A cineasta Sofia Coppola assume a
direção do filme Bling- Ring: A gangue de Hollywood, com estilo moderno e pop,
diferente de filmes anteriores, como Encontros e Desencontros, As Virgens
Suicidas, Um Lugar Qualquer.
Baseado em fatos reais, este
drama (EUA) conta a história de um grupo de adolescentes, jovens de classe
média alta de Los Angeles, que vivem uma vida
fútil, vazia, sem objetivos reais, e que convivem com milionários e
estrelas em festas, boites e se encantam com o estilo de vida dessas
personalidades.
Então decidem praticar furtos nas
casas dos milionários, em geral na calada da noite e quando os mesmos estão viajando.
Para isto eles pesquisam na internet o endereço dos famosos, como Paris Hilton,
Lindsay Lohan, Kirsten Dunst, Orlando Bloom, e passam a penetrar com a maior
facilidade na casa deles. E fascinados pelo poder, saqueiam dólares, roupas,
objetos de arte, relógios, etc. Roubam simplesmente por futilidade e com o
intuito de imitar a vida de esbanjamento dos milionários. Tudo regado a muita
badalação, drogas, exposição visual, inclusive compartilhado na internet.
O depoimento dos componentes do
grupo à polícia é entremeado com narrativas no filme, em um clima bem realista,
com linguagem atual despojada, bom ritmo, visual exuberante. Tudo isto
embalado a uma ótima trilha sonora
moderna, pop, que pontua a atuação dos jovens transviados nas residências, nas
boites, na escola.
O relato da vida desses jovens, dessas patricinhas fúteis e
interesseiras, são bem construídas, de forma descolada assim
como são os jovens. Inclusive faz um tour na
mansão de Paris Hilton, com sua boite particular, seus closets e outras
extravagâncias típicas dos milionários.
A questão é que o filme se limita
a mostrar apenas este Universo luxuoso e a gangue de jovens inconsequentes de forma superficial e não faz menção em se
aprofundar no lado psicológico dos personagens e o que leva pessoas a terem valores tão incorretos. Jovens que cultuam a fama, a
ostentação, que desejam e querem copiar a vida das celebridades, enfim, uma
geração tola, limitada, fútil, onde a inutilidade se equipara à falta de limite
e omissão dos pais.
Após certo tempo do filme isto se torna repetitivo, para quem espera algo mais . Mas tudo indica que Sofia Coppola tinha apenas o objetivo de contar esta história incrível, sem maiores aprofundamentos. Se assim foi, conseguiu seu intento de forma correta.
Após certo tempo do filme isto se torna repetitivo, para quem espera algo mais . Mas tudo indica que Sofia Coppola tinha apenas o objetivo de contar esta história incrível, sem maiores aprofundamentos. Se assim foi, conseguiu seu intento de forma correta.
As atrizes Katie Chang (Rebecca),
Claire Julien (Chloé) e Emma Watson (Nicki) elaboram de forma eficiente seus
personagens, em destaque Emma Watson (da saga Harry Porter), com ótima
interpretação da bela e odiosa patricinha Nicki. O jovem ator Israel Broussard (Marc), o único rapaz neste grupo de meninas, tem uma participação especial.
Ao término do filme fica uma
inquietação, um incômodo ao constatar uma juventude tola e superficial,
egoísta, de uma futilidade ao extremo, sem perspectiva futura de valor, com
pais que aplaudem ou se omitem, sem sequer impor limites na vida desses jovens.
E este incômodo aumenta ao
perceber que, um filme com uma questão social tão séria, perdeu a oportunidade
de se aprofundar e deixar uma mensagem mais positiva e de valor para outros
jovens.
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