Este drama espanhol A Voz
Adormecida (La Voz Dormida), do diretor Benito Zambrano, tem como pano de fundo
a Guerra Civil Espanhola, e é uma adaptação do romance da grande escritora
Dulce Chacón.
Passado nos anos 1940, focaliza a
dureza do cotidiano das mulheres presas envolvidas na luta política contra o
regime franquista, na prisão em Madrid.
Conta a história de duas irmãs de
Córdoba, Hortênsia (Inma Cuesta) e Pepita (Maria León). Hortênsia é presa por
ser militante contra o regime
franquista, e para piorar sua situação, está grávida e seu marido, também
militante, é procurado pelo regime.
Sua irmã Pepita sai de Córdoba
para tentar ajudar sua irmã na prisão, visitando-a e termina sendo um elo entre
Hortênsia e os guerrilheiros. Desta forma Pepita conhece o chefe dos
guerrilheiros, Paulino (Marc Clotet) e se apaixonam.
Enquanto Hortênsia sofre as
agruras da prisão, sempre à espera da morte, Pepita luta pela liberdade da
irmã.
Na prisão em Madrid, as mulheres
são maltratadas, torturadas e humilhadas ao extremo, chegando até a serem
fuziladas. E a Igreja Católica desta época, em nome de um Deus, compactuou com o regime franquista e fez
atrocidades com as detentas militantes.
O filme mergulha nas trevas após
a Guerra Civil Espanhola, numa forma
bastante densa, mostrando o terror das mulheres nas prisões, tendo a
cumplicidade da Igreja de uma forma tão violenta, que choca o espectador.
A atriz Maria León, com sua
excelente atuação, foi premiada com o Goya 2012 na categoria Melhor Atriz
Revelação. Mas no geral, todos os atores têm uma ótima atuação, bastante
verossímil.
Um drama excelente, com ótimo
roteiro e boa trilha sonora, que nos leva às lágrimas, pelas fortes cenas de
violência, dos horrores do sofrimento das mulheres nas prisões durante a
ditadura de Franco.
Termino com uma citação da
militante Hortênsia, quando perguntada o que desejava para o seu que iria nascer: ¨Uma Espanha livre de caudilhos e de padres¨.
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