domingo, 1 de junho de 2014

FLORBELA


Produção portuguesa com direção do cineasta Vicente Alves do Ó, Florbela conta a cinebiografia da grande poetisa portuguesa Florbela Espanca, passado no século XX.
Um drama em potencial, o filme tem a intenção de mostrar o sofrimento desta mulher, a sua busca incessante em viver intensamente o amor, um mulher acima do seu tempo, que desde cedo se interessou pela arte da poesia.
Florbela Espanca  (Dalila Carmo) nasceu em Vila Viçosa, Portugal, e tentou viver uma vida plena, ansiosa por amor; teve uma vida sofrida, sentimentos íntimos que a transformaram e a levaram para a literatura. Sua 1ª. Obra ¨Livro das Mágoas¨(sonetos) denota sua inquietude e neuroses que a atormentavam desde jovem. Morreu aos 36 anos,  e o trágico acidente de avião que ceifou a vida do seu irmão Apeles (Ivo Canelas), foi devastador na sua vida.
Com bom figurino e ambientação de época, o filme se revela um verdadeiro dramalhão, uma típica novela portuguesa, com ritmo lento que em certos momentos, entedia a plateia. Com emoção exacerbada, trilha sonora excessiva, mostra a vida trágica de Florbela Espanca, o seu casamento com o médico Mário Lage (Albano Jerônimo), a cumplicidade e amor exagerado pelo irmão Apeles.
Na verdade, no filme conhece-se a mulher cheia de neuroses que se tornou Florbela e pouco retrata a poetisa portuguesa, sente-se falta dos seus versos durante o filme ( só no final, uma pequena amostra). Ou seja, quem não conhece a biografia desta grande poetisa, sai do cinema sem ter a real noção do seu valor na literatura portuguesa. Fica nítida a intenção de mostrar o sofrimento de Florbela e o porque só conseguimos desvendar nos últimos créditos do drama.
A atriz Dalila Carmo assume a personalidade da poetisa de maneira autêntica, uma mulher que, mesmo contra os costumes da época, tentou viver uma vida plena, apesar de tanta angústia e tristeza que a cometeu, devido problemas familiares. E seus versos falam através da sua alma.
¨Não tenhas medo, não! Tranquilamente,
Como adormece a noite pelo outono,
Fecha os olhos, simples, docemente,
Como à tarde uma pomba que tem sono¨... (pela memória de seu adorado irmão).



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