quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Á PROCURA DO AMOR





Para quem deseja assistir uma comédia agradável, sem maiores pretensões, Á Procura do Amor (EUA) é uma boa opção. Com direção da cineasta Nicole Holofcener, este filme fala de encontros, de aceitação, de não idealizar demais as pessoas, é um filme apaixonante e real, que poderia acontecer com pessoas comuns, isso já nos leva a uma identificação direta com os personagens.
O filme dialoga sobre vida e amores, sobre a solidão depois de casamentos desfeitos, fala de paixão e de tédio na rotina do casamento e de aceitar o outro como ele realmente é. E não deixar se influenciar por opiniões alheias, mas tentar enxergar o outro com seus defeitos e qualidades, e principalmente ter ética, confiança e ser verdadeiro nas relações afetivas, para criar uma base e investir em um novo amor.
Conta a história de Eva ( Julia Louis- Dreyfus), uma massagista divorciada há dez anos e cuja filha Ellen (Tracy Fairaway) está prestes a se mudar para a universidade, criando um clima de preocupação para Eva, inclusive uma sensação de solidão. Numa festa Eva conhece o cinquentão Albert ( James Gandolfini) também divorciado há quatro anos, e logo acontece uma empatia e identificação entre eles, pois Albert é espirituoso e bonachão, apesar de ser não ser o  tipo idealizado por Eva; Albert é um gorducho estabanado e desajeitado.
Nesta mesma ocasião Eva conhece Marianne (Catherine Keener), uma poetisa amargurada que torna-se sua massagista e amiga. Só que Marianne foi casada com Albert e fala horrores do ex-marido, e quando Eva descobre que o ex-marido de sua amiga é seu atual namorado, ela fica dividida e as observações negativas começam a influenciar na sua ótica sobre seu namorado, os defeitos começam a ficar mais visíveis do que as qualidades.
Paralelo a esta história, conhecemos a psicóloga Sarah (Toni Collette), amiga íntima de Eva, cujo casamento está passando por uma crise e que tem a mania de trocar os móveis da casa do lugar, talvez uma analogia a mudanças interiores que gostaria de realizar.
Um filme gostoso de assistir, com momentos engraçados e reais, e o forte da direção é a naturalidade e a simplicidade das questões, criando uma empatia imediata com o público, imaginar que todos nós estamos vulneráveis a situações deste tipo.
O desempenho dos atores protagonistas James Gandolfini e Julia Louis- Dreyfus fortalece a trama, pela naturalidade e timing cômico, vivendo um romance de pessoas maduras, estão realmente impagáveis. Este foi o último papel no cinema deste extraordinário ator James Gandolfini, que protagonizou  Família Soprano (faleceu ano passado).
Como também a atriz Toni Collette tem um ótimo desempenho no papel da psicóloga Sarah, com suas dificuldades com o marido devido a rotina e monotonia do casamento de vários anos. Enfim, todos os atores têm uma conexão formidável e desempenham perfeitamente o seu papel no filme.
A direção consegue pontuar cenas do cotidiano de forma simples e  realista, sem fantasiar, mostrando a convivência das pessoas com suas dificuldades inerentes a personalidade de cada um. A bagagem anterior de experiências, boas ou frustrantes, o significado dessas vivências e como agir quando encontramos alguém que nos agrada. Enfim, tirar das experiências passadas um aprendizado para evitar repetição de erros já ocorridos, principalmente no que se refere a novos parceiros.
Um história de amor maduro que muito se encaixa nos dias atuais, engraçada mas sem apelações, sem pieguices, um humor inteligente, de uma naturalidade impressionante. Uma comédia irônica sem cair no exagero, com ótimos atores, uma sensibilidade que diferencia das comédias atuais; enfim, a vida como ela é, com encontros e desencontros, acertos e erros, mas fica a lição que o mais importante é não desistir de se arriscar e sempre acreditar no Amor.


