segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

TREM NOTURNO PARA LISBOA






Com a direção do cineasta Bille August, o filme Trem Noturno para Lisboa, é baseado no livro homônimo de Pascoal Mercier. Nos leva a história do professor de latim, o suíço Raimund Gregorius (Jeremy Irons), que vive uma vida solitária e acomodada em sua rotina de professor, sem vínculos afetivos, um homem pacato sem outras expectativas de vida.
Em uma de suas idas ao colégio, ao passar por uma ponte na cidade suíça de Berna, o acaso leva Raimund a salvar uma jovem misteriosa de se jogar de uma ponte. E a  jovem  termina esquecendo seu casaco vermelho, e dentro do bolso, Raimund encontra um livro sobre a vida do médico português Amadeu do Prado, que também era filósofo e escritor. E dentro do livro uma passagem para Lisboa.
Com o livro e a passagem para Lisboa, Raimund deixa-se levar pela emoção e parte para uma jornada cheia de aventura em Lisboa. Enfim, Raimund deixa sua vidinha pacata de professor, e vai em busca de um sentido para sua vida.
O filme se passa através da leitura deste livro, cheio de frases de auto ajuda, e assim o professor Raimund vai conhecendo a vida de Amadeu do Prado, este jovem médico que lutou contra o regime de ditadura de Salazar.
Tendo como cenário principal a cidade de Lisboa, com suas cores vibrantes e uma boa fotografia, as lindas paisagens desta cidade lisboense vai fazendo parte da história envolvente, contada através da leitura do livro de Amadeu do Prado.
Com atores de peso como Jeremy Irons, Melanie Laurent, Christopher Lee, Lena Olin, vale o destaque para Jeremy Irons como o protagonista Raimund Gregorius, numa interpretação surpreendente, que nos convence com sua sensibilidade e aguçado interesse na verdade que se oculta nas entrelinhas do livro.
O filme teria tudo para brilhar pela história bonita e interessante, que leva até a um certo suspense, mas peca pela narrativa cansativa, ainda mais para quem leu o livro, como se o mergulho não fosse suficiente para a abordagem desejada. Outra estranheza do filme é que, apesar de passar em Portugal, a língua falada nos diálogos é sempre em inglês, inclusive com os moradores de Lisboa.
No final temos uma linda mensagem do filme, do quanto é importante viver a vida com toda a sua plenitude, se deixar levar pelo coração e pela emoção, correr atrás dos seus desejos, tentar sair da rotina, do marasmo e se arriscar, para atingir seus sonhos e descobrir novos caminhos.
O cineasta Bille August é conhecido por filmes marcantes, como Pelle, o Conquistador  e As Melhores Intenções, ganhador do Troféu Palma de Ouro.


2 comentários:

  1. Bom filme para quem não leu o livro. Para quem leu, releu e sabe quão profundas são as reflexões filosóficas sobre a vida, a solidão, a morte, sobre o sentido da vida, ali contidas, o filme perde em consistência, torna-se apenas uma boa história. A introdução do livro "Um ourives das palavras", escrito por Amadeu, é desconcertante para Raimund, como se escritas para ele, que decide mudar de vida, empreendendo, ao mesmo tempo duas viagens, uma para Lisboa; a outra, para dentro de si. Na verdade, esse "Trem" seria impecável, caso não existisse o outro "Trem". Ainda assim, gostei bastante.

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  2. Eu também gostei, mas penso como voce, perdeu- se no valor das palavras do livro.

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