personagens mas, não consegui nem mergulhar na história nem me emocionar, como tanto gosto.

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