domingo, 26 de janeiro de 2014

A GRANDE BELEZA





O filme A Grande Beleza (Itália) do diretor Paolo Sorrentino, nos leva a uma viagem esplendorosa por Roma, com seus afrescos, sua arquitetura ímpar, a decadência da aristocracia, suas festas suntuosas, sua superficialidade,  faz lembrar as grandes obras de Fellini.
Com uma belíssima fotografia e uma trilha sonora maravilhosa, que vai dos cânticos gregorianos, da música sacra, às baladas das festas mundanas, regadas a muita bebida , extravagâncias e orgia.
No meio de uma  grande festa conhecemos o escritor Jep Gambardella ( interpretado magistralmente pelo ator  Toni Servillo), autor de um único livro ¨O Aparato Humano¨, best-seller há 40 anos atrás , cujo sucesso  lhe rendeu uma vida de fama, luxúria, festas e muitos  privilégios.
 Jef, cujo sonho quando jovem era  tornar-se  ¨o rei dos mundanos¨, aos 65 anos de vida analisa o presente e o significado da grande beleza. ¨Não posso mais perder tempo com o que não quero¨,  reflete Jep sobre sua vida, se o que conseguiu lhe rendeu paz interior e felicidade, lembra de amores da juventude, se perdendo em seus devaneios.
Com humor ácido, irônico, diálogos intimista, o filme passeia na zona de conforto em que vive o escritor, e o faz refletir se valeu a pena o que conseguiu, ou se deveria ter arriscado, ter se lançado em um amor de juventude e  mudado o foco de sua vida. Um mergulho nas lembranças, que leva Jep a repensar a vida, o que deixou para trás e o que restou. Como o protagonista diz, a beleza acaba com o tempo ( ou é mera ilusão?).
Direção impecável, fotografia  de beleza e significado ímpar, lembranças do tempo de Fellini e Antonioni.
¨Busco a grande beleza¨, diz o escritor Jep Gambardella no auge dos seus 65 anos, decepcionado no meio de uma grande festa em sua mansão. E onde encontramos a grande beleza? É preciso uma reflexão para dentro de nossas raízes, do nosso verdadeiro eu, do que realmente nos importa e nos faz felizes, para enxergarmos a resposta desta pergunta, uma busca apaziguadora. Afinal, a beleza depende do olhar, o belo ou não vai depender de quem se olha, de dentro de si ou de fora e do que se deseja enxergar.
O filme é uma crítica a decadente alta sociedade italiana, e aproveita para passear por tanta beleza e obras de arte de Roma.
¨O Além está além, e não me ocupo do Além¨, são as últimas palavras de Jep. Enfim, um filme grande demais para tanta beleza, tanta grandiosidade, como há muito tempo não se via em telas de cinema, vale a surpreendente reflexão.
Ganhador do troféu Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro e concorre ao Oscar na mesma Categoria.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

