segunda-feira, 24 de março de 2014

A GAIOLA DOURADA




Primeiro longa metragem do diretor  Ruben Alves, a produção franco portuguesa  A Gaiola Dourada, cujo roteiro é uma homenagem  a seus  pais, portugueses de origem e que viveram mais de quarenta anos na França, com  vários personagens do filme como  imigrantes portugueses.
Um comédia com leveza e descontração, apesar de não se aprofundar no tema, conta com um roteiro interessante, mostrando culturas diferentes e as condições dos imigrantes na Europa, na sua maioria com empregos subalternos, subservientes  e com  baixa remuneração.
Conta a história de um casal de portugueses que vivem há mais de 30 anos em Paris, com um casal de filhos que nasceram neste país. Maria Ribeiro (Rita Blanco) é zeladora de um prédio em um bairro nobre parisiense e seu esposo José Ribeiro (Joaquim de Almeida) trabalha na construção civil e com muita dificuldade conseguiram criar seus filhos. Ambos gostam dos seus trabalhos e realizam com muita eficiência, subserviência e boa vontade, sempre à disposição dos seus patrões.
Um dia este casal recebe a notícia de uma herança familiar, e com isso o sonho de voltar a viver em seu país de origem e ter uma casa própria, está prestes a se concretizar. Mas como dizer isto a seus patrões, que por não quererem perder tão eficientes e leais empregados, começam a bajulá-los e fazer pequenos acertos para conseguir que eles permaneçam em Paris.
Em paralelo tem o romance de sua filha Paula Ribeiro (Barbara Cabrita) com o filho do patrão de José Ribeiro, o que trará um certo desconforto para ambas as famílias.
Este filme fez um estrondoso sucesso na Europa e tem muitos acertos, conseguindo unir à comédia, um drama leve e romance água com açúcar. Com um elenco com ótimas atuações, o diretor acertou em cheio ao escolher atores portugueses de primeira, como Rita Blanco e Joaquim de Almeida como protagonistas, e participação especial de Maria Vieira e Jacqueline Corado, como Rosa e Lourdes respectivamente, que primam em cenas bem engraçadas e com humor tipicamente português, sem cair no caricato ou soar de forma grosseira.
A cena do jantar que o casal de imigrantes portugueses resolve convidar os patrões franceses, cada um tentando agradar o outro se espelhando na cultura e tradições, é realmente muita bem feita e hilária.
A trilha sonora mescla músicas francesas com muito fado, dando um toque nostálgico à película, o que é também sugerido pela fotografia.
Uma comédia que prima pela simplicidade, pauta nos conflitos culturais e sociais de forma leve, na dificuldade dos imigrantes na Europa, o trabalho que exercem, em geral braçal e de baixa remuneração.
Sem maiores pretensões sentimos a importância e a saudade do País de origem para os imigrantes, as dificuldades dessas pessoas e a exploração no trabalho. Tudo de forma descontraída, sem aprofundamento, deixando a reflexão para a plateia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário