segunda-feira, 31 de março de 2014

A MÚSICA NUNCA PAROU




Com direção de Jim Kohlberg, o drama A Música Nunca Parou (EUA) é baseado em história real relatada pelo neurologista Oliver Sacks no artigo ¨The Last Hippie¨.
Com roteiro de Gwyn Lurie e Gary Marks,conta a história do jovem Gabriel Sawyer ( Lou Taylor Pucci ), filho único do casal Henry Sawyer ( J. K. Simmons) e Helen Sawyer (Cara Seymour), que após atritos familiares, mais especificamente entre pai e filho, se afastou do convívio familiar .
O reencontro acontece após quase 20 anos, quando Gabriel se encontra em tratamento numa clinica neurológica devido ao diagnóstico de um tumor cerebral, com seqüelas a nível cognitivo, não conseguindo reter memórias recentes e lembrar do seu passado.
Com a ajuda dos pais e da musico-terapeuta Dianne (Julia Ormond), Gabriel começa a ter respostas neuronais a partir de estímulos musicais. Pois sua infância e adolescência foi toda recheada de contatos musicais através de seu pai Henry, que adorava música.
A trilha sonora é composta de canções dos Beatles, Bob Dylan, Buffalo Springfield, e a banda favorita de Gabriel, a Grateful Dead.
Através de narrativa fragmentada, com flashbacks da infância e dos 20 anos atrás quando ainda convivia com seus pais, vamos conhecendo a vida deste jovem que adorava música, seus conflitos de juventude e com o seu pai, sempre ao som de músicas da década de 60/70, este é o apelo forte do filme.
O trio de atores formado pelo casal Sawyer e seu filho Gabriel têm uma ótima química, em especial J. K. Simmons, em excelente interpretação como o pai Henry, que através da música tenta a todo custo estabelecer uma comunicação real com seu filho, pois Gabriel só sai do seu estado letárgico quando escuta músicas que marcaram sua vida.
O filme é um drama familiar lento, à direção falta um pouco de vivacidade mas paira na delicadeza, e no apelo emocional sem exageros através de músicas como  ¨All You Need is Love¨, dos Beatles. E nesses momentos fica a certeza de quanto a música pode ajudar em processos traumáticos e perdas de memória, com um poder transformador.
Este drama nos fala de amor  e conflito familiar, de orgulho, de saber voltar atrás quando percebe que falhou, principalmente em questões familiares. Da cura através da música e da cumplicidade entre pai e filho. A cena em que o pai consegue 2 ingressos para o show do Grateful Dead e vai com o filho, tentando perceber o significado daquele som que antes agredia os seus ouvidos,  para chegar até a alma e o coração do seu amado filho Gabriel, vale o filme.
Comovente mas sem apelo emocional, realista, verdadeiro, uma história de amor e superação, um ensinamento de vida.


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