ÁLBUM DE FAMÍLIA





O drama Álbum de Família, direção de John Wells, com texto de Tracy Letts, também  uma peça de teatro. Com um elenco de grandes atores, afiadíssimos nos seus papeis, encabeçado pela grande atriz Meryl Streep, maravilhosa e imbatível na personagem principal Violet, uma mãe de família viciada em entorpecentes e com câncer de boca, o que a leva a se dopar e se tornar dependente das drogas cada vez mais.
Um drama pesado, digno de uma peça de teatro, com formato interessante para o cinema, com cenas externas e um grupo de atores em sintonia absoluta, uma trilha sonora bem adequada ao lugar interiorano e às situações vivenciadas pelos personagens.
Com o desaparecimento de seu marido, Violet (Meryl Streep) convida toda a família, suas três filhas, a irmã com o marido e a partir daí inicia-se um desenrolar de situações desagradáveis, com Violet sempre à frente das situações vexatórias.
Sua filha Barbara (Julia Roberts) é a mais sofrida da todas, com seus problemas pessoais com o  ex-marido Bill (Ewan McGregor) e sua filha adolescente, é a mais apegada ao pai e com mais dificuldade de relacionamento com a mãe. A solteira e pacata Ivy (Julianne Nicholson) sempre morou e ajudou a cuidar dos pais, e deseja  se libertar desta situação e viver sua própria vida. E Karen (Juliette Lewis), uma quarentona superficial, que adora viver de luxo e aparência.
Nesta reunião de família, a matriarca Violet destila toda a sua amargura e rancor contra suas filhas, principalmente sobre Barbara, a favorita do pai e que deixou de frequentar a casa e dar atenção a eles, desde que se casou. As mágoas e rancores vão sendo colocados a cada momento de forma áspera e agressiva, com uma força dramática, sem pudores as máscaras  de cada personagem vão caindo e revelações vão aparecendo, de forma intensa e inquietante,  para toda a família.
A forma violenta e cruel como a mãe Violet ataca suas filhas, palavras ferinas, sempre de ataque destilando muita raiva e amargor pela vida em geral, e encontra em Barbara um contra-ataque, com respostas chocantes, inclusive para os espectadores.
Meryl Streep concorre pela 18ª. Vez ao Oscar de Melhor Atriz, com uma interpretação espetacular, um papel difícil, mas só Meryl para conseguir uma performance tão primorosa, inigualável. A atriz Julia Roberts concorre também ao Oscar na categoria Atriz Coadjuvante, também está perfeita, com diálogos que levam a um embate com sua problemática mãe Violet, de uma veracidade incrível.
Filme denso, com fortes cenas de agressão familiar, um texto pesado e peculiar dentro de uma conjuntura familiar que fala de traição, manipulação de poder, dependência química, de forma trágica e sarcástica, com diálogos beirando ao limite caricato, a cada instante novas revelações, novas intrigas, um lavar de roupa suja familiar que não se finda, momentos inquietantes que chegam a nos atordoar.
Um dramalhão bem teatral, exagerado, com surpresas a todo instante, que nos agride e nos impulsiona até o final. Filme que nos leva a uma reflexão sobre o valor da família, da harmonia e da necessidade de dialogar, de encarar os problemas de frente, e o quanto é importante o amor, a união e o diálogo, como base familiar.





domingo, 19 de janeiro de 2014

NINFOMANÍACA I




O mais novo filme do diretor dinamarquês Lars von Trier, o tão esperado  Ninfomaníaca I , fala sobre sexo, pecado e sofrimento de forma instigante, tensa, com atores afiados na arte de interpretar (assim como Melancolia sinalizava a beleza e Anticristo a agressividade).
Filme contado em vários capítulos, um diálogo entre Seligman ( Stellan Skarsgard), um pescador bom e pacato, ao encontrar Joe ( Charlotte Gainsbourg), uma mulher de 50 anos, suja e ferida, em plena noite numa rua deserta. Selligman a leva para sua casa, cuida dos seus ferimentos e inicia-se uma troca de confidências pessoais.
Joe, uma mulher madura sofrida, tenta explicar a este homem desconhecido que a acolheu, o porque da sua infelicidade e o seu sofrimento por ser ninfomaníaca e a descoberta do seu vício por sexo. Uma viagem sombria pela infância e juventude de Joe, a descoberta da sua compulsão por sexo, a necessidade de se maltratar e castigar seu corpo com tantos parceiros. A jovem atriz Stacy Martin interpreta de forma convincente a Joe na juventude.
Um filme forte, denso, com uma trilha sonora de força, usando em vários momentos o heavy metal, como sempre  Lars von Trier tem o prazer de trazer a inquietação para os seus filmes e consequentemente para o espectador.
Mostra a angústia das ninfas (na mitologia grega, assim chamadas as mulheres que têm compulsão sexual irrefreada), assim como um vício pelas drogas, a falta de controle sobre seu corpo e suas ações. De acordo com a psiquiatria,  a ninfomaníaca muitas vezes usa o sexo para aliviar ansiedade ou até depressão, e isto ocorre com a personagem Joe. ¨Eu me rebelo contra o amor¨, diz Joe. Porque unir amor e sexo de forma que não seja compulsiva, é algo sofrido para quem sofre deste mal, pois é difícil dizer não aos seus desejos sexuais e estabelecer vínculos, que em geral significa diminuir ou reprimir a liberdade sexual .
É justamente este desgaste e sofrimento que o diretor se interessa em focar, no tempo e energia que Joe usa na busca obsessiva por parceiros, a fissura por pensamentos e situações eróticas.
Há cenas de sexo explícito, mas sempre permeados com diálogos complexos até alguns monótonos, uma amostra de sexo e erotismo com tanta crueza e acidez, o que aumenta a nossa tensão, mas com isto diminui o nosso olhar pelo sexo em si, deixando o pornográfico e restando o sofrimento pelo sexo. Este é o diferencial de Ninfomaníaca I, e acredito o poder do diretor, tornar o sexo algo monótono e enjoativo.
Joe se sente a pior pessoa do mundo, e o sexo termina sendo um castigo que ela própria se impõe, e a atriz Charlotte Gainsburg dá uma interpretação invejável a sua personagem. Assim como Stellan Skarsgard tem uma empatia perfeita com sua parceira, como o bom Seligman.
Provocativo, polêmico como poucos, Lars von Trier consegue realizar um filme sobre sexo, desestimulando o ato em si, gerando culpa e pecado a personagem Joe. Um filme amargo, cruel, que nos leva a questionar a banalidade do sexo e a troca de parceiros neste mundo moderno, o sofrimento das pessoas que possuem esta compulsão, os afetos anestesiados, um auto flagelo do corpo, que alcança mente e espírito.
Nos créditos finais, cenas que provavelmente estarão no sequência do próximo filme previsto para Março, que nos instiga a curiosidade de saber mais sobre a vida desta mulher sofrida, idealizada por este diretor provocador. E então tiraremos nossas próprias conclusões e lições de vida.
Ironicamente um filme de sexo  cujo conteúdo, as próprias cenas de sexo explícito, entedia, se torna monótona, um ato mecânico, sem emoção, ao invés de tornar-se excitante. Só Lars von Trier para conseguir esta façanha, com certeza seu objetivo maior.
Um verdadeiro balde de água fria para quem esperava um filme erótico e pornográfico. E é justamente o que nos leva a querer assistir os próximos capítulos deste tão esperado filme.Valeu!!!



quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O LABIRINTO DO FAUNO




Saber aliar a ficção à realidade, eis o grande trunfo do cineasta Guillermo Del Toro, nesta grande película O Labirinto do Fauno (2006), uma produção EUA/Espanha México.
Espanha, 1944, fim da Guerra Civil. Ofélia (Ivana Baquero), uma menina de 10 anos, vive em uma casa com um enorme jardim, com sua mãe Carmen (Ariadna Gil) e seu padrasto, o capitão Vidal (Sergi López), que luta contra os guerrilheiros, um grupo de rebeldes que vive nas montanhas. Vidal é o capitão das forças fascistas do general franco, um homem muito cruel que gosta de maltratar Ofélia.
Solitária, Ofélia gosta de passear nos arredores dos jardins de sua mansão. Entre a fantasia e a realidade, Ofélia descobre um labirinto, cheio de figuras sinistras, que irá lhe mostrar um novo caminho para sua vida, onde a magia se juntará  ao real, e muitas coisas mudarão dali para frente.
Nesta nova experiência que se inicia na vida de Ofélia, ela conhece um fauno ( o mímico Doug Jones), uma criatura metade humana, metade bode. O fauno a convence que ela é uma princesa e precisa realizar três  tarefas para conseguir alcançar seu reino. Então Ofélia  entra em uma aventura cheia de fantasia misturada a sua realidade.
Com esta excelente trama, diálogos e efeitos especiais espetaculares, o filme consegue a façanha de inserir magia aos acontecimentos, tendo ao fundo uma trilha sonora digna deste grande filme, nos emocionando e nos inserindo neste contexto.
Ofélia deseja um mundo livre de violência e maldade, e para isto precisa se refugiar na fantasia, no lúdico, como uma zona de conforto para a sua vida. Ela consegue com sua imaginação, sair da crueldade do mundo nazista e entrar em um mundo paralelo, para achar o verdadeiro sentido para sua vida.
Filme soberbo, onde o espectador embarca na viagem que preferir, ofuscando a realidade à sua fantasia. Este filme fantasioso nos ensina que muitas vezes, para conseguir viver o mundo real, temos que colocar a nossa imaginação, os nossos sonhos, para alcançar os nossos objetivos. Só assim conseguiremos sair ilesos emocionalmente e sobrevivermos à uma realidade que nos oprime.
Filme genial, onde direção, roteiro, atores, trilha sonora são impecáveis. Considerado o filme do ano de 2006, ganhador de vários prêmios, unânime aclamado pelos críticos, uma verdadeira obra de arte.



segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

UM FINAL DE SEMANA EM HYDE PARK





Narrado por Margaret Suckley (Laura Linney), prima distante e que se tornou amante do 32º. Presidente dos EUA, Franklin Delano Roosevelt (Bill Murray). O filme Um Final de Semana em Hyde Park (Reino Unido) é um drama simplório do ponto de vista do romance, sentimental, um filme de época simplemente divertido.
Passado em 1939, quando o Reino Unido tentou o apoio do governo norte-americano, o Rei George VI (Samuel West) foi o primeiro monarca britânico a fazer uma visita aos  Estados Unidos, junto com sua esposa, a Rainha Elizabeth (Olivia Colman). E este encontro é marcado de forma bem interessante neste filme sob a direção de Roger Michell.
Mostra um Franklin Roosevelt simpático, confiante, populesco, mulherengo, com várias amantes e a esposa pro-forma, que sabe lidar com sua deficiência de forma leve e que não interfere na sua segurança como estadista ( ele é paraplégico devido a poliomielite). E com certeza a escolha do ator  Bill Murray  como  protagonista é o diferencial do filme, com uma interpretação despretensiosa, segura, simplista como provavelmente era a figura deste Presidente.
Na realidade o tema central que é o romance do Presidente Roosevelt com sua prima Margareth Suckley é insosso, perde em consistência, soa falso, sem graça mesmo. O mais interessante do filme passa a ser o encontro do Presidente Roosevelt com o Rei da Inglaterra, George VI, e os créditos desta parte é que garantem o filme.
Dois momentos singulares e engraçados: o primeiro a conversa informal entre o rei George VI e Roosevelt,  no gabinete do Presidente. Imbatível, cada um com sua deficiência ( o rei George VI é gago), mostrando suas fragilidades e inseguranças  como qualquer ser mortal, o que gera uma maior empatia e aproximação, e eles próprios terminam rindo dessas questões.
E o piquenique que a esposa do Presidente Roosevelt manda preparar para os respeitáveis convidados, servindo no cardápio cachorro-quente, é uma verdadeiro drama hilário para a realeza, que considera isso como uma afronta, como se os americanos quisessem  ridicularizar a corte inglesa.
Enfim, o filme vale pelo encontro e o embate  entre o Presidente dos EUA e o Rei da Inglaterra, nesta visita de um final de semana em Hyde Park, Nova York, mostrando um pouco do choque cultural entre esses dois países.
Um filme despretensioso, com boas interpretações, mas cujo roteiro se perde neste romance que foi encontrado nos diários da prima do Presidente Roosevelt, após a morte de Margareth Suckley aos 100 anos de idade. Para se distrair e conhecer um pouco dessas duas grandes personalidades, o Presidente Roosevelt e o Rei George VI.



sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

FROZEN - UMA AVENTURA CONGELANTE



Frozen – uma Aventura Congelante, a nova animação da Disney, vem com tudo que tem direito, magia, encantamento, aventura, ação, um verdadeiro primor, direção de Chris Buck e Jennifer Lee.
Com uma delicadeza e sensibilidade ímpar, consegue atrair crianças e adultos; esta nova animação da Disney emociona e entretêm, diverte e ensina, fugindo um pouco do padrão de outros filmes, uma história de ficção com ares mais modernos, com suspense e mudança de padrões. Em 3D, não abusa desses efeitos, o que há meu ver deu uma certa leveza e magia, e com isso torna-se ainda mais agradável  de assistir.
Um verdadeiro musical, com uma trilha sonora primorosa, canções agradáveis de ouvir e que atingem os corações, dando um ar melancólico à película.
Conta a história de duas irmãs, as princesas Anna (Kristen Bell) e a princesa Elsa (Idina Menzel), que moram no Reino de Arendell, são muito unidas e têm um grande amor fraternal. Enquanto Anna é alegre e tem vontade de sair do seu reino, se arriscar e conhecer novos lugares, a sua irmã Elsa é triste e melancólica, e possui poderes mágicos de transformar as coisas em neve e congelar (por isto é chamada de Rainha da Neve), e por este motivo, com medo de ferir sua irmã tão querida, é obrigada a viver separada de Anna.
Quando seus pais morrem, Elsa torna-se a Rainha do Reino de Arendell,  mas os seus poderes geram um acidente para toda a sua cidade. Ela então, decide se isolar de todos em um castelo congelado (feito por ela, com seus poderes mágicos), para evitar mais danos a população do seu Reino. Mas Anna, inconformada com esta situação e pelo amor que dedica a sua irmã, parte para uma aventura emocionante, para tentar acabar com a magia de Elsa  e poderem voltar a morar juntas.
O boneco de neve Olaf (Josh Gad- Fábio Porchat no dublado) é maravilhosamente delicioso, de roubar a cena, a plateia dá boas risadas com seu jeito maroto e suas piadas pueris e engraçadas.
Animação com drama, aventura, suspense e muito humor, muito bem elaborada com trilha sonora perfeita, uma história bem construída mostrando o lado bom e ruim da vida e que o Amor pode quebrar e superar todas as barreiras.
Um filme que fala de Amor Fraternal, fugindo um pouco do arroz e feijão, do amor de príncipe e princesa. Genial, impossível não se emocionar com a história e os personagens, que tocam fundo nos nossos corações.
Filme cativante, um conto de fadas com uma ênfase mais moderna, uma história de ficção mas com mensagens de lealdade, amizade verdadeira, companheirismo e maldade. Assim como é o mundo atual!
Uma ótima tarde de entretenimento para a família assistir e se divertir!!



quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

A VIDA SECRETA DE WALTER MITTY





O filme A Vida Secreta de Walter Mitty  tem a direção e como protagonista o ator Ben Stiller, tão conhecido por filmes de comédia (Uma Noite no Museu, Quero Ficar com Polly, O Solteirão e muitos outros).
Nesta comédia romântica recheada de aventura, temos Walter Mitty ( Ben Stiller), um quarentão solteiro, gerente do departamento de arquivo e revelação da Revista Life, cargo que ele desempenha com muita responsabilidade e meticulosidade. Ele segue a risca o lema da Empresa ¨ver o mundo e os passos que virão, ver por trás dos muros¨, o que ele recita constantemente.
Tímido, introvertido, com dificuldades para se relacionar, Walter se projeta e se protege da sua realidade em um mundo imaginário, e torna-se alvo de gozação no trabalho.
Walter gosta de uma colega novata na empresa, Cheryl ( Kristen Wiig), mas falta-lhe coragem para investir nesta conquista.
Quando a direção da revista decide tomar novos rumos  com mudanças radicais. passaria a ser on-line e por isto fariam a última edição da revista, que teria como capa a última foto do grande fotógrafo Sean O’Connel (Sean Penn). Mas acontece que o negativo número 25, justamente o que a nova direção deseja, desaparece, e tudo começa a desmoronar na vida de Walter, pois ele é o responsável por este negativo.
O filme com uma bonita fotografia nos leva a uma viagem através da imaginação de Walter, da Groenlândia ao pico da Himalaia, com uma trilha sonora que conduz bem a trama.
Ben Stiller tem uma ótima atuação, interpreta muito bem o quarentão solitário, pacato, que não tem coragem de se arriscar e por isto se projeta no imaginário, para realizar, pelo menos na ficção, seus projetos de vida. E Walter terá que fazer uma verdadeira aventura para conseguir encontrar o fotógrafo Sean O’Connell e com ele, o negativo número 25. Mas no fim da sua jornada cheia de momentos dramáticos, Walter passará por uma verdadeira  transformação. E caberá a sua colega Cheryl, o papel de incentivadora nesta aventura irreal (ou real?).
O ator Sean Penn dá um toque especial no seu personagem, o fotógrafo Sean O’Connell, apesar de ser apenas uma pequena participação. E a atriz Shirley MacLaine tem uma boa atuação como a mãe de Walter.
O filme nos mostra a importância dos sonhos, mas também o quanto é perigoso se manter preso em um mundo utópico, por insegurança ou medo de arriscar, de ir à luta ou medo de sofrer, mas que tudo isto faz parte do processo de amadurecimento e mudança de vida.
Com um enredo simplista, tem momentos que se espera algo mais, o filme perde um pouco sua consistência e decepciona em determinados momentos.
Enfim, um filme sobre sonhos e realidade e saber o limite entre esses dois paralelos, de não se acomodar e ter coragem de enfrentar a vida e suas dificuldades. Pois as coisas só acontecem para quem se arrisca e corre atrás do que acredita. Muitas vezes precisamos de algo que nos impulsione, que nos faça sair da comodidade, da apatia, como no caso de Walter Mitty, com o sumiço do slide número 25.
E a importância de nos lançarmos nesta aventura que é a própria vida em si, com suas dificuldades, decepções, mas também com seus ensinamentos que nos levam à descoberta da felicidade.
Sonhar é preciso, acordar e enfrentar nossos medos e assombrações, é necessário.

domingo, 5 de janeiro de 2014

AZUL É A COR MAIS QUENTE




Impossível assistir este filme e ficar passivo, não se questionar, não sair repensando e relembrando as cenas deste tórrido e sensível drama (produção francesa) do diretor tunisiano Abdellatif  Kechiche.
Azul é a Cor mais Quente é a história de Adèle ( Adèle Exarchopoulos), uma    adolescente que divide seu tempo entre o colégio e seu trabalho que adora fazer, dar aulas para crianças. Os diálogos com seus colegas em geral giram sobre sexo e paqueras, e ela se descobre com desejos por meninas. Quando Adèle se cruza com Emma (Léa Seydoux), uma estudante de Belas Artes com cabelos azuis, a atração é fulminante. Então elas iniciam um processo de auto conhecimento, dialogam sobre seus gostos e desejos e se apaixonam perdidamente.
Interessante o diretor ter colocado na protagonista o mesmo nome da atriz, Adèle. Isto cria um ar meio documental e misterioso, ainda mais pela naturalidade da atriz Adèle Exarchopoulos, e até pelo título original ¨La Vie d’Adèle¨.
O filme é basicamente um romance, uma história de amor entre duas mulheres, uma jovem, descobrindo a sua sexualidade e seu desejo por mulheres. A outra, com mais idade, já uma lésbica segura e assumida. É impressionante os recursos utilizados pelo diretor para dirigir e nos revelar os traços essenciais dessas duas jovens e o amor, inclusive o desejo sexual que transborda . A cor azul dos cabelos de Emma é o referencial de Adèle, que se entrega de corpo e alma a esta nova descoberta do seu eu, seu corpo treme e ferve por Emma. E esta a inicia neste jogo de sedução, que também abala a plateia. É o interior de Adèle, de forma crua e total sendo revirado, e com a descoberta da homossexualidade, o gosto amargo do preconceito.
O sofrimento da linda Adèle chega as raias da tortura, pelo excesso de exploração do seu íntimo, das suas emoções e do seu desejo carnal por Emma.
Com atuação irretocáveis, as atrizes  Adèle Exarchopoulos e Léa Seydoux, como  Adèle e Emma  respectivamente, são de uma naturalidade incrível, sem maquiagem, de uma beleza moderna e natural. A boca de Adèle aparece na tela como um morango fresco, pronto para ser saboreado por Emma. Elas se doam por inteiro, inclusive as cenas de sexo explícito são perfeitas, de uma veracidade e sutileza incrível. Apesar do excesso de cenas eróticas, a qualidade e a naturalidade supera o resultado.
A câmera brinca e se aproveita dos closes na linda Adèle , que olha com paixão, que treme de desejo, que chora por amor, que como como uma gulosa que é, por comida e pelos seus desejos.
Filme polêmico, sensível, com fotografia impecável, uma história comovente, onde os sentimentos e a sexualidade são explorados à exaustão, quebrando tabus, com cenas de sexo entre duas mulheres de forma extasiante, desinibida e incontrolável, ao mesmo tempo uma relação delicada e inteligente. Creio que poderia ser mais enxuto, diminuindo o tempo de duração, o que não perderia no conteúdo da história.
Ganhador do troféu  Palma de Ouro do Festival de Cannes 2013.


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

NOITE DE ANO NOVO





Uma noite pode mudar tudo na vida de alguém, novas chances, novas oportunidades, uma esperança no ar, um beijo à meia noite. Momento mágico, pressupõe-se uma nova chance, uma renovação de esperança, realizar mais, amar mais, porque é Ano Novo. E nada melhor que Nova York para expressar esta noite mágica, neste filme Noite de Ano Novo ( 2011).
31 de Dezembro de 2011, Times Square em Nova York City, Última Noite do Ano.
Este é o principal cenário desta comédia romântica, com direção de Garry Marshall, que consegue a façanha de realizar oito histórias paralelas, que terão seu desfecho justamente na última Noite do Ano, e o alvo é a festa na Times Square.
São várias histórias, como a de Claire Morgan ( Hillary Swank), responsável pela organização desta grande festa, tão esperada e propagada no mundo inteiro, cuja bola no alto da torre dá problemas no último momento, e ela vai atrás de um funcionário que foi demitido. Ingrid (Michelle Pfeiffer), uma mulher insegura que decide mudar de vida com a esperança de iniciar um ano diferente. Duas grávidas que entram em verdadeira briga de barrigas para que os bebês nasçam no primeiro minuto do ano. Harry ( Robert de Niro), um  homem na terceira idade com uma doença termina, cujo último desejo é assistir a passagem do ano na cobertura do prédio, com um visual mágico, de luzes e cores.
E essas histórias paralelas vão se desenrolando, de forma rápida, superficial, se entrelaçando entre si, cujo objetivo principal é divertir e passar a imagem do significado do último dia do Ano.
Os personagens vão se cruzando de forma interessante, sempre ao som de uma boa trilha sonora, onde a vontade de recomeçar e fazer algo novo, é o foco deste filme. A presença do astro Jon Bom Jovi na figura do cantor  Jenser é uma pegada bem bolada.
Uma junção de muitos artistas famosos, como Robert de Niro, Michelle Pfeiffer, Zac Efron, Ashton Kutcher, Katherine Heigi, Hillary Swank, Sarah Jessica Parker, Jessica Biel, Sofia Vergara , com historinhas agradáveis na sua maioria, mas com uma certa superficialidade. Pois o que realmente importa é o grand finale na Times Square em Nova York City, onde o espírito de renovação, de esperança, de acreditar que os sonhos virarão realidade na Passagem do Ano Novo.
Feliz Ano Novo para todos!!!!!